Gelo
Jamais conseguimos ignorar quando amamos, mesmo dando um gelo é claro que a gente cuida mesmo em segredos.
Consigo vê seu corpo, petrificado em gelo.
Nossos olhares se tocam.
Porém, numa medida desesperada,
Tenta se desfaçar.
Somos estranhos agora!
Mas nossas almas já se conhecem.
E todas as vezes que me olhar,
Elas conversaram.
Uma conversa torturosamente longa.
Em tão poucos segundos.
Então tentará seguir.
Mas não encontrará caminho.
Tentará o ódio, mas como bem sei:
A alma tem argumentos melhores.
E finalmente, torturado pela minha imagem.
Lembrará de nós.
Mas como vento: nunca me tocará.
Pois foram seus labios que me expulsaram.
Ironicamente.
São os meus beijos:
Que te assombram agora.
Alma desnuda,
o Sol se faz cinza
a luz encharca a pineal
serenou, engulo o gelo
derretido sou, nesse amargo tênue.
fizera-se na minha hipófise
armazenando o gasoso.
calcificada, falecida alma.
me injeta adrenalina
mais oxitocina
sugiro não ter metástase
nem vermes, nem males
nem derivados amargos
estando livre o espaço
límpido e purificado
em todo meu hipotálamo.
Os afetos que pareciam eternos
se dissolvem como gelo em asfalto quente...
Saudosismos à parte, será que hoje as pessoas
lutam menos para fazê-los florescer
ou apenas se curvam às exigências dos tempos
dos "sentimentos descartáveis" ?
Cika Parolin
SONETO DE INFIDELIDADE
De tudo, a quem me queira, retirarei acalento,
Antes, e com tal gelo, e sempre e tanto
Que mesmo em face do menor encanto,
Dele se esvaia o meu pensamento
Quero esquecê-lo em cada vão momento
E com desprezo, espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar seu pranto
Ainda que ele esteja em sofrimento
Assim, quando mais tarde me procures,
Quem sabe a sorte, amiga de quem joga
Quem sabe a solidão, fim de uma noite
Eu possa me dizer de quem eu "tive"
Que não seja imoral (posto que é droga)
Mas que seja finito enquanto eu não ame.
O corpo é gélido
A face congelante
As lágrimas são frías
E o coração é pedra de gelo
O amor é cruel
Viver machuca
A coragem é pouca
E o sangue é fraco
Gelo
Na cor da minha morada
a tinta da minha faixada
é feito o gelo que eu te dei
quando passou acompanhada
jogando beijos de mão dadas
mereceu o gelo que eu te dei
vá se refrescar
em outro lugar
bem longe daqui
não tem por que ficar
não vou me entregar, não,não
congelei o nosso amor
em outras palavras
o gelo que eu te dei
derrete em brasas
entretanto do meu jeito
friamente a seu respeito
não adianta nem tentar
o seu fogo apagará
não, derreto, não me perco
desse jeito eu me encontro em paz
vá se refrescar
em outro lugar
bem longe daqui
não tem por que ficar
não vou me entregar, não,não
Esfriou o que restou de nós
Gelo. .. frio... eu..
Me fechei.. Me guardei.. Me afastei..
Desculpa,não foi por mal..
Feriram meu ego... partiram meu coração ..
E única coisa que me restou.. foi recuar...
OUTRO PAULO, O LEMINSKI
Na tarde fria me jogava
Em gelo frio e quente
Dentro de mim vindo
Na liberdade escorregadia
Tu me ensinaste a ser
Liberto de mim
Pra ser você:
deus de poema
Gritarei pelas maltratadas pessoas com coração de gelo e cérebro de ferro, maltratam o amor e acreditam estar vivendo dele, as pessoas são livres, não possuem donos. Gritarei por todas elas e pelas que ainda derramam lágrimas em silêncio. Meu grito encherá o vento, gritarei para que a injustiça não a tape o silêncio, para que o vento seja o lamento das que sofrem, para que as lágrimas das que choram se façam estrelas. E volto a gritar, até que o vento que se fez lamento se faça riso, até que não tenha estrelas feitas de choro. E eu grito mais forte, para que o grito se faça batimento, e o batimento depois sonho, sonho que se faça estrelas, para que não sejam feitas de choro.