Galo
Dilema de brasileiro que escuta o galo cantar:
De longe eu vi, igual rapina, é irmão nem toda alma aqui é negra ou branca, todas o mesmo valor, só que alguns esquecem da cor... da vida. Igual ao meu primo, só conseguiu ser gente fina porque escondeu bem sua dor.
Sequela da pátria a favela, sua mãe mulher que mata um leão, mais de um por dia, e porquê, se é o que viemos pra ser na selva
Concebimento
Um touro com crista de galo
um galo com penas de pavão
um pavão com pés de homem
caminham solitários num só
harmoniosos martirizam o pensar
ela tem que nascer, gritar, ser gente
ouve-se passos, murmúrios
olhares capturam a imagem invertida
abstenção
ninguém se aproxima
apercebem-se
são três corpos a ponderar
As vezes penso será que amanhã quando o sol nascer o galo canta os pássaros cantando, será que estarei viva para poder ver e apreciar a natureza por mais um dia será? Eu n sei o que será de min no amanhã só sei q viverei todos os dias como se fosse o último.
Mais o problema de eu viver todos os meu dias com se fosse o ultimo é que eu não posso porque eu nunca vou poder mostra quem eu sou de verdade, porque nem eu mesmo sei quem sou
Amanhecer!
O galo canta o enredo
o sol nascendo de novo
o levantar é bem cedo
na mesa não falta ovo
a enxada é o brinquedo
e o cuscuz é o segredo
do sucesso desse povo.
Em terra de faz de contas
Enterram os que ainda curtem
O que fazem os que de galo cantam
E bilhões de propina contam
Dando surra de cinto
- nada sucinta -
Nos que também não curtem.
Infância pura!
Por aqui dancei lapinha
nas quadrilhas de são joão
galo brigando na rinha
bola de gude e pião
e a saudade é a espinha
dos amores que eu tinha
nos meus tempos de sertão.
NO ASFALTO
Morre no asfalto...
Anta, lobo e gato
onça, bode e sapo
galinha, galo e galo.
Morre...
O cachorro e o dono do pato
a mala o cadeado o saco
morre, jegue, cavalo e gado
jacaré cobra e cagado...
Gente boa e os safados.
Morre no asfalto...
Alegria, dia e noite
sedo meio dia e tarde
tino, sino e badalo.
Morre...
A felicidade, verdade e gabo
montante de hoje e ontem
noite horizonte e fado,
a ponte para o futuro...
A flecha atirada ao monte.
Morre no asfalto...
Combustível, fumaça, embalo
lembrança distancia malho...
Todo tipo de aero tipo
toda grife, todo ralo.
Morre no asfalto...
Toda cor e todos embalos
ritmos, som e seus estalos
todo peso e todo fardo,
as sentenças com seus mandos...
E os encargos com seus horários.
Morre no asfalto,
todas as falas
e todos tiks dos gagos...
Silencio e afretamento
sonho de fé e plano,
e os segredos de fulano.
Morre no asfalto...
O homem a mulher o prado,
e o ritmo do velho diabo.
Antonio Montes
►Amor Doentio
Faço-te várias investidas, feito um galo de briga
Olho para seus olhos que refletem o brilho do sol
Pele macia feito o grão de neve
Em plena segunda-feira lhe faço essa dedicatória malfeita
Avistando seu reflexo no oceano,
Indicando que ele saiba o quanto te amo
Um romance nada meloso é impossível,
Pois me apaixonei logo que admirei teu lindo rosto,
Tão misterioso, com um sorriso instigante
Que não consigo diminuir a quantidade de palavras,
Fazendo-te um texto de frases aladas.
Talvez chegue o dia que lhe escreva um belo poema
Descrevendo o sentimento passional que tanto me condena
O que sinto por ti é, para mim, um amor surreal
Não me imagino mais sem teu calor
Não me vejo em outro lugar diferente de onde estou
Sua simplicidade me tornou réu da saudade
Tantos procurando a felicidade,
E eu aqui, caçando o número da sua casa.
Dizem que a música é a melhor forma de serenata,
Talvez a única, mas transformarei esses versos em notas
Criadas no fundinho da minha alma
Elas demonstrarão como o compositor sente sua falta
Escreverei infinitamente, até que seus olhos me notem
Farei com que os meus dedos implorem
Prometo-lhe que não soltarei este amor
Se preciso for, eterniza-lo eu vou.
Busco sempre te impressionar
Busco sempre uma maneira de te agradar
Percebo a cada dia o quão difícil é te conquistar
Mas, não vou desistir, e um texto romântico irei lhe dar
Sou muito inocente,
Pois acredito que com as palavras certas, você irá me amar
Mas em que posso acreditar?
