Fui
Já fui criança... brinquei muitas vezes com brinquedos usados, bois de manga verde debaixo das arvores e com pés de latas... não tive muitos brinquedos mais brinquei muito... não tive todo ano uma festa de aniversário mas tive uma que nunca me esqueci, da decoração do bolo de morangos... Hoje eu cresci, os brinquedos que não tive não me fizeram falta, as festas também não. O que carrego sempre desde infância são os ensinamentos que me fizeram um adulto melhor e a gratidão aos meus pais que nunca me pouparam a verdade e a realidade da vida.
Movido pelo Sopro do Senhor, fui levado comobrisa, cruzando a fronteira da vida, para contemplar a beleza de Deus no Universo da alma!
E finalmente fui expulsa do céu, caí em meio a todo desespero que havia dentro de mim,
Quantas vezes hei de morrer em busca da vida, em busca de algo a mais.
Quantas vezes vou me enganar em busca de uma verdade, felicidade.
Eu te odeio por tanto te amar, tu eras tudo que eu procurava,
Escuro, meu Tsar.
Quando a vida mudar, onde estarás...
E quando minha vida finalmente chegar, será o fim
Quem eu fui?
Fazem duas horas já, ninguém fala mais do que duas frases, nenhum som mais alto que as batidas dos seus próprios corações. A maioria evita olhar, passando longe ou desviando os olhares, mesmo que seu subconsciente queira uma prova do que há, para mostrar que é real e não imaginação. Mas, alguns, poucos, têm a coragem e a ousadia de se aproximar e observar, até mesmo tocar, verificar se o que viam em filmes era real, se era fria e triste a aparência. Porém, surpreendiam-se com o que achavam, não era triste nem melancólico, parecia… feliz, livre, como se quisesse esse fim. Não entendiam como ou porque, só sabiam que era esse sentimento que lhes brotava ao olhar-me. Mas, como poderiam entender? Nunca tentaram me compreender, nunca me viram de verdade, mas agora, com meu corpo ali, exposto e sem mais a minha muralha, eles tinham a chance de compreender. Eu não sou mais a mesma, nunca fui, cada versão minha está presente nesta sala, cada pessoa aqui representa uma personagem diferente que interpretei, tem a filha, nunca perfeita, que decepcionou mais do que orgulhou; a irmãzinha, que sempre idolatrou o irmão e que tem que ser forte pelos dois. Tem a amiga sem sentimentos, que odeia abraços, joga vôlei, topa de tudo e sempre faz o impossível pelos amigos, sem esperar nada de volta. Tem a neta, que faz de tudo para ser presente, ser o orgulho deles e não os deixar sozinho. Tem também a sobrinha/prima que está sempre ali, toda vez que a família está junta, ela está lá, cuidando dos priminhos para que os pais possam descansar, se dividindo para dar atenção a todos, sendo para eles o que ela mais quis na sua vida, tentando salvar tradições e a família. Esses são só alguns dos inúmeros personagens que existiram a partir de mim. E, hoje, eles estão todos aqui, reunidos pela primeira vez. No fim, essa reunião em volta de mim traz à tona uma revelação, eles nunca me conheceram de verdade. Tios contam aos meus colegas como sou com os meus primos mais novos, e uma revelação é feita: gosto de carinho, de abraços, não sou fria de verdade. Assim, a primeira máscara cai, e continua caindo, até que não sobre mais nenhuma. E, pela primeira vez nas últimas duas horas, e talvez na minha vida toda, todos os presentes se voltam para mim, assim como Macabéa é minha hora de brilhar, de ser a estrela. Meu rosto sereno não desaparece, na verdade, sinto como se estivesse sorrindo, sorrindo não para eles, mas para mim, por finalmente me livrar de todas as máscaras, por finalmente ser apenas EU.
quando fui demostrar sentimento
Me magoaram e me fez entender
O porquê fui frio por muito tempo.
Me mato por dentro e tiro o sorriso
que transbordava por fora.
Às vezes usei.
Outrora, sinto que fui usado.
Magoei e também fui magoado.
Desprezei e fui desprezado.
Causei dor e ocasionei feridas que talvez nunca cicatrizem.
Mas, também abriram feridas em mim.
Fui imaturo, infiel, pouco desonesto, hipócrita e às vezes soberbo.
Fui moleque, infantil e desprezível.
Porem, sinto que vivi tudo isso de volta!
Sinto-me muitas vezes culpado, triste e amargurado.
Então! Lembro-me de algo chamado retorno, lembro tudo que vai, volta.
Entendo que tudo que um dia eu fiz, hoje fizeram ou irão fazer a mim.
Sendo assim, livro-me da culpa e sigo em paz!
Nem quando fui culpado dos meus erros passados que cometi.
Doeu mais que ser julgado por algo que não fiz, tudo que era minha paz, virou uma guerra interna que não me dá trégua!
Ciclos
Perdi as contas de quantas vezes morri
Algumas vezes fui apunhalada sem misericórdia
Assassinada pelas mãos de quem jurou estar ao meu lado
Outras vezes fui levada ao suicídio
Pelo desejo em findar a dor
A dor das feridas abertas em minha Alma.
Perdi as contas de quantas vezes morri
Mas todas as vezes que a morte me beijou a vida me abraçou
Me fazendo perder as contas de quantas vezes renasci.
Acontece que eu emocional,
de frieza fui ao ápice.
Precisei correr em resgate,
tentando salvar o que restava de mim.
Por que eu fui te amar tanto assim
Se eu tive oportunidade de dizer não
Mais você cresceu em meu pensamento
Um verdadeiro furacão em meu coração
Trouxe para mim o amor de volta
Que foi como fogo dentro de mim
Me ensinando a te amar
Como flor em um jardim
Porque eu fui te amar tanto assim
Você é tão especial
Um forte afeto nasceu entre nós
Um amor imortal
Uma sede inabalável
Tão difícil de matar
Meu pensamento sustentavam
Eu e você em um lugar
Por que eu fui te amar tanto assim.
Por isso sempre pensei que sou feliz na minha humilde ignorância.
Sempre fui uma pessoa que presa mais pessoas do que coisas, o pouco que tenho é o que me faz feliz hoje, que é o que importa.
Suavemente eu fui sedendo
A maneira mais produtiva
De tocar o barco a frente
Atravessei a parede da incerteza
E dei de cara com a sobriedade, protagonista da vida saudável.
...em alegria suspiro a vida
Talvez esse é meu problema,
Pensar demais e perder a hora certa de quase tudo. Distância é segurança, segurança é essencial.
Frequência desmedida
E nessa de ir, fui indo sem saber,
Com a finalidade de apenas te conhecer,
Insano isso tudo,
De repente,
Tu eras a resenha de todo o meu mundo,
Quão isso soa absurdo?
Preferias então ser surdo?
Perdão,
Pelo tom dessa alucinação,
Realidade de explosão,
Disparou tantos dardos na direção do meu frágil coração,
Vagava desligada,
Despreparada para uma nova saída,
E do nada,
Você me trouxe de volta a vida,
E eu que acreditava em carregar tal uma sina,
Todo momento só escutava buzinas,
Como cê pode perceber?
Que na verdade,
Eu sempre rezei para um dia finalmente em ti me perder.
Poema redigido por Madam Avizza (C.M.G.C.) na cidade de Santos – SP em 19 de junho do ano de 2020
O divórcio da música e da poesia
Fui privilegiada
passei minha adolescência
nos anos oitenta e fui contagiada
Tive como meus pais
a música e a poesia
o casal mais perfeito que já conheci
e por anos me tocou os sentidos
principalmente os ouvidos
embalou meus momentos
fez parte da minha história
e conquistou meu coração
mas infelizmente de uns anos pra cá
não estavam mais em harmonia
e a falta de cultura detonou esse casamento
e também a falta de respeito
mas eu tenho comigo seus filhos; meus irmãos
os músicos e poetas
e o álbum de casamento
ficou-nos de herança
e eu levo com carinho
ensinando aos meus filhos e sobrinhos
as boas lembranças que sobraram
desse intenso casamento.
Escrevi no dia que fui mandada embora.
Eu disse que seria só mais um mês e quando dei por mim fui ficando e ficando....
Você nunca me prometeu nada eu quem sou cheia de esperanças,
Em um espaço de tempo eu me questionava se eu estava acomodada ou conformada.
Partir nunca foi a minha intenção porque eu esperava de você mais ação.
Já fui queimada na fogueira
e rotulada de todas as maneiras.
Já fui dada como louca
e privada de votar.
Fui julgada pelo meu estilo
e por não querer engravidar.
Ainda sim, eu não desisto,
do direito de ser, pensar e estar.
Para viver à minha maneira,
estou sempre disposta a lutar,
nem que isso signifique
morrer e renascer,
para então continuar.