Galho
Minha alma é um galho seco, de tempos em tempos se renova, revive, revigora, e eu? eu trago em mim todas as dores que ninguém pode enxergar, as cores que só eu conheço e as lembranças que cada estação deixa nesses meus galhos.
CARTÃO DE NATAL
Busque um galho de sua existência
Nas forquilhas enfeite com determinação e coragem
Não se esqueça das bolas de diligência
Dos cartões amigos de boa mensagem
Aqueles envelopados no amor, carinho, reverência
Ilumine com lâmpadas de esperança
Pisca... Pisca... na malícia, advertência
Colorindo cada canto com detalhes de alegria e confiança
E no topo do galho a estrela guia da fé
Afinal é a razão da comemoração da lembrança
O nascimento do Deus Menino filho de Maria e José
O que veio para a aliança...
Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, Natal 2015/2016
Cerrado goiano
Antes de gastar seu tempo cuidando de galho seco, teste quebrando uma pontinha para ver se ainda tem seiva viva.
FRIO (cerrado)
Quem o contentar dirá destas noites de frio?
Corre no cerrado de galho a galho, arrepio
Dum vento seco e bravio. E eu, aqui tão só
Em queixas caladas, calafrios, é de dar dó
Recolhido na tristeza do invernado cerrado
Cheio de solidão, de silêncio e de pecado...
Que corrosiva saudade! Esquisita e estranha
Uma está lembrança forjada na entranha
Do inverno, caída de outrem, fluindo amargor
Onde, em sombrio sonho, eu vivendo a dor
Sem querer, na ingratidão, com indiferença
No vazio da retidão, da ilusão e da crença
Que acirrado frio, sem piedade, ofensivo
Que me faz reclusivo, neste cárcere cativo
Insano, em vão, duma melancolia lodaçal
Que braveja, me abraça e me faz tão mal...
Por que, pra um devaneador esta paragem
Que ouriça, e é tão deslocada de coragem?
Ah! quem pode me dizer pra que assim veio?
Se está tortura é passageira, assim, eu creio.
E a minha miséria aberta, escorre pelo olhar
Receio... e mais gelado fica em mim o pesar.
Uma prosa alheia, uma penitencia escondida
Se é só o frio, por que esta insânia homicida?...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de julho de 2019
00’17”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Ao meio de uma floresta, densa, vejo ela chorando, tensa, conversando com estrelas, deitada no galho mais alto, da árvore mais alta, dizendo de sua vida difícil e todas as belezas, que um dia ela viu ou sentiu, todas vezes que mentiu, todas vezes que caiu, todas vezes que sorriu, e então sumiu..
E eu me vi a bera de um lago, e vendo o reflexo da lua e todas estrelas, vi um mundo escuro com pontos de brilho, talvez seja esse o reflexo do mundo de hoje, a escuridão tomando conta e apenas umas pessoas de brilho próprio e verdadeiro que restaram, e então me vejo dentro de um cubo, onde a mesma menina da mata está, então conversamos, sobre tudo e todos, e optamos por continuar lá, no nosso mundo em cubo, com nossas loucuras e nossas verdades..
Afinal, o mais difícil de existir, e viver..
Então que seja em nossas loucuras.
Hoje em dia é raro você encontrar um alguém pra chamar de seu. Pessoas andam pulando de galho em galho procurando a "pessoa perfeita" mas só que não existe ninguém perfeito, parem de enjoar fácil, comecem a dar valor...
A noite está tão escura, a cidade parece uma paisagem morta. Nem uma folha cai, nem um galho balança, chego a ter medo dessa paz, que se abriga em todos os quintais. Vagueio por minha mente buscando conforto,mas tudo que acho são apenas reflexões ruins que me deixam cada vez mais longe de mim. Paroe olho o mundo, ele esta passando, sinto que a vida me enganou me fez fazer o que eu nunca quis , me transformou num cara normal. Veio o medo me segurou pela mão cortou minhas asas e me impediu de voar. Boa noite
FORA DO BARALHO
Por vezes sei que falho
Mas qual seria o galho?
Da vida o atrapalho
Preciso dar um talho
Com a força do malho
E com muito trabalho
Com cabelo grisalho
Vou rasgando o baralho
Coração agasalho
Aguardando o orvalho.
Caça-Palavras {Poesia}
Jovem, caminhando solitário
O Corvo no alto do galho o observa,
Negro como a noite, mas não sombrio,
Pois sua presençaé um mistério.
