Fui
Sempre fui favorável ao aborto. A polêmica sobre esse assunto é fundamentalista.
De tanta besteira que eu poderia escrever ,
fui por na carta meu sentimento por você .
De outras drogas eu poderia ser o consumidor,
mas escolhi me alucinar com o amor .
Por muitas coisas meu coração poderia acelerar ,
mas ele só faz isso quanto te ver passar .
Tanta coisa que eu posso pedir na oração ,
Só desejo que você não seja uma ilusão .
Existe tantas coisa para mim sonhar ,
mas todas as cenas consiste em te abraçar .
Com muitas coisas eu poderia ser feliz ,
mas só sinto isso ao te ver sorrir .
Deixei de carregar pesos:
Agora me deixo levar pelo amor !
Nunca fui boa em ter que agradar alguém,
acredito que se eu agradar-me e amar-me sem
reservas ,consigo amar a muitos sem exigências.
Dinheiro, Ah!, nunca tive,
nem tenho,
Mas não subestimo meu engenho.
Não fui, nem fiquei, eu ainda venho;
Nunca me entrego, eu me empenho;
Não brigo e nem guardo mágoas,
eu me contenho;
Eu não finjo crer, na realidade me atenho;
Jamais me convenço, eu me convenho;
Não rejeito alimento algum, apenas me abstenho.
"Pensam que eu já fui embora
Parece que nunca existi
Todos os dias em que vejo fotos
Eu não estou presente
Um aperto surge em mim
Mas mesmo assim
Tentarei seguir em frente"
A primeira vez que eu te olhei logo pensei, encontrei á minha felicidade, daí fui e me apaguei em vc muito rápido, foi tão rápido que só olhava seu o seu lado romântico, e não olhava que tudo isso não passava de uma ilusão.
CARTA AO BOM VELHINHO
Confesso, eu fui uma péssima garota esse ano. Fiz um monte de bobagens imperdoáveis.
Julguei os que mendigavam nos sinais, só dispondo moedas àqueles que não tinham cheiro adocicado de álcool (ou não pareciam entorpecidos). Comi uns chocolates na madrugada sem que ninguém soubesse: a TPM era mais forte do que eu. Desculpei-me dizendo que não estava passando bem, mas na verdade o compromisso é que era mesmo muito chato. Gritei palavrões cabeludos perto da minha filha quando o pneu do carro entrou em buracos (e, falando nisso, acho que também ultrapassei a velocidade máxima permitida algumas vezes). Viajei para lugares paradisíacos no meio de reuniões enfadonhas. Perdi a paciência e a sanidade com gente lerda e preguiçosa. Bebi menos água do que devia, e outras vezes tive que encerrar uma conversa pela metade pois não aguentava mais segurar o xixi. Fiz caretas e até distanciei o equipamento do ouvido enquanto conversava com idiotas ou tagarelas ao telefone. Dormi bem menos do que devia, e fui bem mais exigente comigo mesma do que era preciso. Menti a idade um bom par de vezes. Julguei injustamente pneuzinhos, covardia, fraqueza, fracasso, desemprego e ignorância alheia como desleixo. Deixei de dizer alguns “nãos” na hora certa. Fiquei um pouco mais de tempo que eu queria dedilhando o smartphone. Por vezes esqueci de anotar certas coisas importantes... E acabei me esquecendo de vez. E, mais um ano termina, e eu não consegui aniquilar a vaidade, o orgulho e fundamentar o exercício do desapego.
Mas, nem tudo são só espinhos. Em contrapartida, experimentei lugares e sabores novos. Tive um pouco mais de paciência com as pessoas que convivo. Fiz novos e excelentes amigos. Sorri o quanto pude, e dentro das minhas limitações, tentei não perder a compostura. Calei quando percebi que só devia escutar. Aprendi, enfim, a sair de conversas improdutivas, principalmente das que se falavam mal de um ausente. Evitei entrar em brigas e debates presenciais e em rede e encontrei sabedoria em fontes alternativas. Assisti às séries que eu bem quis. Vi filmes e li livros que todo mundo rechaça, só pelo prazer de ter a minha própria opinião. Voltei a ouvir lindas músicas esquecidas, e me permiti sentir profundas saudades de quem já se foi. Importei muito menos com a opinião dos outros, e acabei saindo sábados pela manhã sentindo-me linda, apesar de um vestidinho roto e “maquiada” somente com óculos escuros. Fui em todas as festas, comemorações, jantares e festejos que pude, e perdi o controle com a bebida uma única vez. Tentei não sofrer tanto com a insônia, ocupando aquelas horas inertes com algo que me pudesse fazer feliz. Consumi muito menos alimentos industrializados e melhorei sobremaneira a minha consciência alimentar. Sorvi de camarote cada um dos 365 dias da minha filha. Troquei meus travesseiros por outros bem mais macios. Pintei a casa de outra cor. Comecei a chorar por sensibilidade, e acho que esse foi um dos grandes trunfos desse ano.
