Fui
E a vida passou, os sonhos ficaram guardados, e tudo mudou.
Me pego a questionar o quanto fui importante em algum momento na vida de alguém.
O vazio as vezes me invade e me assusta.
Estar livre seria uma paz, porém me submete ao medo de enfrentar a minha própria história.
Muitos de distanciaram da minha vida e eu nem sei o motivo, outros se foram para nunca mais voltar e eu não tive tempo de dizer-lhes adeus.
Hoje tudo está diferente, já não tenho mais o mesmo entusiasmo que tinha, tão pouco consigo traduzir em palavras ou em poemas o que antes me era tão espontâneo.
Estranhamente olho as pessoas que hoje estão a minha volta e tenho a sensação de estar vivendo em época diferente delas, me entristeço e me sinto estranha.
Quando foi que me perdi de mim? Não consigo enxergar onde deixei de ser o que eu era e só o que vejo é uma pessoa cansada, medrosa e com o coração confuso.
Não sou mais eu, penso que sou apenas uma pessoa que em algum momento se distanciou de si mesma e não encontra caminho de volta...
Poema de batista_oliveira
só fui saber se era verdade…
naquela tarde achei-te diferente
trazias no teu corpo outro perfume
que me entrou nas narinas como um gume
e pôs em rebuliço a minha mente.
trazias um vestido irreverente
mais curto e decotado que o costume
que me despertou vagas de ciúme
e me alterou a fácies de repente.
não contando comigo até coraste
mas no teu invulgar modo de ser
despiste o teu vestido e me beijaste.
então disseste-me: só fui saber
se era verdade quando me juraste
que eu era ainda um sonho de mulher.
(Soneto decassílabo publicado no meu livro “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos” editora “Poesia Impossível “ do grupo editorial Atlântico.)
Vi pessoas que eu amei dentro de um caixão, e eu nunca mais fui a mesma pessoa, pois estava naquele caixão junto com elas
"SEJA PRUDENTE, fui no hospital (emergência) em busca de atendimento; lá chegou uma senhora GRITANDO DE DOR, ao invés de usar a escada para trocar a lâmpada, utilizou a cadeira que estava mais próxima. A mesma escorregou e caiu no chão acarretando diversas fraturas. É só um exemplo do que pode ocorrer conosco por falta de prudência"
Eu dancei na chuva, fui até a borda do mundo, e decidi continuar.
Corri, e fui tão longe que nenhum outro alguém poderia me encontrar.
Me perdera, e não me encontraria novamenete.
Percebi iso quando os céus se fecharam, e não existia nada além do mais profundo silêncio.
Não existia nada que me lembrasse de quem eu era, do futuro que algum dia teve a esperança de me encontrar.
Dancei até o chão sumir, a luz se apagar, o sofrimeneto se dissipar.
Caí no mais profundo e confortável sono.
Despenquei até que meu corpo cedesse, minha mente desligasse, até que eu aprendesse a aceitar.
Dormi debaixo da chuva, caindo da borda do mundo, reconheci a minha escassez de futuro, e enfim encontrei meu lar.
Desisti das minhas ambições, do medo, e abri mão do meu coração.
Deixei tudo acabar, e finalmente, me permiti encontrar.
Não esqueça que antes de ser gelo frio, fui água natural; lembre-se que entrar no “congelador”, nunca foi minha escolha!
A MORTE CHEGOU DE BRANCO
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.
Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...
Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.
Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
E de forma imersiva a solidão, encontrei-me quando partiste e esqueci quem um dia fui nos melhores dias ao teu lado.
Quem mais me feriu devo mais gratidão, fui eu que aceitei e não coloquei limitação. Eu disse sim, quando deveria ter dito não, mas eu me perdoo, eu não era a mesma, nem sou, nem sei se serei.
Se eu já errei? Errei, mas me reconstruí, fiz verso e prosa das dores que senti; e de perdão em perdão posso perder muita coisa, mas nunca meu coração.
Nildinha Freitas
Desde sua chegada, a minha vida
não foi mais a mesma
Fui presenteada com sua vinda!
