Fui
Doação...
(Nilo Ribeiro)
Quando eu não mais versar,
é porque por Deus fui chamado,
meus órgãos quero doar,
este será meu legado
meus olhos de tanta visão
e abençoados por Jesus,
deixo para um irmão
que nunca tenha visto a luz
o coração que muito apaixonou,
que ainda bate perfeito,
deixo para quem nunca amou
e que reviva em outro peito
que a medula tenha serventia,
e alguém possa usufruir,
para que retome a alegria
e novamente volte a sorrir
uma hemodiálise a menos
quando doar meu rim,
pode ser um gesto pequeno,
mas será gigante para mim
doe o meu pulmão,
mesmo sendo tabagista,
se servir a um irmão
coloque-o na lista
fígado, baço e a pele,
doarei de forma devida,
para que o amor se revele
e continue em outra vida
qualquer parte do meu corpo
eu pretendo doar,
que ela dê algum conforto,
ou faça um deficiente andar
nada levarei pro outro lado
além do espírito e a alma,
lá eu serei confortado
por Jesus e Sua Calma
minhas células tronco
enviem para um laboratório
e quando estiver tudo pronto
mande-me para o crematório
este é meu desiderato,
é a minha aspiração,
com Jesus eu fiz um trato,
o doar pela inspiração
assino o meu testamento,
minha declaração de felicidade,
deixo aqui todo sentimento
e levo somente a saudade
queime o que sobrar de mim,
pois isto não é o fim,
espalhem as cinzas em um jardim
para que nasça outra vida enfim...
BOA TARDE!!!
Se perguntarem por mim
Diga que fui por aí...
Quem sabe no riacho tomar um banho
Me abrir com um chá de paraquedas
Comer arroz e frango com pequi
Conversar com um viajante estranho
Revirar minha bolsa e contar minhas moedas...
Ou então não diga nada
Porque eu só vou lá fora
Ver o sol em rápida passada
Porque vem mais chuva sem demora...
mel - ((*_*))
Sempre fui mais de silêncio, séries, sorrisos, sorvetes e livros.
Sempre fui menos de gente, de gritos, de saídas, de erros e gírias.
Lembra do rato dentro da coca cola? Fui desafiada a fazer uma campanha de retratação da empresa para seus consumidores...
Aí está...
- Caro cliente, foi mouse, muito mouse!
Eu fui a liberdade para alguns.
O segredo perfeito e o imperfeito.
A marca do in, prefixo de negação.
O refúgio do real.
O desejo da fuga.
A menina que se foi, pra algum lugar dentro de mim.
Aqui jaz o passado.
Cresci brincando com minhas próprias aventuras.
Fui capitão do meu navio que naufragava mas eu não morria.
Fui comandante das mais bravas tropas que invadiram as mais tenebrosas selvas em busca de exércitos inimigos. Me atiraram bala de canhão, pedra em fogo de catapultas, mas eu não morria.
Lutei contra dragões cuspindo fogo e mergulhei em águas infestadas de tubarões e monstros mitológicos. Sangrei por horas, mas não morria.
Até que um dia inventei de me aventurar nos bailinhos de garagem.
Transformei valsas em foxtrote e mazurcas em forró. Me vesti de Don Juan e falei como um Casanova. Porém aquele toque de lábios que até então desconhecia, me fez as pernas tremerem e o frio polar me tomou o estômago. Foi quando eu morri. De amor.
Eremita
Fui perguntar a Helenita
por onde anda seu fiote
andei a pé e de cabrita
mas esse danado tá ruim de dá o bote
ela me disse
'tu acredita, cismou agora de se isolar
diz que achou no dicionario
uma palavra bunita,
e foi se assim se aventurar'
Digo eu
'Dona Nita, este é ruim memo de enlaçar
que palavra é essa
Se não meu nome para fazê-lo tanto enfeitiçar?'
Em tremenda complicação,
para achar o palavrão
embrião, não
benedita, risca
'Sei que termina com mita
será que foi se morar nas arabias saudita?'