Já que você é um enigma tão difícil de solucionar
Tenho medo que eu possa te afastar de mim por algo que escrevi aqui
Desejo tanto criar uma declaração para tu se apaixonar
Versos que te façam entender que quero te namorar.
Meu sentimento por ti é enorme, e indescritível
Me causa uma desordem sem limite
Encontrei na dedicatória uma forma de lhe fazer um convite
Que, talvez no final, após ter lido, você aceite sair comigo
Meu coração parece precisar muito disso
É como se eu não encontrasse palavras suficientes para mostrar o que sinto,
É como se fosse algo impossível de ser escrito
Confesso que sou um marinheiro de primeira viagem,
Não possuo a experiência necessária, sou um aprendiz de fábrica
Navegando em águas desconhecidas, mas, de certa forma agradáveis
Procurando meu tesouro, que é, na verdade, minha "cara metade"
Sua casa é a direção que minha bússola aponta, sem saber se também me ama
Mas talvez isso não importa, só quero dedicar esses versos para a dama
Mesmo enfrentando ondas violentas,
Mesmo resistindo as tempestades extensas,
O meu objetivo é lhe dar meu amor doentio.
O nome de um homem é o seu maior legado!
Boa quinta a todos, pois o galo já cantou anunciando que mais um dia empreendedor esta nos aguardando para ser conquistado!
O galo canta, os ruídos incompreensíveis da vida lá fora que se espreguiça com o despertar de mais um dia. E nessa bruma que borda o amanhecer os ponteiros do relógio pendurado na parede esmaecida vão voando na obscuridade tentando decifrar esse enigma do tempo...E nesse instante um suspiro profundo da alma, onde o vento leva e traz mistérios do dia e da noite e todos os dias...
Manhã sonâmbula!
Levantei cedo procurando o canto do galo
Não o ouvi
Pois o serralheiro já se havia levantado
Procurei então ver a estrela da aurora
Não a vi
Pois o oleiro também se havia levantado
Pensei então em voltar a cama
Tarde demais
Era inverno e o frio já lá estava.
Que faço agora?
O canalizador se havia atrasado
Na sua água encontrei a cura,
Estava sonâmbulo.
Transtornado por viver dependente da Independência dependente do meu país.
Canta o galo em cima do telhado,
velho de podre a cair aos pedaços.
Dormem os campos serenos,
agitam à passagem de uma suave brisa,
que acompanham os meus passos.
Dormem sossegados já sem desassossego,
dos dias de férias passados na aldeia..
das idas à barragem do azibo,
água fresca,limpa ,de pedras e fragas.!
Caminhos de lama, trilhos de fragas, de pedras,
pelas ruas de casas caídas em ruínas,
onde as migalhas de pão caíam no chão,
de soalho, tábuas corridas,
onde outrora não havia fome.
Havia trabalho, trabalho duro, de sol a sol,
onde o pão não faltava e alegria também não,
ouvia-se o riso e o cantar das gentes ,
das crianças a ir para escola alegres e felizes,
com um pedaço de pão na algibeira.
Agora é só dor da partida, partida permanente,
onde vai-se e não voltam.
casas em agonias e tormentos onde,
os velhos gemem as suas mágoas, os seus desenganos,
embriagam-se nas dores que os atormentam,
prostram-se cansados pelos anos,
choram no banco da igreja, no banco de um jardim.
Perdem o rumo da vida, da alegria,
como se navegassem sem mastro, sem leme....
das aldeias perdidas esquecidas e dizem ..
estes velhos sábios das nossas aldeias....
Hei-de morrer algum dia!..
PAISAGEM DE GALOS
Um galo... a sombra de um galo
madrugadas acesas em cores
contidas nas imagens da noite
que guardam sombras antigas
o canto dos galos
ilumina as retinas da noite
e guardam mundos
demônios e deuses
na garganta...
aldeias remotas
cantigas futuras
cantigas passadas
longínquas, longínquas
as auroras dos galos
refletem todo o universo em fuga
que nasce e morre
na infinitude concisa
de uma noite em outra noite
de um galo em outro galo
De madrugada o galo canta, de dia canta também, menina so te pesso desculpas se pra você não sou ninguém.
Próximo aos sinos repousa uma lápide que apenas eu posso ler, sobre a cerca há um galo vermelho que outrora já foi seu coração.
ALVORADA (Pate II)
Madrugada
Alvorada
Galo canta
Frio não espanta
Vontade desencanta, passa
Ela não levanta.
Cama que alenta
Calor que esquenta
Lenha que alimenta
Lareira que sustenta
Amor que se inventa.
Acordar
Trabalhar
Dinheiro ganhar
Lenha comprar
Fogo atiçar
Calor sustentar
Mulher me tentar
Amar
Volto pra cama
Amanhece.