Gelo
Por favor, uma dose de amor, sem água e sem gelo. E não me diga o valor até que eu termine de bebê-lo.
Eu sou o whisky sem água, o fogo ou o gelo... não sou a cura nem o remédio sou o veneno puro, nunca fui solução nem saída, sou o problema, o pior e mais grave deles.
Não sou o conserto, sou o estrago, sou doce mas inflamável... perigo é a palavra certa, tentação é a explicação, tu me temes por saber do risco que é estar do meu lado, te esconde mas me persegue, me evita mas acaba me procurando sempre.
"Patch estava sobre mim e uma gota de chuva deslizou de seu cabelo,aterrisando como gelo em minha clavícula. Eu a senti deslizar pela minha pele,desaparecendo pelo decote da minha blusa. Os olhos dele seguiram o pingo de chuva,e eu comecei a tremer por dentro."
Não tenho coração, teho uma pedra de gelo ... Logo qualquer calor do afeto faz com que ele se derreta e as vezes restam apenas poças para que eu possa deixa-lo solido e recomeçar...
E Quando Ela Disser: "Já Estou Chegando." Coloque Whisky Em Seu Copo, Duas Pedras de Gelo, Apoie Os Seus Pés Na Mesa do Centro da Sala, Deguste Sua Bebida e Quando Terminar Ligue Novamente Para Ver Onde Ela Ainda Está!
O constante banho dos raios de sol
irá apagar as pegadas restantes no fino gelo.
Não tema quando você for iludido,
porque o mundo já está cheio de decepções
Nada de sentimentos mornos... quero o calor intenso do fogo ou o frio estável do gelo. É na paixão que se dá mordidinhas... e no final só sobram as migalhas. Eu quero um amor para devorá-lo por inteiro e satisfazer de vez o meu coração
(...) Existem pessoas tão frias que saem sempre com o balde de gelo e freezer no coração.
Essas pessoas sem sal que vivem salgando a vida são tão secas, que me dão um nó na garganta. Eu queria ser assim, tão "Tô nem ai" para o açúcar dos outros, mas eu gosto é de condimentos, de dar uma apimentada na vida. Eu gosto é do "docê" da vida...
"A alegria do portador de distimia é semelhante ao gelo fino que se forma sobre um lago congelado, e se rompe quando submetida a qualquer pressão. É apenas uma casquinha fina que encobre a tristeza, a ferida que nunca cicatriza." (Lenise M. Resende, escritora) Trecho da crônica Triste Alegria
Básico são os outros
Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.