Fui
Nunca fui de demostrar sentimentos, parece que isso me fez ser essa pessoa amargurada, hoje eu percebo a importância de um abraço e pra ser sincero é o que eu mais desejo nesse momento, um abraço amigo.
Nem sempre fui contra aniversários. Cada um me lembra que estou mais perto do abraço da morte. Como não gostar disso?
Hoje vi um coração partido em vão, fui telespectador de um pobre apaixonado por um coração complicado.
Sempre fui uma pessoa extremamente racional, até ser pega pelo sentimento mais avassalador da existência humana: a paixão.
Fui mais que sonhei ser,
fui menos do que poderia ter sido,
as oportunidades apareceram,
somente entendi, quando as perdi.
Há muitos anos, todos os dias pensava na morte naquilo que nunca fui aquela pessoa...Deve ser horrível morrer na qual nunca teve oportunidade de ser a verdadeira pessoa... Sempre vivemos numa civilização tão confusa e muito duro de compreender quando deixamos nossos entes queridos morrerem.
Nós temos uma única vida e temos a chance de sermos verdadeiros, permita-se!
Não deixe a civilização te moldar, seja sempre quem você é...
Na minha história nunca fui príncipe, nunca tive uma fada madrinha e nenhuma princesa me esperou ansiosa em uma torre. Mas desde cedo luto contra monstros, mato um dragão todos os dias e tem sempre um vilão querendo me derrubar do cavalo.
Em suas necessidades eu fui apropriado, em meus anseios fui dispensável, no momento oportuno o arrependimento se fez presente.
A casa velha, não se habitou mais
o que um dia, habitou-se a alma enferma
Fui o poeta que tentou por ignorância, descrever sobre dignidade
em meio as máquinas, a revolta consumia-me, equivocadamente sucumbi o mal do homem, que interpretou o genitor no meu coração
Somente depois de três décadas ao meu desencarne, o perdão libertou-me, não sou mais aquele que amou as pessoas com objeção, na qual um dia exercitei como arma em autodefesa
Só agora compreendo na vaga lembranças da mocidade, a minha solidão vivenciada nos meus versos, onde imprimia meus sentimentos solitários, sem verdade alguma.
Em tua companhia eu fui morrendo aos poucos, me apagando, virando sombra, deixando nas tuas mãos a decisão da minha vida. Não vivi, apenas existia imersa no medo de falar ou na covardia de me levantar e ir embora, tomar as rédeas da minha vida, viver, viver, viver!
A vida, às vezes, é cruel. Eu fui excelente em algumas coisas e péssima em outras. Queria poder dizer que o que eu fiz resultou em algo bom. A verdade é que tornei este mundo mais perigoso.
Queria te ter todos os dias
Penso em você em todos os drinks
Fui no bar pra poder relaxar
Dessa vez eu ia tentar
A aposta era te esquecer
A galera toda falou que eu ia perder
No final eu perdi mesmo
Pois fiquei tão bêbada
Que falei de você a noite inteira
- Queria te ter
Cansei de insistir
Você nunca quis ficar
E eu pensava em te amar
Só fui mais uma que você quis enganar
Parabéns pois conseguiu minha paz roubar
Pode continuar
Eu vou te perdoar
Mas vou seguir em frente sem para trás olhar
- Cansei
Em uma mensagem suicida daria adeus a uma vida a qual não fui capaz de enfrenta-la, como posso ser um ser incapaz?! Se pra todos tanto faz, se fiquei ou se partir, se fiquei ou se fugir de pessoas, sim, incapazes de sentir o que agora venho aqui em poucas linhas afirmar, em nenhum coração há vontade de morrer se não for por faltar de amar.
Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:
- Luminária?
Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.
- Não, abajur mesmo, eu disse.
- De teto?
Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu
estava muito velho ou ela estava muito nova.
No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no
criado-mudo, na mesinha da sala.
E lá em cima era lustre. - Lustre?
Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária. Pra
mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem e passe (no
futebol) chamar-se - agora - assistência.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o
nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome?
A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até
que já tivesse mudado de nome. Pra que mudar o nome das coisas?
Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como
Se chamava antes? Caminho do Rei. Pode? Pode.! Coisa de vereador com minhoca
na cabeça e tio para homenagear. Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade. Deve ser para prender o espectador
mais desavisado. Entrega em domicílio virou delivery. Agenda de correio,
mailing. São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo?
Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio. Considerando-se a estratégica
posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve. E
por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim? Agora
são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é?
Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem
moças-de-apoio. Taí uma ideia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada. Quer ver?: luau. Isso é
novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse
participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho
rosê. Coisa de bicha, isso de luau.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje
todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o
nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa ?
E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14
toneladas? E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que
até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress. Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de
inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress.Mais ou menos como a TPM.
Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu
tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio. Estressado, só a turma
do luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e
não jardim de verão? E, se você quiser mudar o nome desta crônica para
linguiça, pode. Desde que coloque o devido trema. Também conhecido como dois
pinguinhos.