Gelado

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Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.

Franz Kafka

Nota: Trecho de carta para Oskar Pollak, escrita em 27 de janeiro de 1904.

A cada decepção, um novo aprendizado...

(...) Minha vontade é que ele me pergunte se quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas.
(...) Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube.
(...) Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor. (...) Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro.
(...) Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor.

Gosto de ficar sozinha em casa. Gosto de poder andar descalça pela casa e sentir o chão gelado. Gosto de ouvir os pingos da torneira baterem na pia. Gosto de ficar deitada na minha cama, olhando o teto, sem pensar no depois. Gosto de rir sozinha de pensamentos idiotas que eu tenho. Gosto de ficar me olhando no espelho e fazer milhões de caretas. Gosto do meu chocolate quente e do meu edredom, são a dupla perfeita pra mim. Gosto de ficar o dia todo de pijama, sem me importar com roupas e outras coisas. Gosto de fechar os olhos e sentir como está frio aqui. Gosto de chorar sozinha, de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo, que já nem lembro o motivo de estar chorando e dar risada da situação. Gosto dos meus pensamentos, me deixam louca mas eu gosto. Gosto de pensar que a vida é tão simples assim, quando não é.

Quando eu lembro do estalar do chicote, meu sangue corre gelado, lembro do navio de escravos, quando brutalizavam a minha alma.

Vulcões

Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.

No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro… e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…

Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!

Coração petrificado
Alma gelada
É apenas consequência de pessoas fúteis que passaram por sua vida.
E continuará assim, até amar a si.

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado.
É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado.
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja.
Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro.
Difícil é amar quem não está se amando.
Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.

Um coração morto, gelado, podia bater de novo? Parecia que o meu podia.

Tenho um coração gelado que cansou de se esquentar por pessoas erradas.

Coração Gelado

Minto pra mim mesma que não quero. Finjo que estou muito melhor sozinha, mas no fundo tudo o que eu mais desejo é estar apaixonada. Queria andar pelas nuvens, perder a noção do tempo, sorrir involuntariamente e ter aquele brilho especial no olhar. Só que meu coração está fechado, cansado de se machucar e já não se rende com tanta facilidade aos encantos do amor.

Como eu gostaria de ter alguém pra dividir minhas conquistas, pra me oferecer o ombro quando preciso de ajuda. Alguém que me estimulasse a vencer desafios, me fizesse buscar ser melhor a cada dia apenas para que se orgulhasse de mim. Adoraria ter alguém que me envolvesse em seus braços, deitasse minha cabeça no seu peito e me fizesse sentir protegida. Ter a sensação de que as palavras são desnecessárias, de que basta estar ao lado, sentir a pele, o cheiro.

No entanto, tenho este coraçãozinho que já está cansado de errar, de se decepcionar. Um coração que está vazio, que há tempos congelou porque tem medo de se entregar a novas aventuras, tem medo de se ferir mais uma vez. Como eu queria ter coragem de arriscar, de acompanhar a direção do vento sem medir as conseqüências. Gostaria de seguir meus sentimentos, ter persistência e não desistir no primeiro obstáculo ou fugir quando sinto que estou me apaixonando.

Por que as coisas parecem nunca dar certo pra mim? Por que complicamos tanto algo que deveria ser tão fácil? Confesso que a possibilidade de ter perdido as esperanças de encontrar um amor verdadeiro me assusta bastante. Como eu queria ter alguém que me fizesse acreditar de novo.

