Genialidade
A sexualidade e a criatividade são dois dedos do mesmo braço da criação.Assim como o amor e a solidão são os combustíveis da loucura e da realidade que movimenta em seu próprio tempo a inimaginável ilusão.
Sempre que corro o risco de me perder na mesmice e no senso comum, olho ao lado e percebo a genialidade daqueles que estão ao meu redor. A genialidade mora na diferença de crenças, perspectivas e abordagens, mas não só nisso. A genialidade está naquele pequeno espaço de intersecção entre o rotineiro e o novo- podendo ser o que nos causa riso, estranheza ou até repulsa. Ela é a embriaguez da rotina que permite a criação daquilo que ainda não existia para mim, mesmo que já existisse para o outro. Genial é aquilo que abre as portas para a recriação interna e que revela a beleza do avesso
O que é a arte?
Num estalar de dedos pode-se estabelecer um conceito de conotação comum e numerar uma porção de possibilidades. Do ponto de vista artístico, o lavor será primoroso, original e contento.
Existe realmente analogia, o abstrato se confunde, em outras palavras, como entender o produto de uma mente engajada ao metafísico? Que graça há no conceito original quando estamos diante de um artifício engenhoso, produzido por um “ser” extraordinário que possui o epíteto de gênio e granjeia a admiração de toda a humanidade.
Obras consagradas, interpretadas de diversas formas e manifestações efêmeras surgiram com o coevo movimento “ismo”. Elaborações de contornos inconvenientes e imorais expressam o consenso da perplexa humanidade.
Os seres humanos têm inclinação ao antagonismo, suas criações surgem de momentos impares, as lágrimas transformam-se em produções artísticas capazes de emocionar. Uma permuta, a tentativa desesperada de preencher o vazio com o fruto de seu desespero, da manifestação de sua alma à bela quimera.
O Conceito sobre arte jamais muda, já não temos Michelangelo, Van Gogh ou Da Vinci, mas suas obras estão aí como prova de sua genialidade e não há o que contestar, afinal é difícil segurar a emoção diante de David, A Noite Estrelada ou Monalisa.
A forma se aplica, prova disso são os nossos gênios coevos: Bill Gates, criador da Microsoft, Tony Fadell, pai do ipod e o físico teórico Stephen Hawking, um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Cada um com sua peculiariedade. A genialidade é o atributo dos sábios, arte é obra de gênio, as grandes realizações necessariamente dependem de disciplina e talento nato. Beethoven que o diga, levou quase seis anos compondo sua nona.
Engatinhamos ao século 21, ainda faltam diversos 86 anos para o fim desse período, até lá surgirão vários seres notáveis. Quem sabe emerja uma figura com talento fenomenal de especial habilidade, capaz de mudar os parâmetros, gerar questionamentos e conceitos que possam lapidar a mente obtusa da humanidade.
Se você for um gênio solitário, misantropo e desconhecido; se jamais divulga o que sabe e ninguém tem conhecimento de quem você realmente é ou do que faz, então, o seu valor social passa a ser igual ao do mais comum dos homens.
Em uma geração de idiotas, qualquer sujeito mediano será considerado um gênio, enquanto que os verdadeiros gênios serão tratados como loucos — por serem mentalmente inalcançáveis.
Os maiores gênios
que conheci,
ou o cotidiano
matou-lhes a originalidade, ou matou em mim a capacidade de ainda reconhecê-la.
...
Tenho a convicção que começar errado pode fazer com que aquela sugestão considerada controversa acabe tornando tudo possível. O que isso quer dizer? Que inovações não partem da rotina que estabelecemos. Também não são originadas a partir de métodos tradicionais e consolidados. Pelo contrário, o que provoca o “UAU” e modifica o mundo, em geral, vem de alguém que ousou ir por um caminho diferente, ainda não normatizado.
Exatamente!, um pouco de transgressão nos padrões diários pode trazer resultados surpreendentes. Aliás, ter segurança para poder “tentar, falhar e aprender” é um ciclo valorizado justamente por quem busca inovar.
Já pararam para pensar que toda lei é uma transgressão da liberdade, e que as grandes riquezas, sejam elas materiais ou de espírito, nasceram de uma emancipação? A imaginação não passa de um modo emancipado da ordem do tempo e do espaço.
