Gente Futil

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Acredito que todo mundo tem um poder. E a gente pode, sim, mudar as coisas. Me chame de idealista. De sonhadora. E de romântica. Sou tudo isso. Mas ainda acredito nas pessoas e nas mudanças. E toda mudança começa no fundinho de cada pessoa que quer realmente fazer alguma diferença.

Mas é exatamente esse o problema em ser sincero. A gente tenta falar com sinceridade. Embora tenhamos que ser falsos às vezes porque a coisa toda é falsa, de uma certa forma, como um jogo. Mas você espera que, se alguma vez você for sincero com alguém, essa pessoa pare com as reações plásticas e seja sincera com você. Só que todos estão jogando o jogo, e algumas vezes fico nu e sincero, com todos me mordendo. É decepcionante.

John Lennon

Nota: autoria não confirmada

Muitas vezes pessoas que a gente não esperava virar nossas amigas podem se tornar o ombro onde você vai chorar um dia.

Há ilusões perdidas mas tão lindas que a gente as vê partir como esses balõezinhos de cor que nos escapam das mãos e desaparecem no céu...

Mario Quintana
Uma frase para álbum. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Para mudar alguma coisa, a gente teve que gritar, se drogar, ir para a rua e enfrentar nossa própria fraqueza. Era uma maneira de não se render, de não ficar careca, careta.

Você sabe que não sou mulher de arrependimentos, de olhar pra trás, essas coisas. A gente tem que mirar no alvo e atirar, pronto, foi. A flecha não volta. Se acertamos ou erramos, não tem volta. Foi assim que levei a vida sempre.

Martha Medeiros
Tudo que eu queria te dizer, Carta para Maria Alice, p. 80

"Superstição"... que palavra estranha esta! Se a gente acredita no bom Deus, isto se chama "ter fé". Mas se a gente acredita em astrologia ou na sexta feira 13 o nome muda para "superstição"!
Quem tinha o direito de chamar de superstição a crença de outras pessoas?

O peso que a gente leva

Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?

As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?

Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou.

É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.

Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos...

Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

Certas coisas são tão evidentes, apesar de inexplicáveis, que a gente não pode deixar de acreditar.

A gente só fica irritado e zangado com uma proposta quando não está muito seguro de poder resisitir-lhe e está intimamente tentado a aceitá-la.

Thomas Mann
Os Buddenbrook

Por que que o mar não se apaixona por uma lagoa?

- Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.

Por muito que se recuse deixa sempre algum gosto a paixão que a gente inspira.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham - até mesmo sem palavras – só com gente da mesma raça. O que não significa nem cor, nem formato de olho, nem tipo de cabelo, mas o indefinível parentesco da alma.

Qual o caminho da gente? Nem para frente nem para trás: só para cima. Ou parar curto quieto. Feito os bichos fazem. Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera...

Por que é que os sonhos foram feitos pra gente não viver?

Quanto a mim o amor passou...
Eu só lhe peço que não faça... Como gente vulgar...
E não me volte à cara quando passa por si...
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor...
Fiquemos um perante o outro...
Como dois conhecidos desde a infância...
Que se amaram por quando meninos...
Embora na vida adulta sigam outras afeições...
Conservam nos caminhos da alma...
A memória de seu amor antigo...
E inútil...

Está difícil, não é? Mas está difícil para muita gente. E nem adianta ficar de cara feia, amarrada, sofrendo com o que não tem solução ou não depende de você.
Quer melhorar? Coloca um sorriso neste rosto, veste sua melhor roupa, passa aquele batom vermelho que tanto gosta.
Olhe-se no espelho e veja como você é importante, como você é linda e gente de verdade!
Tenho certeza que mudará seu dia. E amanhã? Será amanhã. E outro dia.
Viva o HOJE. Cada dia de uma vez. Seja feliz hoje, tá?
Colora-se! Você merece!

É duro não ser nada na vida de alguém, que é tudo na vida da gente.

A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje é fazendo hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje aquilo que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje aquilo que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã aquilo que hoje não pude fazer.

Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia?