Fui
Deixa eu saber qual tua intenção
Prometo não me envolver
Nem mecher com o coração
Fui e fiz uma canção
Só toco se for no teu corpo violão
Café de domingo
Depois de despertar, não fui tão rápido ao banheiro, sentei na extremidade da cama e deixei a homeostase cumprir seu papel. Ainda em roupas de dormir pus água para ferver, passei um café barato desses que nem se pode sentir bem o gosto. Era o ato que importava. Já na velha xícara promocional, não agi como os amores modernos, fui cauteloso no açúcar - açúcar é um salteador de sabor - segurei a xícara como se fosse meu último instante de vida, experimentei sentir o calor fugindo para minhas mãos, não olhei para qualquer outra direção, continuei olhando para o café. O ar parecia místico e pesado ao mesmo tempo. Surgiu algo no reflexo turvo, uma face, um lugar, não importava, suspendi o julgamento. Respirei bem fundo e me senti parte de tudo. Nesses dez minutos existiu mais vida do que anos de convívio convencional. De resto só o magnífico espetáculo do dia. Sempre há algo acontecendo. Todo domingo é perigoso.
Fui até o espaço com um beijo teu
Pra você abri meu coração
E você entrou, e você entrou...
Em meus braços você amanheceu
Depois seguiu sua direção
E nunca mais voltou, nunca mais voltou...
Dissolvida em tua água fui potável
Sem você, meu equilíbrio, coitados!
Me bebem agora amargo e indigesto
Eu gostava mais de me sentir na tua pele
De me derreter no teu suor
Eu só sabia quem era eu
Me confundindo um pouco com você
Agora imagina isso
Do rio inteiro que eu sou
Você prefere ver só a margem
Naveguei outros oceanos
Naufraguei incontáveis vezes
Nadei, nadei
E morri na tua praia.
Hoje fui ver o mar, pisei areia descalço
Olhei para o meu lado e em redor
Vazio me senti, não tinha os seus passos
Segui em frente, com dor
Apesar de tudo, é bom sentir Amor
Não importa se vou sozinho
Pois dentro de mim, sinto o seu calor
E seus passos simplesmente adivinho
Sempre fui verdadeira com as pessoas, apenas dei um "eu" de mim a cada um, de acordo com o que mereciam.
Sempre fui melancólico, assim como Chopin, a diferença é que ele demostra isso no piano, já eu, nas palavras.
Muitas vezes na minha vida já fui quebrada e me levantei e recomecei, quantas vezes me vi triste e desesperada, angustiada, sem saber o que fazer, mas logo arrumei forças e me levantei em várias vezes, me tornei forte, me tornei fria. Mas ainda ainda assim baixei as minhas armaduras e de novo fui quebrada, mas sabe o que mais me dói?! É que vi isso acontecendo de forma lenta e deixei, deixei acontecer por amor, por acreditar na mudança, por querer fazer mais, e nunca doeu tanto porque em todo tempo eu via que isso ia me quebrar e eu permitir me quebrar porque queria oferecer algo melhor, algo que nunca teve, achei que você merecia, mas na verdade você não queria e só eu que não via.
Poeta, artista não
Não nasci laçada nos versos
foi depois de um tempinho a andar
fui pega pelo laço da rima
não conseguindo mais me soltar
com as rimas troco segredos
com os versos semeio o chão
somos só nós, eu e a rima
holofotes, eu não quero não
sou poeta da vida, artista não .
Não fui chamado para ser massageador de ego, nem muito menos mercantilista da palavra de Deus. Sou um pastor, ou seja, aquele que aponta o caminho.
já fui apressado, corri de mais.
Descobri que é melhor ser tranquilo, por isso vou devagar.
Chorei muito e por muito pouco, prefiro sorrir pra viver mais e melhor.
Antes eu importava com tudo; hoje só com o que me faz bem.
Meu jardim só vai florir abundantemente quando quando a chuva chegar.
Não tenho pressa, eu espero.
Harmonia de qualquer rosto Surjo das alegrias
Um dia fui triste e sem razão, meu caminho sorteou-me com a passagem do tempo, ser valente não foram suficientes, as várias condições me trouxe onde estou, posso sim ser a evolução do presente, do destino escolhido no momento e realizo esse caminho, repleto das condições que me fez capaz, e certo do horizonte que vou encontrar.
IDAS E VINDAS :'(
Parte de mim está indo embora,
mas não ache que é para sempre.
Se eu fui, tenho meus motivos
e acredite, não foram poucos.
Hoje o céu está cinza e o vento forte,
tem cheiro de sociedade extinta.
Esse som vem dos corvos,
voando na claridade.
Neles, eu prevejo o fim da humanidade.
Porém, hoje preciso ir.
E não assistirei os desastres
que vão acontecer por aqui.
A partir de hoje,
são ventos novos, mundos novos.
Os corvos abrem meus olhos,
voam entre mim.
A maturidade substituiu as dores.
O caos vai ter fim.
Uma luz no fim do túnel,
esperança de um dia incrível.
O meu novo eu vai surgir,
agora sim, só pertenço a mim.
Hoje, o céu ganha um novo querubim.
Tempos de glória.
Adeus, sociedade escória.
A DOR DA SAUDADE
Um dia eu fui feliz, mas não percebi. Saí em busca da liberdade, foi aí que a perdi. Sentindo-me preso e angustiado eu quis voar alto. Sem pensar me joguei num abismo, foi apenas um salto. Lá encontrei prazeres, sorrisos e muita falsidade. À noite tem festas, encantos, mas também tem maldade. Perdi a família, amor, dinheiro e até a dignidade. E quando acordei já não tinha mais tempo, infelizmente era tarde. Não sei onde busquei, também nunca encontrei essa tal liberdade. Hoje vivo sozinho, doente, velhinho e com a dor da saudade.
Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta.