Galo
O galo canta e ainda puxa a saudade pelo esporão. Silêncio num céu cinzento. Madrugada que raia o dia. Escuto um amor convencido, e nem sou pretensiosa. O bocejo de uma saudade escapa queixosamente. Sou o espelho da coragem na simplicidade de uma revelação. Escrevo o desenrolar de um fascínio e seus detalhes rabiscados. Boquiaberta com a esperteza de um caminho e seus quarteirões abarrotados de caprichos. É uma mastigação de lembranças violentas e impacientes. Que vontade de dar uma surra nessa insônia.
São três horas da manhã... vou usar minhas reticências...
... atende esse telefone...
...é sua voz que embala o transe do meu amor...
~*Rebeca*~
-
Seu João
Galo. Cama. Banho. Sol. Café.
Caminhonete. Leite. Gado. Mato. Estrume.
Pinga. Prato. Carne. Palito. Cigarro. -Maria!
Cavalo. Rodeio. Churrasco. Pinga.
Casa. Banho. Lua. Café. -Maria!
Boa noite.
Galo. Cama. Banho. Sol. Café.
Caminhonete. Leite. Gado. Mato. Estrume.
Pinga. Prato. Carne. Palito. Cigarro. -Maria!
Cavalo. Rodeio. Churrasco. Pinga.
Casa. Banho. Lua. Café. -Maria!
Boa noite.
Galo. Cama. Banho. Sol. Café.
Caminhonete. Leite. Gado. Mato. Estrume.
Pinga. Prato. Carne. Palito. Cigarro. -Maria!
Cavalo. Rodeio. Churrasco. Pinga.
Casa. Banho. Lua. Café. -Maria!
Boa noite.
Hoje acordei maravilhado
Estava calor
O ceu azul
Muitas nuvens ewsparças
O galo cantava
Estava tao feliz
Da maravilha deste lindo dia.
Amanhecer.
O sertanejo se levanta
o Sol espanta a frieza
no quintal o galo canta
acordando a natureza
e a disposição é tanta
porque do café a janta
não falta cuscuz na mesa.
Sons da madrugada (1)
Galo canta desesperado,
Cachorro late incomodado,
Ambulância ecoa nervosa,
Criança chora clamando urgência.
A cama range de um lado,
O filho ressona aninhado,
Marido ronca como que em prosa,
O relógio acompanha a cadência.
Um gato grita miados roucos,
Um carro buzina e canta pneus,
Jovens bêbados bradam como que loucos,
Proclamam queixumes de amores seus.
Lá fora, noite acesa!
Os ruídos denunciam a atividade delirante.
Cá dentro, a casa dorme!
Noite escura, tinidos de sono reconfortante.
Só a caneta escreve
Movimentos que escuto de leve.
Nítidos somente a mim, e a mais ninguém,
Distingo outros sons também.
Som da saudade gritando no peito,
Som das palavras fervilhando a mente,
Som do cansaço suplicando leito,
Som da existência implorando argumento.
Tantos sons no silêncio pouco tranquilo da noite insone.
Três e treze, marcam os ponteiros.
Há algo que esta questão solucione?
Meu sono aniquilado por bulícios certeiros?
A chuva começa. É mais um som!
Chuva mansa, sem relâmpago ou trovão.
Mas seu som se sobrepõe, é o seu dom.
Está em seu âmago cumprir sua missão.
Como mãe amorosa
Ciente da fadiga enorme
Acalenta-me, religiosa
Instruindo suave: dorme!
É o que permanece.
Só a chuva mansa.
Nina-me e me adormece
A chuva... amansa.
Escuridão
Que horas são, afinal ?
O galo já cantou
O escurecer já se foi
A claridade já chegou
Mas o que está faltando?
A refeição está feita
As aves estão cantando
Os predadores estão à espreita
Mas tudo continua escuro
O que está faltando, então?
É hora de acordar pra vida
Esquecer quem machucou-me
De procurar um novo amor
Mas o que estão faltando, agora?
Pois o vazio no peito não fechou
E o sol a aquecer-me
Ilumina meu caminho perdido
Mas que horas são, afinal?
Pois já devia ter anoiteçido
Igualando-se a meu coração escurecido
O problema é que me joguei de cabeça
pensando que você era mar
Só depois do galo erguido percebi
que você não passava de uma poça d'água
DIA DE SOL.
No primeiro raio de luz
o galo acorda a gente
faço preces pra Jesus
e agradeço diariamente
por no prato ter cuscuz
e no copo ter café quente.
Hj o dia nasceu e vc não estava nele. O galo não cantou, passarinhos não vieram e nem o sol apareceu. Claro! Seu sorriso cessou. Ele que ascendia o sol, apareceu a chuva, o céu se derramava. A brisa era fria, o calor do seu abraço fará falta...para sempre Paula!
ASSIM ACORDOU O DIA
Foi a maior confusão, o Sol na maior preguiça continuava escondido, o galo nem apareceu para dar bom dia. A Lua bocejando foi se afastando, em fronhas de linho se deitou deixando o dia na escuridão.
As estrelinhas que a tudo observava deitadas em suas caminhas de nuvens flutuantes, nada entendiam; - Alguém sabe ai embaixo o que aconteceu? Perguntou uma das estrelinhas lá bem do alto.
- O relógio do Sol se atrasou a Lua com certeza acelerou os ponteiros do seu tempo e cansada de brilhar foi se recolher. Respondeu a estrela mãe.
