Fúria
A quem saiu do abismo cansado quase sem vida, na fúria por viver esqueceu o melhor a compaixão para com o próximo.
Dança com os abutres vá almoçar com os lobos, rasteja com as sementes tenha a fúria feroz do leão, no entanto não esqueça de mostrar o teu caráter onde estiver.
A vingança é um amargo travado em fúria feroz, ignore limpa a mente a vingança não é um cardápio onde escolhe o local do abatedouro, lembrando quem te deve vai pagar a dívida com juros deixa o tempo cobrar.
FÚRIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Às vezes, por mais que tentemos não deixar, o pior de nós se afigura com a força brutal da fraqueza que nos faz esquecer o mundo à volta. Quando isso acontece, quebramos toda frágil certeza do que buscamos. Ferimos a nós próprios, pela ciência do quanto estamos aquém do nosso ideal. De quem achamos que somos ou tentamos ser... do nosso eterno sonho de paz interior, pela conquista do equilíbrio.
Sentimos um peso inexplicável. Um cansaço desmedido. Queremos, mas não há como escapar da consciência. Ficamos presos, e cada passo é pro nada. Pro vazio que habita em nós. Nesse ponto, só nos resta esconder... ou pelo menos tentar, por mais um tempo, engambelar esse bicho acuado, por isso mesmo feroz, que mora nesse vazio. Nessa falha de humanidade que desde sempre conheço, pois a tenho.
CRÔNICA SONSA E RANCOROSA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Depois de tantos acessos inúteis de fúria descobri, finalmente, que não preciso enforcar os meus desafetos... fazer nada contra os meus algozes, opróbrios e detratores. Agora sei que as minhas dores têm asas. Elas ainda são bem curtas, mas confio no milagre do tempo que as fará migrar lentamente para outros campos, quando eu menos der por mim.
Bastará que eu tenha calma o suficiente para dar aos meus desafetos todas as cordas do mundo. Com as cordas os troncos, as praças e até as plateias. Trata-los-ei como estrelas ou celebridades, para que a trapaça do meu bom senso tenha como atrair seus brios, as suas vaidades e a grande paixão que nutrem por si mesmos.
Eles próprios farão as suas forcas. Serão vítimas da própria pretensão. Não terei de fazer esforço para vencê-los, e para dizer a verdade, preferia não precisar vencê-los... muito menos desejar que algum desejo cruel se volte contra seja lá quem for... mas cá para nós: também tenho as maldades e mandingas de qualquer ser humano supersticioso e sonso.
Ingratidão, uma fúria feroz voraz incompreendida. Para compreender a ingratidão, o ingrato não tem o que fazer.
A tempestade vem assombrado por onde passa, após a tormenta o aprendizado será para sempre, a fúria vai a vida renasce.
Diante de qualquer Golias sempre tem o Messias para mostrar à fúria dos homens o desafio, a força e o nome do Deus vivo em nossos dias.
O Lago ficou triste
A fúria da Natureza
Rebelou-se deixando tristeza
Quem sabia?
Sebastião não sabia!
O João não sabia !
Capitólio está de luto
Foi-se esperanças
Foi-se planos
Foi-se vidas, ninguém previa
Uma rocha se desprendia
Todos se surpreendem
Um paredão que cai
Um pedaço de cada parente se vai
E nós quem somos? expectadores curiosos da Tv
O Ibope foi grande !
Não tão grande quanto as lágrimas dos entes queridos,
Um estrondo num segundo
Resta um pedaço de rocha no fundo.
Ademir Missias
Furia
Quero esquecer esses conflitos.
Quero sofrer amnésia
dessas noites malditas,
dos rebeldes e dos sofridos embaixo dos destroços!
Quem devolverá nossa caminhada por entre avenidas e bosques, quem ajudará a resgatar nossos nomes, acorde-me das trevas, diante da furia e bombardeio,
Alguém aqui sera valente o bastante
para emprestar-me a coragem para não condenar ao infortunio alguém inocente, terá o destemor de negar pão, abrir a janela, ver a nuvem engolindo a lua.
Numa noite bela, impedir o sol de brilhar num dia claro, impedir o silêncio da noite,
e possível ver um céu estrelado, um coração tranquilo,
Quero acordar e
quem sabe eu possa concordar com a carnificina
ou apagar, talvez,
o fogo da guerra dentro de mim.
Todo homem paciente
Tende a ser misterioso
Cuidado com a fúria dele
Que pode ser perigoso.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
25/03/2024
PÁGINA DE SEDE
Cavo nesta página de sede
o grito de um corpo em sedenta fúria.
A página branca produz um ruído branco
com a palavra nada.
O meu lugar no mundo
é um templo nulo.
Por vezes a minha boca
é uma palavra oca.
Sou a página fria
de um vasto deserto: a Vida!
Tenho medo de ter a sede
do mundo nos meus braços.
São três e quinze da manhã, um silêncio se mistura ao som da fúria das ondas quebrando-se na praia, nesse momento sinto uma leve presença divina, é mais um dia...
Absolutamente ondas
de fúria só deixam
a todos nós ainda
mais desamparados
no momento em
que todos deveriam
estar reconciliados,
Não sou autora da frase
"Informar não é um delito",
Aqui segue sendo repetido
para quem sabe seja
daqui para frente entendido:
Quem informa anda
sendo preso e perseguido.
Talvez este poema faça
mais do que todos nós
juntos não conseguimos,
Libertar de vez cada
preso de consciência
seja civil ou militar,
Pois até quem cuida
do dom da vida
tem sido preso
e incompreendido;
Vencer o próprio ego
se faz necessário
para viver em paz:
Não sei e talvez nem
ninguém sabe o quê
aconteceu em Ramo Verde,
Só sei que 'La Abuela Kueka'
retornou para o lugar,
Do General que está
preso injustificadamente
não canso de parar
sobre ele perguntar;
Só que que vou escrevendo
até o sol da justiça raiar,
Não vejo o porquê
de espezinhar os filhos
que um dia deixaram
uma Pátria sejam
quais forem os motivos,
porque desta Terra
somos todo peregrinos,
por isso creio no destino
e seus sinais místicos.
O tempo tem a fúria louca,
Ele passa, e não perdoa...
Giram os ponteiros dele,
De saudades estou corroída,
Estou de tanta falta quase
(desfalecida),
Não é de momento,
É sentimento profundo
(fecundado),
Giram os ponteiros do tempo,
Chegou a hora de acertar
(os nossos ponteiros):
de ti não abrirei mão, e já
provei que sou a Beatriz
que por Dante foi ao Inferno
em busca do seu coração.
Não existe tempo para amar,
Todo o tempo sempre será
Tempo para amar, amar, amar...
Não existe amor diferenciado,
Todo amor sempre será amor,
Ele é o espetáculo em esplendor.
Não existe jeito de amar,
Amar sempre encontrará
O seu próprio jeito de amar...
Não existe amor perdido,
O que existe é amor
Que não foi concretizado.
Não existe receita para amar,
Amar sempre se reinventa
A forma com a qual se eternizará.
Nos dias de exacerbações em calmaria, seria prudente economizar um pouco pros dias de fúria e truculentos...