Gelo
O grande plano divino, sempre foi nos transformar em bonecos de gelo? Pessoas se tornam frias porque circunstâncias obrigam.
"A alegria do portador de distimia é semelhante ao gelo fino que se forma sobre um lago congelado, e se rompe quando submetida a qualquer pressão. É apenas uma casquinha fina que encobre a tristeza, a ferida que nunca cicatriza." (Lenise M. Resende, escritora) Trecho da crônica Triste Alegria
Básico são os outros
Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.
eu sempre soube
que um pedaço de gelo
carrega o fogo
que não lhe coube
e cresci sem planos
como vão crescendo os fantasmas
pela noite dos anos
fico a moldurar delírios
como se esculpisse mundos
planetas
galáxias inteiras
em mínimas letras
Dias fogo outros gelo, doce outros amargo, alegre outros triste, ardentes outros suaves, vibrante outros calmos. Sou de fases como a lua.
Por favor, uma dose de amor, sem água e sem gelo. E não me diga o valor até que eu termine de bebê-lo.
Copo, cubos de gelo e algum tanto de álcool. Whisky ou Vódca? Tanto faz. Tanto faz... O importante mesmo era beber até adormecer as dores.
Fiquei ali sentada, não sei quanto tempo olhando para os cubos de gelo tumultuados no copo. Uma afobação que nunca vi igual. Um querendo derreter mais depressa que o outro. E lá no fundo do copo (onde o álcool fica mais apurado) todos eles afogados num pouco de decepção... Tenho a impressão de que quis sair dali e fugir daquela desolação. Mas fiquei. Sem fuga. Sem pressa. Sem envolvimento... Continuei ali parada, sentada no chão, copo na mão e dentro dele Whisky e água ou álcool e gelo, de novo tanto faz... O importante mesmo era o esquecimento já adormecido... Acho que baixei a cabeça... Não lembro... De mim não sei... Só sei dele, do meu coração, que fugiu, sumiu e se refugiou no primeiro espaço vago que encontrou.
Não torne-se uma pessoa fria, não permita que crie dentro de você o gelo que diminui o teu calor, que te deixa sem tato para as coisas da vida, que esfria teu coração e não te permite sentir emoções levando o mesmo a uma necrose prematura, não esfrie, não congele sua alma, em você existe o calor, a chama da vida que queima gradativamente, que aumenta conforme você compartilha suas emoções, seus anseios seus sentimentos, a vida é um dom, uma benção, não torne-se um enclausurado(a) do seu próprio ser, sinta o calor da chama que existe dentro de você, viva, permita-se viver!
Coloquei um bloco de gelo rodiando o coração,
Mas não por maldade apenas por proteção
Porque essa vida é louca demais
E ela é coberta de crueldade
É fato,é apenas a tal realidade
Eu tô aqui fazendo poesia na continuação dessa minha missão
Muitos já tentarão me abalar mais eu não cair na tentação
Então como guerreiro tentando sobreviver nesse louco lugar
Prazer tô estilo vulcão que nem jogando água pode apagar
Sei que poucos tem coração mais eu ainda tenho e tá nesse lugar
Paixão é o que me mover me faz acreditar que isso tudo ainda pode mudar...
De tanto amar e não ser amada... ela aprendeu a ser gelo... ser razão... ser durona ..aprendeu a não entregar seu coração a qualquer um ... aprendeu a não se doar por inteira... não valorizar quem não merece ... o gelo as vezes e bom ... quem não ama não sofre... quem caiu ,já levantou..ja se refez ... ja aprendeu a lição... o mundo é dos espertos ...