Não Gosto de Nada Morno

Não gosto de coisas mornas. Que seja frio, estupidamente gelado, que esfrie a cabeça, refresque a alma. Que seja quente, ardente, fogo puro e queime. Mas morno não. Nunca.
Gosto de temperos. A falta deles deixa um sabor insosso nas coisas. O dia destemperado tem um gosto ácido e cinza que amarga a boca e o humor. Amor sem tempero é insípido, deixa vazio o estômago e a alma. Tempero tudo, faço da vida uma deliciosa salada.
Não gosto de esperar. Esperar significa inércia. E parar com tanto movimento dentro de mim seria indolência. Não espero nada nunca. Faço o que for preciso, mas faço agora.
Gosto do silêncio. Amo música. As vezes preciso de um espaço sem sons para ficar sozinha vagando pelos meus sonhos, buscando o "eu" em mim. Outras vezes, a fome de soltar meu "eu" pede melodia, preciso da música para marcar o ritmo da vida, uma orquestra para interpretar meus pensamentos e ecoar as partituras emocionadas do meu coração.
Gosto do que é intenso, do verdadeiro, do desafio, de arriscar.
Quero paixão ardente, comida quente, beijos molhados e demorados, voltas ao mundo, amores de cinema, sorvete com muita, muita calda de chocolate.
Quero praias desertas, mistérios e descobertas, festas sem fim, ducha fria no verão, calor de cair no rio, amor na chuva, na cama, amor na vida, a vida inteira.
Quero cinema completo, com pipoca e arrepio, quero montanha russa, surpresa, aniversário. Adoro aniversário. Quero muitos presentes, brigadeiro, beijinho, e não importa a idade, quero "parabéns" e velinha.
Quero conversa, andar de bicicleta, passear de mãos dadas.
Quero flerte, quero paixão, quero dar risada.
Mas não quero nada morno, sem tempero ou parado.
Quero viver a vida, apostar no tudo, ser feliz e fazer feliz quem cruzar meu caminho.
Só assim a vida vale, de outra forma, para mim, não vale nada.

livro aberto gelado
o norte geme no vento
sobre a página branca

tanto ao lado da chaminé,
como ao lado da porta -
o gato gelado

Um dos maiores erros do ser humano: o arrependimento.

Inserida por gelado

Ações £ Consequências...Duas palavras que jamais devem ser esquecidas...

Inserida por gelado

Paixão vem...Mas depois vai...
Amor vem...E não vai mais...

Inserida por gelado

Um bloco de gelo é menos gelado que o coração de quem fere o outro repetidas vezes, pois demonstra egoísmo total em relação aos sentimentos do outro

Tem dias que acordamos com vontade de sorrir, outros com vontade de voltar a dormir. Tem dias que a gente simplesmente não queria ter passado, ou não queríamos nem ter acordado como costumam dizer por ai. Desligar da tomada, desligar as correntes de energia, esquecer o que se passa. Não morrer, mas se desligar do mundo, se é me entende. Esquecer tecnologia, não se lembrar de checar os e-mails, não atender todas as ligações, simplesmente não atualizar o status.

Há dias em que queríamos apenas ouvir a voz de alguém e saber que ta tudo bem. Às vezes, o que queríamos mesmo era sentir um perfume que fosse bom, ou que pelo menos lembrasse alguém. Talvez a gente quisesse tomar um chá que não estivesse gelado, talvez quiséssemos uma vida que não estivesse como o chá gelado que de ora em quando a gente tem que tomar pra conseguir engolir os sapos que diariamente a gente come sem mastigar.

Talvez quiséssemos apenas mais inspiração, ou algo que nos desse entusiasmo criador. Quem sabe a gente só queira matar um bicho que nos assusta, ou talvez seja nós mesmo que deveríamos nos retirar daquele local, pois vai ver o bicho assustador só precise de um pouco mais de espaço.

Tem dias em que a gente acorda com vontade de pular da cama e agradecer ao Sol pela luz que nos cobre, mas há dias em que simplesmente queremos que o Sol demore a se levantar só para que a Lua permaneça linda onde está.

Tem dias que queremos ler um caminhão de livros e acabamos que não lemos nem a primeira página. Como também tem dias que achamos que não vamos dar conta de tantos afazeres e por fim fazemos até o que era de esperado para o dia seguinte. Não dá pra moldar, não tem como saber, somos nós mesmo que construímos minuto a minuto. Somos nós quem calculamos o resultado, brilhar ou não brilhar. Devemos apenas tranquilizarmos, e fazer por merecer, pois tem dias que o dia é grande, mas chega um dia que é o seu grande dia.

Por ele, ficava o dia todo no quarto. Por mim, não sairia de jeito nenhum. Puxa! Não sabia que eu tinha um coração tão gelado.