Fui
Fui eu, sem ser eu.
Ontem um, hoje teu
amanhã se perdeu.
Na infância o mundo é leve,
ninguém te esquece.
Todo mundo é amigo,
inclusive o mendigo.
Na adolescência
é repentina a cadência,
tudo é sofrência,
O tema desta fase é carência.
Evolução, recriação,
transmutação.
Idéias, caráter, conduta,
Tudo muda, menos o coração.
O que conheceu já não o é.
O que era nem mais será.
Talvez o novo surpreenda.
Talvez o arrependimento virá.
A universidade pública acolhe predominantemente os herdeiros dos privilégios sociais Já fui contra cotas, achava que pelo fato do meu pai ter vindo de uma família miserável e ter galgado o sucesso, achava que se meu pai foi capaz, qualquer um seria.Sempre me traí por coisa pouca, achava que a simplicidade da vida tornava tudo mais fácil, mudei quanto a maneira de pensar, comportamento, convivência social, acredito no sistema de cotas.Nós adultos às vezes temos comportamentos impróprios para nossa idade, maturidade é o nível de desenvolvimento em comparação com pessoas da mesma idade. Aprendi que há muita desigualdade no aprendizado.A história da minha vida deve ser recuada alguns anos, minha infância foi feliz e sem luxos, aliás luxos nunca tivemos, mesmo nos tempos de ouro e fartura, vivemos compartilhando com os que menos tinham.A história de cada homem é essencial, eterna e divina, o jovem de hoje, alcança a maioridade sem atingir independência real em relação aos pais e outros adultos, demora mais o sonho da faculdade ou da casa própria, as coisas ficaram mais difíceis.A família é a mesma, nem sempre o ambiente é o mesmo, as cotas levam em conta até uma alimentação insuficiente e inadequada que causa fadiga, isolamento social e até comportamentos agressivos.A cota elimina as distâncias entre jovens desnutridos, desempregados, sem dinheiro para livros, dá autoestima a si mesmo, contextualizando cada indivíduo com seu próprio ritmo de desenvolvimento.Os jovens têm interesse pelas coisas da vida prática, a vida não é apenas o prazer carnal, há sociedades que não permitem ou reprimem relações sexuais antes do casamento e o melhor da faculdade é o senso crítico que brota na cabeça de cada um.O instinto de inutilidade pode ser canalizado para os estudos, os problemas psicológicos que os adultos enfrentam, são repressões na infância de que nasceram para ser pobres.O desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado, ser alguém exige esforço, uns poucos são privilegiados e a maioria é explorada.
Nunca soube o que era a solidão ou a tristeza, sempre fui uma garota feliz e muito bem resolvida. Mas é como dizem, a vida não é um mar de rosas! Eu entendo que passarei dificuldades, mas queria ser apoiada. E se não posso contar com minha própria família, com quem poderei contar? Tá tudo tão confuso, não me reconheço mais. “Aquela garotinha gentil e paciente, onde ela está?” “O que aconteceu com ela?“ São perguntas que sempre fazem sobre mim, mas nunca fizeram a pergunta certa: “Você está bem?” “Por que você está assim?”. Talvez se tivessem feito a pergunta certa, entenderiam a resposta
Ao ouvir tamanha declaração de amor, fui surpreendido com o roubo das palavras. E o silêncio tomou conta de todo meu ser, aumentando o gozo de contemplação (CLARIANO DA SILVA, 2020).
A festa
Ontem fui a uma festa.
Sentado fiquei a deslumbrar aquilo que vinha dos corações,
A mais pura e fiel energia.
Tinha nos participantes a mesma sintonia; e
Não havia diferenciação,
Pois as hierarquias eram diluídas no coro orquestrado com emoção.
Era a coisa mais linda.
Nunca vi tamanha harmonia.
Para onde olhava via magia,
As roupas, as pessoas: há força;
Os adereços, os cabelos: há formosura;
No canto, na dança e no olhar, a roda ia girando sem parar.
