Fui
Fiapos de Memórias
Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.
E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.
Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.
A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.
Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.
A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.
Quero esta a cada dia diferente..
diferente do que era
diferente do que fui
diferente do que sou
sendo eu sempre eu
Nasci em janeiro passei minha infância em fevereiro fui pra escola em março o primário terminei em abril, comecei ginásio em maio ,colegial em junho,fiz técnico julho comecei a trampa em agosto,setembro fui pra faculdade,outubro reprovei , novenbro continuei e em dezembro me formei e o resto eu não sei....kkkk
Já fui professora, e na época, podia-se dizer que o salário era bom.
Hoje, lamentavelmente, o "pobre" professor, tem que ir às ruas, protestar e lutar para conseguir um salário decente e digno de suas funções bem mais difíceis em virtude da extrema violência e desrespeito que encontram em sala de aula.
E o descaso das autoridades para com a educação continua...
Solidariedade para com estes heróis quase anônimos tão imprecindíveis ao desenvolvimento cultural e social de nosso país...
E vocês pais que ainda têm seus filhos nas escolas, o que dizem sobre isto?
mel - ((^_^))
Nunca fui o homem que você sempre desejou, mas com certeza sou a pessoa que lutou para se encaixar em seus desejos.
Divinal Humor:
Fui criança no circo da navalha
da minha infância foi a mortalha.
Risos cruéis, talhados no escárnio pelo aço,
mal sabia eu que desse circo quem ri também é seu palhaço.
Diante de tanto horror
descobri o divinal humor.
Por isso, exalto essa comédia de dor.
O sadismo em seu maior fulgor.
Parti, fui pra longe,
Mesmo distante, pensava em ti
Vivi, o amor que eu eu tive,
Quando ao teu lado estava aqui
E lá senti saudades,
Pois com verdade eu amo a ti
Voltar era preciso,
Rever teu riso, ficar um pouco junto a ti
Pensei, nas horas nossas, era tão pouco o tempo meu
Quem dera já fosses minha,
Assim o meu mundo seria o teu
E lá nas noites frias,
Que bom seria estar contigo
Voltar para os teus braços,
Pois é no teu abraço,
Que encontro o meu abrigo.
Já perdoei erros imperdoáveis
Já amei e não fui amado
Já carreguei e não fui levado
Importei-me e me vi errado;
Mas agora quero mudar!
Quero amar e ser amado
Quero importar-me e não ser rejeitado
Surpreender e não ser decepcionado
Viver a vida em um significado
Se atrever na vida com o melhor para ser agradado;
Saudades de mim
Levantei hoje com saudades de mim
Pelo tempo veloz eu fui ultrapassado
Já nem sei mais se é começo ou fim
Nesta rota de caminho cascalhado
Sigo em direção ao plano horizonte
Pois o por do sol me leva ao cerrado
O mais interessante é que virou fonte
Nela tento do menino ordenhar o fado
Assim aí eu possa ultrapassar a ponte
Do labirinto acidentado que hoje sinto
Nesta de buscar mais cor onde eu for
O cinza empoeirado me tornou absinto
Me pôs nu nos desejos de ser sonhador
E nas recordações arranquei o estopim
Pra atar na minh'alma os cacos do amor
E tirar da memória às saudades de mim
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Estradeiro
Parido no cerrado mineiro
Levado pra beira mar
Assim fui estradeiro
No Goiás vim parar
Aqui estrangeiro,
incerto lar...
Sou de nenhum lugar.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
De tanto pensar em você, fui me esquecendo.
de tanto viver para você , fui me matando.
E quando você se foi; tive que me reencontrar jogado num canto escuro do meu quarto. E mais uma vez recomeçar sozinho, vazio e com medo de ser trocado outra vez . Mas agora já sabia que o amor só é bom quando se é vivido à dois.
Acelerei, acelerei e acabei no chão
Fui rápido de mais não puxei o freio de mão
Ali estava eu emperrado no vão
Frente a frente com a ingratidão
E agora sem óleo no coração
Dificilmente o guincho levanta esse caminhão
Eu sempre fui muito sincero e isso machucava as pessoas, elas querem a verdade, mas não suportam ela, a mentira é mais confortável (isso não vale pra todos, mas pra maioria). Como nunca gostei de ferir as pessoas, me dediquei a ver uma forma da minha verdade ser indolor. Mentir nunca foi uma opção, entre a dor do próximo e a minha, ambas não são válidas, foi quando aprendi duas lições.
Eu mereço conviver com a verdade e as pessoas merecem a verdade e quando a verdade é dura, não quer dizer que precise ser amaciada, descobri que sempre temos escolhas, se a verdade machuca alguém, mentir machuca a mim. Mesmo assim resta uma escolha que nem todos conhecem que é o silencio.
Eu aprendi a transmitir minhas verdades por brincadeiras, por saber o poder que tem e quando a brincadeira não era viável, aprendi a ficar quieto, porque pra mim a mentira nunca foi uma opção.
Isso faz de mim um besta, bobo, palhaço e as vezes, severo, mas nunca falso. Com as minhas verdades, 10% é piada e 80% é ação, 10% eu ainda não sei, mas eu nunca falei que sou honesto, eu apensa sou.
Eu gosto de me passar por palhaço e tonto, na maioria das vezes um exemplo ruim, porque eu sei o que sou. JÁ VI MUITOS PREGAREM QUE SÃO SANTOS E CONDENAR OU JULGAR OUTROS, MAS PRATICAREM O ERRADO. Resumindo, eu já vi e convivo com muito lobo em pele de carneiro, mas eu entendo eles afinal, é fácil apontar o certo o complicado é fazer. Não me misturo, mas entendo. Não desejo ser o certo e nem o errado, prefiro continuar sendo o bobo da corte.
Um dia me vi totalmente perdido do caminho que fui ensinado, indo em direção inversa do bom costume, me achei pós margem de tudo que é comum.
Do aborrecimento molestador,me saiu a confrontar um silêncio assombroso e horrível tal qual o terror noturno é para uma criança solitária. Do silêncio deu me com impeto uma voz divinamente acalentadora.
Então pensei, se aqui se faz comigo presente o Eterno Transcedente, certamente estou exatamente onde preciso estar.
Quis esmagar, sufocar o amor dentro de mim; mas fui inundada por uma torrencial avalanche de amor que me fez respirar de novo, emergir, esvair toda a minha dor...