Até achar então
numa evidente marcação
a tal da palavra destacada:
'Erê mí tá', diz-se assim
'Pra eu, patavina...
deve ter ido pra China'
Às vezes fico pensando no que eu fiz
Fui embora e você ficou longe de mim
E é por isso que hoje me arrependi
Porque jamais amei alguém assim.
Minha cama
É feita de solidão
Revestida por frieza
Fui eu mesmo que a fiz
Com os materiais que
Você me deu.
" Eu não disse adeus, não disse absolutamente nada.
Apenas fui embora.
Embora de pessoas que já me pediam pouco a pouco sem notar.
Embora de sentimentos que não me permitiam ser."
em meus ciumes
muito mais amor proprio do que verdadeiro
esquecendo que de muitos
eu não fui o primeiro
entre praças e vielas
meu ato de coragem
é o culpado
pelo acender das velas
navegar na ilusão da cor dos olhos
torna minha inexperiencia relevante
aprendendendo com o tolo
me torno apenas mais um jovem viajante
tentando ser alguem que nesse mundo q a ele nos atira
cansado de ouvir desculpa
prefiro acreditar
que tudo foi mentira
em um coração no peito
é a cabeça quem fala
a voz que um dia de amor gritou
hoje em minha boca se cala.
Tenho a impressão que só eu fui verdadeira,só eu te amei.
Você escolheu machucar quando se é melhor amar.
Amor de metrô
Era quarta-feira quando eu entrei no metrô, já cheguei e fui sentando ao lado do meu amor.
Comecei a perguntar e ele feliz me respondeu. Tô achando mesmo que o amor da vida dele sou eu!
Me contou tantas histórias que eu nunca me interessei, mas com ele ali falando eu prestei muita atenção. Se eu saísse dali agora já sabia até fazer uma casa um avião, e até transplante de um coração.
Ele falava inglês, francês e um pouco de chinês, eu ainda apanhando das diferenças dos porquês. Tocava guitarra, baixo, contrabaixo e violão, e eu ainda precisava marcar o tempo com a mão.
Mas eu sei até fazer pudim que ele disse que ama.... Tô achando mesmo que o amor da vida dele sou eu!
Ele disse que morava bem pertinho da igreja, e eu já pensando que era ali onde a gente ia se casar. Eu cheguei até dizer bem alto um “SIM” e ele ouviu. E eu tive que completar com algo que eu inventei.
E tudo que ele falava eu quase de tudo sabia. Nem que fosse algo que eu ouvi da tia da minha tia. Mas bem no meio da história chegamos na estação, e ele sorriu, deu um tchau e ainda pegou na minha mão.
E eu fiquei ali sentada pensando naquele cara.... Tô achando mesmo que o amor da vida dele sou eu!
E que o amanhã chegue logo trazendo logo o metrô, porque eu vou procurar o meu amor pelo metrô.
E assim que o encontrar já vou logo dizer de cara.... Tô achando mesmo que o amor da sua vida sou eu!
Aos poucos fui aprendendo a controlar meu impulso em compartilhar meus sonhos com aqueles que não conhecem minhas lutas, que não sabem das feridas que tenho por trás dos sorrisos e desconhecem as cicatrizes existentes no meu coração. Parei de expor minha vida, comentar sobre meus projetos e revelar meus segredos. Vez em outra adormeço, e, exponho algo, mas rapidamente acordo e desfaço os equívocos, voltando para dentro do meu casulo. Não é por insegurança, é por não encontrar lealdade naqueles que tentam roubar minha paz e apagar meu sorriso. Me desfiz dos laços apertados, porque já estavam se tornando nós sufocantes. Confesso. Estou bem melhor assim. Tropecei, cai, me machuquei e percebi que carregava o peso daqueles que nunca quiseram caminhar ao meu lado.
Fui nas pontas de areia procurar,
... mais do que o meu Amor para te dar
... lá nas ondas do mar, só havia,
pérolas!
"Virginiana, sim, porém que me perdoem os alinhadinhos, pois por ironia do destino não fui alcançada pela perfeição'.