E abençoada com a presença
E grata até por sua partida
Me sinto culpado, por não estar do seu lado. Porém, sabemos que, de fato, não fui o autor dos atos.
Quando era mais jovem, gostaria de ser médico, e consegui, só não fui médico, mas continuo sendo o garoto que gostaria de ser um médico.
Eu sempre fui uma garota.
Uma garota diferente
Uma garota não aceita muito bem
Pelos outros, por mim
Fui vítima de ataques cardíacos pelo meu peito quando ouvi-te dizendo adeus, quando a noite caiu, ajoelhei e pedi a tua volta a Deus. Só queria não acreditar em nenhum destes ateus, tu voltaste quando foi feita a justiça como no tempo de Deus.
Não olhes para mim e nem para ti, olhe o futuro que espero por nós, quando olho para os teus olhos, vejo o teu vestido de noiva e a minha gravata, vejo o nosso filho alegre sorrindo para nós na varanda, ouvindo o seu profundo respiro na calada da noite enluarada.
Nunca quis ser uma referência, sem preferência, afinal todo mundo precisa do amor, não é? E neste mar sem rosas, entraria numa onda que me levaria até bem perto de ti, por longe que fosse, aí mesmo eu estaria também.
E como quem de verdade ama trocaria a minha vida por ti, para definitivamente ser a razão da sua existência, por que existem existências que são pilares de outras existências, por isso que eu também não existir sem ti, admito não viveria sem ti.
Quanto mais tento esquecer - te, mais lembro - me de ti, na cama ou de madrugada quando lias poemas e jornais, os nossos ideais são iguais, os nossos corações bem pertinentes. Na melhor das hipóteses, pode ser um bom sinal que Deus nos quer ver juntos.
Eu não sei se sou certo para mim, só sei que sou certo, certo para ti e a relação que mantém é a prova disso. Para sempre deixarei tudo a parte, amar-te-ei até a morte, amar-te-ei mulher.
Poema de Rosário Bissueque
AMAR-TE-EI MULHER
Que a poesia continue a ser um meio de libertação
Não, nunca fui moderna. E acontece o seguinte: quando estranho uma pintura é aí que é pintura. E quando estranho a palavra é aí que ela alcança o sentido. E quando estranho a vida aí é que começa a vida.
Fui mais um nas suas mãos
Não sei se por carência ou falta de opção
Só sei que eu senti amor
Que pena, só eu senti amor
Tenho Dois patos com H
Fui exercitar o corpo
O lápis apareceu em minha mão
Já montei quadrados calculados
Vejo o método, compreendo planos
Sei que algo em mim tem simetria
Lei áurea com encaixe que não rela
Uma geometria que me parece enganosa
Formas que parecem ludibriar
Preguiça em pele de lobo
Cordeiro em pele de irresponsabilidade
Disfarces que enganam até o fantasiado
Traço os pontos e não faço as linhas
As linhas feitas chegaram tarde demais
Promessas vazias e cheias ao mesmo tempo
A culpa não se disfarça e grita
O dedo que aponto é um em cinco
O dedos que me apontam é seis
Juro que tento os semicírculos
Sento no júri que me condena
Círculos, círculos e círculos
A desmotivação sem motivo não veio
A preguiça e a procrastinação sumiram
O interesse nos círculos é genuíno
A validade é até os triângulos se mostrarem
No meio de tantas formas tento e tendo
A promessa ao meu coração é a determinação
Fracasso, perjúrio, inconsistência, gelatina
Frescura, mentira, dissimulação e simulacro.
As garças sobrevoaram o céu
Não consigo ver pela penumbra
Pois as nuvens parecem laranjadas no sol
Gosto de laranja, mas prefiro manga
Suco de frutas para mim tem que ser com água.
Tantas estrelas no céu e fui me apaixonar justo por uma estrela cadente. Que, por uma fração de segundos, iluminou meu escuro céu, encantou-me e teve toda minha atenção. Mas, como toda estrela cadente, essa também teve que partir, fazendo voltar a escuridão do meu mundo e deixando apenas um pequeno rastro de luz que também logo desapareceu, restando apenas meu encanto e minha rápida memória.