Galo
O GALO
Cantava o galo rico
Na noite a dormir,
Toda ela em lençóis de linho.
Na mansão rica ainda fornicavam
Na adoração do falo
Que empratavam.
O rei cobridor bramia,
Como um gato feito galo.
O galo pobre, gemia,
Sem galo, na noite acordada
Na miséria dos lençóis do nada.
Na casa pobre,
Não havia fornicações,
Só falos murchos
E alguns estrebuchos.
Só gatos e gente que não come
Aos estalos no ar,
Aos murros,
Dando urros
Para afugentar a fome
De mais um dia.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 17-10-2022)
Homem do campo.
Antes do galo cantar
Preciso acordar
Tomar café
E seguir na fé
De Nossa Senhora Aparecida
Que ilumine a minha vida
Em mais um dia de batalha
Coloco meu chapéu de palha
Sem tempo de me apresentar
Preciso plantar
Pra poder colher
E a nossa mesa encher.
Daqui que saí toda a fatura
Açúcar, cachaça e a rapadura
Feitas da cana
Que plantamos
A mistura, o arroz e feijão
Frutos da nossa plantação
Carne, leite e requeijão
Vieram da nossa criação
Até os bens materiais
Saíram das zonas rurais.
As roupas então
Surgiram do algodão
O dinheiro e móveis do seu lar
Feito das árvores de lá
Tudo saiu do campo
Antes do escampo
Por isso preciso ser respeitado
Também valorizado
Reconhecer a nossa parte
Bem antes da cidade.
Como é bom acordar na madrugadinha ouvir a chuva cair na telha, o cantar do galo, tomar café quentinho, enquanto se planeja o dia.
Amanhecer!
O galo canta o enredo
o sol nascendo de novo
o levantar é bem cedo
na mesa não falta ovo
a enxada é o brinquedo
e o cuscuz é o segredo
do sucesso desse povo.
Hoje não precisa o galo cantar e nem receberem o pão molhado, para se revelar os que vão te abandonar na hora que você mais precisade um apoio.
João Cap.13...
Quem te acordou hoje, não foi teu despertador. Não foi teu galo no poleiro. Não foi teu rádio relógio e muito menos o teu celular. Quem te despertou para um novo dia Foi JEOVÁ DEUS. Por isso, deixa um pouco a soberba de lado e o agradeça em nome de Jesus Cristo!
O galo cantava na minha infância
Despertando-me para sonhar.
Hoje o galinheiro está vazio.
No jardim, somente lembranças,
De um tempo quando criança
As coisas não tinham um lugar.
Sons da madrugada (1)
Galo canta desesperado,
Cachorro late incomodado,
Ambulância ecoa nervosa,
Criança chora clamando urgência.
A cama range de um lado,
O filho ressona aninhado,
Marido ronca como que em prosa,
O relógio acompanha a cadência.
Um gato grita miados roucos,
Um carro buzina e canta pneus,
Jovens bêbados bradam como que loucos,
Proclamam queixumes de amores seus.
Lá fora, noite acesa!
Os ruídos denunciam a atividade delirante.
Cá dentro, a casa dorme!
Noite escura, tinidos de sono reconfortante.
Só a caneta escreve
Movimentos que escuto de leve.
Nítidos somente a mim, e a mais ninguém,
Distingo outros sons também.
Som da saudade gritando no peito,
Som das palavras fervilhando a mente,
Som do cansaço suplicando leito,
Som da existência implorando argumento.
Tantos sons no silêncio pouco tranquilo da noite insone.
Três e treze, marcam os ponteiros.
Há algo que esta questão solucione?
Meu sono aniquilado por bulícios certeiros?
A chuva começa. É mais um som!
Chuva mansa, sem relâmpago ou trovão.
Mas seu som se sobrepõe, é o seu dom.
Está em seu âmago cumprir sua missão.
Como mãe amorosa
Ciente da fadiga enorme
Acalenta-me, religiosa
Instruindo suave: dorme!
É o que permanece.
Só a chuva mansa.
Nina-me e me adormece
A chuva... amansa.
ASSIM ACORDOU O DIA
Foi a maior confusão, o Sol na maior preguiça continuava escondido, o galo nem apareceu para dar bom dia. A Lua bocejando foi se afastando, em fronhas de linho se deitou deixando o dia na escuridão.
As estrelinhas que a tudo observava deitadas em suas caminhas de nuvens flutuantes, nada entendiam; - Alguém sabe ai embaixo o que aconteceu? Perguntou uma das estrelinhas lá bem do alto.
- O relógio do Sol se atrasou a Lua com certeza acelerou os ponteiros do seu tempo e cansada de brilhar foi se recolher. Respondeu a estrela mãe.
A Lua sonolenta respondeu:
- Nada disso linda estrelinha, eu fui me recolher na hora certa, agora cabe ao majestoso Sol clarear o dia e o galo despertar a floresta.
Enquanto isso, na floresta os bichinhos estavam assustados, nem a coruja saiu da sua casa. Flores confabulavam sem entender aquele atraso, estavam com frio e precisavam da luz do Sol para se aquecer.
O beija-flor, sentindo falta de perambular entre flores, resolveu ir falar com a fadinha cor-de-rosa:
- Amiga fadinha todos os bichos querem uma explicação do que está acontecendo. Nem o galo acordou para dar bom dia com seu canto estridente, os passarinhos ainda dormem encolhidos nos galhos.
A fadinha pediu que esperasse e partiu em disparada seguida por milhares de vaga-lumes que deixavam o caminho iluminado.
Pouco tempo depois ela voltava sorrindo:
- Calma meu pequeno beija-flor, corra avise a todos que está sendo resolvido, o relógio do Sol quebrou a corda, o relojoeiro demorou a consertar deixando o Sol impaciente.
- Veja! É o olho do Sol clareando o dia gritou a fadinha e logo o galo das campinas abriu o bico despertando todos que ainda estavam recolhidos em suas tocas, em suas casas, em seus ninhos.
E assim o dia acordou...
Autoria- Irá Rodrigues
Dormias...
Enquanto dormias, o mundo girou,
Madrugada atravessou e o galo cantou
Você alheio a tudo se embalava
Num sono tranquilo e reparador...
Enquanto dormias tantas
Outras coisas aconteceram,
O orvalho caiu, a flor desabrochou,
Crianças nasceram, pessoas morreram.
Enquanto você dormia, seu sono
Foi velado por um anjo da guarda
Sentado à sua cabeceira sorrindo
Te olhando sonhar, em resmungos e risos.
Enquanto dormias, seu corpo sarava e já
Se preparava para uma nova jornada ...
O Galo preto de Pirapora (Altino Caixeta)
O Trem de Pirapora (Sá & Guarabyra)
O Anticristo de Pirapora (Tadeu Martins)
A Antarctica de Pirapora (Manfred Brant)
O Vapor de Pirapora (Júlio Guimarães)
A Estação de Pirapora (Paulo de Frontin)
A Capitania de Pirapora (Cap. Barros Cobra)
- Hoje em dia, o "Dom Ratão" de Pirapora...
— A alma existe entre o cantar de galo e o som do nevoeiro em dias de pura noite por isso dormes numa cama e sonhas procurando tudo e o tudo que encontras é o nada !
Um homem no chão da minha sala
alonga sua raiz
galo que estufa o pescoço
cana-de-açúcar e bronze
poças, chuva, telha-vã
rio que escorre na velha taça empoeirada
O homem no chão da minha sala
cidades de ouro
castelos de mel
velhas metáforas
sinos línguas gelatina
O céu no chão da minha sala
Esse homem no chão da minha sala
provoca o veneno da cobra
pulgas atrás das orelhas
mexeu nos meus bibelôs
consertou aquela estante
revirou a roupa suja
desenterrou flores secas
fraldas
chifres
quatro cascas de ferida
um disco todo arranhado
e um punhado de pelos
Aquele homem no chão daquela sala
me fez cruzar o ribeirão dos mudos
estufa de tinhorões gigantes
no piso do meu mármore
ele acordou a doida
as quatro damas do baralho
uma ninfeta de barro
e a cadela do vizinho
Daquele homem no chão da minha sala
há meses não tenho notícia
desde que virei a cara
saltei janela
fugi sem freio ladeira abaixo
perdi o bonde
estraguei tudo
Escuridão
Que horas são, afinal ?
O galo já cantou
O escurecer já se foi
A claridade já chegou
Mas o que está faltando?
A refeição está feita
As aves estão cantando
Os predadores estão à espreita
Mas tudo continua escuro
O que está faltando, então?
É hora de acordar pra vida
Esquecer quem machucou-me
De procurar um novo amor
Mas o que estão faltando, agora?
Pois o vazio no peito não fechou
E o sol a aquecer-me
Ilumina meu caminho perdido
Mas que horas são, afinal?
Pois já devia ter anoiteçido
Igualando-se a meu coração escurecido
DIA DE SOL.
No primeiro raio de luz
o galo acorda a gente
faço preces pra Jesus
e agradeço diariamente
por no prato ter cuscuz
e no copo ter café quente.
Hj o dia nasceu e vc não estava nele. O galo não cantou, passarinhos não vieram e nem o sol apareceu. Claro! Seu sorriso cessou. Ele que ascendia o sol, apareceu a chuva, o céu se derramava. A brisa era fria, o calor do seu abraço fará falta...para sempre Paula!