Fui
Amei quando não tinha mais forças pra amar,
perdoei mesmo quando não fui perdoado, Senti falta quando já tinha sido esquecido.
Desvario
Faço de conta que não entendo
Estou fora, fui alí
Perco me nas minhas alucinações
Vou fingindo que entendo
Eu vou fazendo de conta que invento
Eu vou passo a passo buscando
O improvável e indivisível
O que poderia ter sido
Aquilo que traria de novo o amor
Eu acho que me perdi nas minhas buscas
Traz-me ó luz que conduz meu destino
Tua mais sincera recomendação
Faz me sentir o amor que tanto busco
Traduza para mim o teu sentimento
E deixe-me saber se sou teu como querias
081018
"Sua atitude foi admirável para comigo, me desculpe pois não fui recíproco, mas é sério foi inusitado isso e um tanto inesperado, sei que nem mil desculpas recompensariam, no entanto se eu lhe ver novamente irei faze-la sorrir''.
OUTRA CANTIGA DE CIRANDAR
Fui à Espanha
Buscar meu chapéu
Azul e branco
Da cor daquele céu.
Mas na Espanha
Não encontrei ninguém
Que dissesse onde estava
O chapéu do meu neném.
Olha palma, palma, palma.
Olha pé, pé, pé.
Olha roda, roda, roda,
Caranguejo peixe é.
Bati palma, palma, palma,
Finquei pé, pé, pé.
Dancei roda, fiz ciranda,
Para ver meu bem me quer.
Samba, crioula,
Que vem da Bahia,
Pega a criança
E joga na bacia.
Mas tem cuidado
E carinho com meu bem.
Ele é o meu amado
E outro igual ele não tem.
Nara Minervino
bafios
eu era simplista
bastava a valeria
na agonia fui artista
poetando com maestria
na busca de conquista
baixas, também alegria
sem querer ser alarmista
no é fugaz, até a ousadia
abaixou a crista
e as dores em cortesia
fizeram da queixa ritmista...
e o dia, leveza vadia.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
8 de outubro, 2016
Cerrado goiano
O sol vai se despedindo. O dia se torna escuro, olhei a vida com os olhos da razão,fui além dos meus limites. Chegou a hora do descanso físico - não mental. A hora da viagem grátis ao mundo surreal. Mesmo sem saber o personagem que vou vestir, sei que terei um papel de destaque. O sonho de hoje vai ser interessante. Como aves que batem ás asas sem destino sigo eu a procura do meu coração que a muito se perdeu. O sussurro incerto e triste das batida repetida do relógio Foi nesse momento que minha alma ficou mais forte e te chamou de norte a sul
O silêncio era inquebrável o eco murmurou de volta desgastado pelo vento. Boa noite.
CERRADO ERUDITO
Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Tão triste desmatado
Fui as lágrimas soluçantes
Fui por ele calado
Um dia cerrado, gigantes
No seu torto encantado
Só para me recordar
E não pude fascinar
Fiz uma poesia
Como poeta do cerrado
Soltei brados de fantasia
Pra tê-lo do meu lado
Mas a lembrança esvaia
Pelo axioma empoeirado
Neste preço tão alto
Do belo desnudado
E então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Chorei... Ante a força do sertão
Até quando este estado?
Surrado. Resiste a civilização
Ainda andei sobre o cerrado (...)
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Paráfrase Paulo Vanzolini
Eu não sou como eu fui. Eu não fui como eu deveria ter sido. Eu não me tornei o que eu deveria ter me tornado. Eu não mantive minhas promessas. Eu fui ao teatro. Eu escutei esta peça. Eu falei esta peça. E escrevi esta peça.
Por amor
Por amor fui tua
Por amor me entreguei
Por amor errei
Por amor morri
Por amor a ti sofri
Por amor a ti sangrei
Por amor a mim levantei
Por amor a mim me curei
Por amor ao amor
Um dia, o amor amarei.
Kátia Osório
Nunca fui rasa o suficiente pra tratar as pessoas que passaram pela minha vida como se já não houvessem a mesma importância. Toda vez que alguém entra no nosso coração, mesmo que a pessoa vá embora, fica um pedacinho dela e não devemos desconsiderar a importância que ela um dia teve.
Minha alma velha
me arrepia os meus
ouvidos,
me deixa o meu corpo
bambo de emoções.
Já fui escravo,
sou escravo.
Minha liberdade
são meus olhos:
Capoeira!
Fui obrigado a conviver a vida toda com essa dualidade: apaixonado pela ficção, de um lado, e tendo que trabalhar com a informação no dia a dia.
Peço desculpa se alguma vez fui uma pessoa ruim na sua vida, estou mudando a cada dia, corrigindo meus erros e lentamente me tornando uma versão melhor de mim.
a coitada
fui ali na janela
ouvir a chuva
magricela
tão turva
ela estava chiando
ai, como sussurra
fica só reclamando
da secura, e hurra
e empurra a poeira
do telhado
escorre pela beira
da rua, e desanuviado
refrescado, na sua eira
ah! feliz, está o cerrado...
e numa tranqueira enleada
a chuva desce a ladeira
a coitada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2919
Cerrado goiano
Está pessoinha linda que fui um dia me trouxe a vida que tenho hoje. Ela nunca me permitiu deixar de acreditar em meus sonhos, mesmo nos grandes momentos de choros, de dor, de crescimento, me dizia baixinho: vamos que o oásis está à frente.
Muitas vezes tive que me despir de mim mesmo, minha mente urrava e queria desistir, mas minha criança interna não deixou. Então, choramos juntas, mergulhamos juntas, aprendemos juntas.
E nos momentos de amor, balançamos nos ventos, apreciamos os pássaros curiosos, choramos quando nasceu o sol. Revíramos as terras e plantamos muitas sementes.
As cortinas foram se abrindo cada vez mais, vieram ao meu lado seres que puderam me ajudar, a deixar o caminho mais leve, nunca desistimos.
Risos, após os choros, a sabedoria brotou em mim. Hoje juntas cuidamos de muitas pessoas que tem suas crianças feridas, olhamos com carinho uma para outra e dizemos amorosamente e bem baixinho : Não vamos deixá-la desistir.
Assim É, nos tornamos está alma humana cheia de luz e alegrias, pois compreendemos que quando nos curamos podemos curar o outro, quando nos amamos, temos a oportunidade de amar todos os seres.
E hoje somos apenas UMA!
Eu nunca tive muitos medos, e conforme eu fui crescendo, fui perdendo os poucos que eu tinha. Nunca tive medo do escuro, já tive um pouco de medo de insetos, e já tive muito medo da morte. Com o passar do tempo, eu passei a amar o escuro, aprendi a não me incomodar com insetos, e comecei a cortejar a morte, porém, um novo e único medo surgiu, um que não me aterroriza ou causa calafrios, mas um que faz a vida deixar de ter sentido. Muitas pessoas encontram diversos parceiros românticos durante a vida, poucas pessoas encontram alguém que se encaixe perfeitamente com elas, e vivem algo feliz e duradouro, algumas outras pessoas nunca terão a oportunidade de saber o que é isso. Isso me faz pensar, e se eu estiver destinado a ser um dos que nunca vai encontrar alguém para ficar ao lado? E se eu for um dos destinados a ficar sozinho até o fim? Creio que esse seja meu único medo atual, estar fadado a continuar sozinho pelo resto da vida.