A cada ente exaltado e um novo canto entoado,
Havia uma dança com novo balanceado.
Foram muitas mensagens e manifestações lançadas por cada encantado,
Como Reis e Rainhas, na Festa, só entram na roda quem está preparado.
Deixar
Deixei, fui na esperança de encontrar
Só não percebi que havia me deixado quando parti
Parti partido, eu agora, me tornei dois
ontem, nas lembranças do que fui, hoje, na procura de sentido
Me tornei maior, mas não necessariamente grande
Na verdade, pelas andanças da vida, tecnicamente não me tornei, fui tornado
Tornado mesmo, como vento forte e impermanente que hoje é força e amanha é brisa.
Eu nunca fui muito ligado em músicas bregas, até ouvir um cara cantar o que se passava na minha cabeça. É, eu também já tirei a sua roupa nos pensamentos meus. E quem diria, heim!?, quem diria que até o Wando sabia daquilo que eu mais desejava.
A verdade é que eu perdi tempo apostando em amores vazios de mais sendo que eu sempre fui de mergulhar de cabeça. E tudo que é raso me destrói.
Já fui capaz de me calar e deixar que meus olhos falassem por mim e assim foi que as lágrimas ganharam vida. No silêncio das noites o fardo do meu travesseiro sempre foi muito pesado mas no outro dia os olhos sempre vibraram alegria o suficiente. Capaz de fazer parecer enganar. Mas os olhos não enganam. É através deles que sentimos. Bem mais que o pulsar dos pulsos e o apertar do peito.
Tenho aquela foto guardada em todos os lugares possíveis pra não esquecer jamais de que fui resgatado por você, já disse, mas tu sabe, sou repetitivo, lembro em detalhes do dia em que vi sua face pela primeira vez, só de estar escrevendo isso agora o coração dispara, os pelos arrepiam, e tudo fica colorido, é moça vai machucar ver tu tomar seu rumo e ficar cada vez mais distante, mas por favor nunca se esqueça que eu te desejo o melhor sempre.
Rosa Apaixonada
Eu sou feita da terra. Apaixonada!
Fui rosa pura, alegre e florescida
Que adormeceu nos solos da seara.
Meus espinhos de rosa são as feridas
Que cravei nos corações dos amigos
E minha alegria eu enterrei
Nas covas do meu sorriso.
Da rosa ainda me resta
Que assombro: a pureza!
E alguns traços de jovial beleza.
Cada ciclo que me embala recorda
Deste fértil terreno que é efêmero,
Que um dia irá me deixar
Secar em desespero!
E eu que sou rosa pura, apaixonada,
Dos meus encantos nada saberei,
Terei só lembranças de quem amei
E os olhos rasos d’água.
Sinônimos de um silêncio
De asas abertas,
Na chuva fina lá fui eu,
Encorporado por uma águia,
Voei,
No ar!
Fiz café e não parei,
Parece que a cafeína me deu energia,
Ou tirou meu sono,
Na noite escura e estrelada,
Continuei,
Momentos de desatinos,
Com a lua conversei,
De alma despida,
Sinônimos de um silêncio,
Minha vida analisei,
Para salvar ainda o que me restou,
Fechei os olhos e me pus á sonhar,
Uma conversa franca comigo mesmo eu precisava realizar,
Com assunto altamente inteligente,
Dei início a essa prosa,
De olhos nos meus olhos,
Promovi essa poesia,
E mais um poema se registra,
Da infância perdida,
E sobretudo que já vivi,
Não posso de nada reclamar....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Nunca fui a outras cidades, mas eu sei que todas as cidades são iguais. São só outras pessoas em outros lugares.
Na minha adolescência já sabia tudo, com o passar dos anos fui aprendendo, e hoje reconheço que pouco sei.
Quando paro para rever as fotos de minha juventude, logo penso: puxa! Como eu já fui menos jovem um dia.