Seguir e acompanhar o que eu digo pode ser um bom "ponto de partida" para você sair da caixa. Aprenda com quem vive fora dela e - às vezes - ri dos próprios erros.
Toda coragemresplandeceao desafiarmoso desconhecido, eo medo faz partedesta jornada. Quem não ama a si próprio, tende a perder a capacidade de amar o mundo ou outra pessoa. Vença!, mesmo que para isso você tenha que transgredir o senso comum.
No sonho nasce a obra que há-de ser,
Por génios concebida, além do ver,
Visão sublime, além do nosso ser,
Imaginada antes do amanhecer.
Mas vem o lutador, sem hesitar,
Com força, a persistir, a trabalhar,
Nos braços leva o sonho a edificar,
Vence os desafios, faz o ideal brilhar.
E eis que o fruto, então, se faz luzir,
Os felizes desfrutam, vão sorrir,
Na obra pronta, vão-se deliciar,
No prazer de quem viu o sonho abrir.
Mas sempre há-de vir a crítica vil,
Dos velhos do Restelo, senil,
Que nada cria, só sabe obstruir,
Em sua sombra, o novo a reprimir.
Assim se faz a história, em ciclo eterno,
Do génio ao lutador, prazer fraterno,
Passando pelo crivo deste inferno,
Dos inúteis crónicos, sem inverno.
Entre ser chamado de gênio ou de louco está apenas a conquista ou não dos objetivos traçados e avocados para si.
20/06/2024- ao ler Hobsbawm
A academia brasileira, em última instância, valora sumamente o mediano que se esforça e tem como fim último da educação a nota. [...] O aluno nota 10 que "esqueceu" o conteúdo da prova do dia anterior e ou nunca produziu, ou melhor, irá produzir algo inovador.
Você já se perguntou se as pessoas acham “muito legal” o fato de que o seu filho já consegue ligar o smartphone aos três anos de idade? Você já se deu conta de que propagar intermitentemente a suposta “genialidade” de seu filho é incrivelmente desinteressante?
Não me entendam mal, no entanto, um gênio não é definido pelo QI que possui, mas pela capacidade de acreditar no que acredita.
Os ditames da educação
É possível ser cordial, agir educadamente com alguém que nos tenha ofendido? Quando um coração é ferido existe discordância de sentimentos que podem ir além, dependendo do grau de educação de cada pessoa, mas... é possível realmente ser amável com alguém que nos magoou sem parecer hipócrita? Como proceder realmente? Existe também a questão de princípios, os preceitos da boa educação não permitem que sejamos falsos com nosso semelhante. Pertinente a sentimento humano as coisas se tornam muito mais complexas, é complicado seguir as regras da boa etiqueta sob a pressão do coração, pois existe certa dificuldade para discernir os sentimentos, a convergência de pontos de vista, a falta de disposição em ser sincero com alguém são questões que devem ser consideradas, afinal houve uma quebra de decoro por parte de outrem e diante dessa premissa o obvio seria o hermetismo sentimental. Exageros à parte, devemos concordar que a vida, embora irônica em certas ocasiões, precisa ser levada a sério e todos nós temos o dever de ser sinceros com todas as pessoas a nossa volta, portanto, é apropriado que sejamos cordiais, gentis, amáveis sem ser hipócritas com quem quer que seja, independentemente da situação. Essa regra deve ser aplicada a todas as pessoas. No entanto, somos seres ligados a uma ordem natural, o temperamento, o caráter e a personalidade de cada indivíduo deve ser levada em conta. É o que constitui a natureza de cada ser, as pessoas têm sua própria designação, sua índole. De tal modo que podemos ser capazes da quebra de decoro, devemos ter aptidão a perdoar o nosso semelhante.
Pare de se transformar no monstro de Frankenstein, uma personalidade multifacetada, só para agradar os insatisfeitos. Comece sendo o seu próprio Einstein, criando a sua genialidade singular e construindo sua própria história, sem se moldar às expectativas alheias.
Ser mediano não é algo negativo; representa equilíbrio e consistência, entre a ignorância e a genialidade.