Jovem segue seu caminho
E o corvo o acompanha
Observando cada passo do rapaz,
Silencioso, Misterioso
Ele fita o jovem com olhos penetrantes e sombrios
O Jovem segue seu caminho sem desconfiar,
Que o corvo o segue com seu andar,
Um bicho místico, que parece um presságio,
Enquanto o jovem segue cético no frio,
sem nenhum arrepio.
Ditados são sabedoria popular.
Cada macaco no eu galho, macaco que pula de galho em galho quer levar chumbo, passarinho que come pedra sabe o c... que tem. O jarro tanto vai à fonte que um dia quebra.
A vida é uma escola, os ditados são excelentes lições mas é preciso entender o que a sabedoria popular quer ensinar para não batermos a cabeça.
Veja o que a sequência deles acima quer dizer: Conheça suas virtudes e limitações quando for ser relacionar, não fique trocando de namorado(a) pois fatalmente você vai se machucar. Quem assume certas posturas têm que arcar com as consequências, você pode aprontar uma duas, dez ou cem vezes, certamente uma hora a vaca vai para o brejo.
Cuidado... quando a cabeça não pensa o corpo padece!
Mas o que foi que te aconteceu ? caiu do galho ? Foi a Camélia ?
Fique triste não.... dê dois suspiros e vem...vem... e vem.....
PASSARINHO...
Passarinho pousou no galho
Levinho, levinho...
Me presenteou com o seu canto
Fiquei num canto, quietinha
com medo de espantar o bichinho.
Nesse momento não houve solidão
Não houve melancolia
E até a dor do coração fugiu...!
Só não fugiu a saudades que sinto de ti
Teimou em ficar ali, insistente
Mas não sangrou o espírito
Tomou ares de sonhos distantes
De carícias nos cabelos
... Momento de transição.
Passarinho me encantou
Seu canto minha alma lavou
Depois voou
Tão mansinho
como chegou.
Vida em Morte
O galho corta o tronco forte.
Passos de vida que se encaixam fora da vida.
Esperança num porvir que não se faz cumprir.
Cuspindo respingo de ar em sacos...
E lá se vai um pouco de ti.
Os gestos lentos titubeiam
E param no nada.
Quebra-se a fé, entra-se a dor.
E se vai de pouco, aos poucos,
Sem mais direito por aqui ficar. Ali.
Ou quem sabe aonde irá?
Tua alma em prantos,
Escuta o vazio cruel,
Do teu pedido clemente,
Do teu desejo veemente,
De mais uma chance,
De Deus, puder a ti, perdoar.
E o tempo segue sem respostas.
Cessa o corpo, adormece-se em vida.
Grita num silêncio de uma voz retida,
Que atalha a brisa,
Descolorindo o pôr do sol.
E lá se vai numa lenta despedida,
Ainda dentro da vida em morte,
De lágrimas sinceras caídas,
Sem voltas, em olhar adiante,
De um céu aberto,
Da terra flutuante,
De amores que se deixa,
Da paz que se espreita,
Do tempo que se partiu em ti.
Sabe porque que os passarinhos cantam tranquilos mesmo pousados num galho fácil de quebrar? Eles sabem que tem asas!
Sou seu anjo
Um pássaro livre
Que simplesmente voa sem direção
A procura de um galho seguro
Onde eu possa descansar minhas asas.
Poetisa
IsleneSouzaLeite
Um passarinho não pode voar até que ele perca o medo e abandone o galho. Nós - passarinhos - só podemos ser livres quando deixamos nossas restrições de lado. A maioria delas vem do nosso próprio pensar. Quando pensamos não ser capazes de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, que não sou capazes de criar a vida que queremos, mais ligados estamos ao galho protetor. Deixar as restrições sobre o nosso eu é o primeiro ensinamento para aprender como voar.
Tem gente que não presta, mas dá pra quebrar o galho...
Agora, cá entre nós, tem gente que não vale é nada mesmo!
Livrai-nos dessa corja, amém!
O pássaro pulou
Voou de galho em galho
cantarolou bem baixinho
Meu amor, a minha flor-de-maio
dormia ainda
Não viu esta parte linda do meu dia
Tomara que ao menos sonhe comigo
Vai ganhar café na cama
Meu amigo passarinho vai pro chão
Pegar bichinhos nas flores que cairam
de vez em quando ele pia
depois voa
Todo voo é poesia
Voar à toa
Creio que seja
A coisa mais boa que existe
Eu não voo
e nem por isso sou sempre triste
mas me pergunto:
Passarinho, por que sumiste?
Mesmo assim meu dia é bom
Pois eu sei que você e ela
Existem.