A Lua sonolenta respondeu:
- Nada disso linda estrelinha, eu fui me recolher na hora certa, agora cabe ao majestoso Sol clarear o dia e o galo despertar a floresta.
Enquanto isso, na floresta os bichinhos estavam assustados, nem a coruja saiu da sua casa. Flores confabulavam sem entender aquele atraso, estavam com frio e precisavam da luz do Sol para se aquecer.
O beija-flor, sentindo falta de perambular entre flores, resolveu ir falar com a fadinha cor-de-rosa:
- Amiga fadinha todos os bichos querem uma explicação do que está acontecendo. Nem o galo acordou para dar bom dia com seu canto estridente, os passarinhos ainda dormem encolhidos nos galhos.
A fadinha pediu que esperasse e partiu em disparada seguida por milhares de vaga-lumes que deixavam o caminho iluminado.
Pouco tempo depois ela voltava sorrindo:
- Calma meu pequeno beija-flor, corra avise a todos que está sendo resolvido, o relógio do Sol quebrou a corda, o relojoeiro demorou a consertar deixando o Sol impaciente.
- Veja! É o olho do Sol clareando o dia gritou a fadinha e logo o galo das campinas abriu o bico despertando todos que ainda estavam recolhidos em suas tocas, em suas casas, em seus ninhos.
E assim o dia acordou...
Autoria- Irá Rodrigues
Dormias...
Enquanto dormias, o mundo girou,
Madrugada atravessou e o galo cantou
Você alheio a tudo se embalava
Num sono tranquilo e reparador...
Enquanto dormias tantas
Outras coisas aconteceram,
O orvalho caiu, a flor desabrochou,
Crianças nasceram, pessoas morreram.
Enquanto você dormia, seu sono
Foi velado por um anjo da guarda
Sentado à sua cabeceira sorrindo
Te olhando sonhar, em resmungos e risos.
Enquanto dormias, seu corpo sarava e já
Se preparava para uma nova jornada ...
Esperando Pelo Galo
Não se preocupe com o amanhã. - Mateus 6:34
A história é contada de um homem que criou galinhas. Entre eles estava um galo cuja gritaria ocasional irritava muito um vizinho. Certa manhã, o vizinho descontente ligou para o fazendeiro e reclamou: "Aquele miserável pássaro seu me deixa acordado a noite toda!"
"Eu não entendo", veio a resposta. “Ele quase nunca canta; mas se o fizer, nunca é mais do que duas ou três vezes.
"Isso não é problema meu", replicou o vizinho. “Não é com que frequência ele cora que me irrita! O que me mantém acordado não é saber quando ele pode cantar!
Muitos de nós são como esse homem. Preocupamo-nos com as dificuldades e circunstâncias angustiantes que podem surgir amanhã. Em vez de vivermos um dia de cada vez e nos regozijarmos com a suficiência do Senhor para o presente, ficamos ansiosos pegando emprestado o problema do futuro.
Se você conhece a Cristo como Salvador, considere Suas palavras em Mateus 6:34: “Não se preocupe com o amanhã, pois o amanhã se preocupará com suas próprias coisas”. Ao escolher confiar nele, Ele lhe dará descanso para a sua alma. e a paz de Deus encherá seu coração e mente.
Amigo, pare de estupidamente "esperando pelo galo"!
Por que se preocupar? Os céus de amanhã são mais azuis
Se em nossas camas nós agitarmos e atirarmos
Com olhos ardentes e sem sono até a manhã,
Apenas construindo pontes que nunca poderemos cruzar? —Anon.
Preocupar-se é pagar juros sobre problemas que podem nunca vir! Richard DeHaan
Quenturas
Esse lindo corpo de menina
Tem a chama do fogo eterno
Sendo eu galo de campina
Não estranho esse inferno
Na pequena cidade, o galo não canta,
os jardins escavados, o povo acorda tarde,
nas soleiras das portas, toda mulher solteira
tem um buquê de rosas.
Amanhecer
A madrugada se esvai
deixando adentrar o dia...
Ouve-se o galo a cantar,
os pássaros fazem a festa
com tamanha cantoria...
Parece que estão a dizer:
- Queremos alegria ao acordar,
olhe da janela pela fresta!
Vamos dar as boas vindas.
Prenúncio do amanhecer!
Um homem no chão da minha sala
alonga sua raiz
galo que estufa o pescoço
cana-de-açúcar e bronze
poças, chuva, telha-vã
rio que escorre na velha taça empoeirada
O homem no chão da minha sala
cidades de ouro
castelos de mel
velhas metáforas
sinos línguas gelatina
O céu no chão da minha sala
Esse homem no chão da minha sala
provoca o veneno da cobra
pulgas atrás das orelhas
mexeu nos meus bibelôs
consertou aquela estante
revirou a roupa suja
desenterrou flores secas
fraldas
chifres
quatro cascas de ferida
um disco todo arranhado
e um punhado de pelos
Aquele homem no chão daquela sala
me fez cruzar o ribeirão dos mudos
estufa de tinhorões gigantes
no piso do meu mármore
ele acordou a doida
as quatro damas do baralho
uma ninfeta de barro
e a cadela do vizinho
Daquele homem no chão da minha sala
há meses não tenho notícia
desde que virei a cara
saltei janela
fugi sem freio ladeira abaixo
perdi o bonde
estraguei tudo