Não sei ao certo se nesse balanço da vida eu mereça algum presente. Não precisa ser complacente se eu não fizer jus. Mas se algo eu puder pedir, quero saúde para ver a minha filha crescer. Quero disposição para trabalhar por mais tantos anos. Quero mais sabedoria para todos os enfrentamentos durante essa caminhada pedregulhosa. Quero senso crítico cada vez mais apurado para que as minhas “lentes” não embacem diante desse fumacê insistente que os jornais mostram. Quero forças para fugir das tentações (como, por exemplo, um taco generoso de um bolo prestígio). Renove a minha vontade de realizar cada um dos meus sonhos, e preciso de serenidade quando a realização deles delongar um pouco mais pelo envolvimento de terceiros. Por fim, quero lucidez suficiente para não caminhar com a boiada.
E, “para não dizer que não falei das flores”, uma rebarbinha do Prêmio da Mega Sena da Virada não seria nada mau também, hein?
FALTA O QUÊ?
Viajei nos tapetes de Aladim
fui califa do castelo em Bagdá
vi seu Lunga no sertão do Ceará
e vi Abel no dia que matou Caim
botei a baixo todo muro de Berlim
e pelo mundo visitei as capitais
já criei um milhão de animais
e a paz eu levei pra Palestina
conheci cada cidadão da China
e o que é que me falta fazer mais.
Segurei as pilastras com Sansão
a na ceia estava ao lado de Jesus
chorei ajoelhado ao pé da cruz
e naveguei com Saul pelo Jordão
fiz campana com Curisco e Lampião
e pintei todas pedras dos corais
escapei de furacões e vendavais
e desci as cataratas numa boia
fui recruta pelo cavalo Tróia
e o que é que me falta fazer mais
Levei o mar pro deserto do Saara
e plantei uva em pleno sertão
escrevi cada frase do alcorão
no oriente eu aconselhava Sara
no garimpo encontrei a joia rara
protegida por mais de mil serviçais
me livrei de todas tentações carnais
e me casei com a rainha da Inglaterra
se já dei sete voltas nessa terra
o que é que me falta fazer mais.
Já entrei na cova dos leões
e enfrentei toda máfia italiana
chutei colmeia de abelha africana
e nos dentes arranquei os seus ferrões
conquistei mais de trezentos corações
e pendurei minha roupa em mil varais
conheci cada um dos ancestrais
da família do senhor Matusalém
se atrasei as horas lá no Big bem
o que é que me falta fazer mais.
Minha cidade
Ourinhos , minha cidade linda.
Eu nasci ali pertinho mas você me adotou !
Fui morar em Curitiba ...cidade espetacular ,
mas a saudade era grande , então eu tive que voltar
Fui morar em Sorocaba e também não teve jeito
era uma dor no peito ...porque era aqui o meu lugar
Aqui está a minha família...minha mãe ...meus irmãos , minha filha
amigos da vida toda
minha infância foi aqui ...nas ruas minhas lembranças
aquela menina de tranças que corria e que brincava
ainda tenho na memória
Você é o cenário da minha história
e eu jamais vou te abandonar.
Você rumo aos 100 e eu aos 50 ...rs
Parabéns Ourinhos ...minha cidade que tem um povo com o coração de ouro
Eu só vim mesmo aqui pra te dizer que eu não queria ter ido, mas fui. Pra te fazer entender que eu teria escolhido ficar se você tivesse me dado essa opção. Pra te contar que eu só fui porque você me permitiu ir embora. A gente sempre vai embora não é?
"Você era pra ser um poema escrito numa noite quente
Lembrando do quanto aquele dia fui inconsequente.
Você era pra ser só uma lembrança boa
De um sábado divertido no aniversário de um amigo.
Você era pra ser aquele alguém que a gente cita
Numa conversa descontraída
Lembrando aquele dia em que estava louca e desinibida.
E eu não consigo perceber
Em qual momento você passou a ser:
A xícara de café na cama,
Admirando meu pijama.
A terça-feira chuvosa,
Voz de preguiça e palavras amorosas,
Depois daquela segunda-feira maravilhosa
Que antes da tua chegada era tediosa.
Você era pra ser só um motivo
Para escrever sobre um dia atípico
Um poema qualquer e sem sentido.
Mas sem perceber, mesmo parecendo clichê
Hoje você faz meu coração arder.
Você era pra ser só um desconhecido
Com a possibilidade de se tornar um amigo
Mas não sei o momento preciso
Que você passou a receber todas as noites o meu beijo e meu sorriso.”
Confiei errado e sofri, enchido de orgulho insisti. Fui até aonde nem dava para ir.
La no final então eu percebi, quem eu era. Quem eu não era, e que não deveria estar ali.
Acordei com a dor, descobri a importância do aprendizado e o peso da consequência.
Amadureci.
IDA E VOLTA!
Sofri quando era menino
fui do sertão pro sudeste
sem rumo, reta ou destino
não tive nada que preste
pedi pro meu Deus Divino
se ele me fez nordestino
deixe eu morrer no nordeste.
MUDANÇAS DE MIM
Por vezes, tentaram mudar minha alma.
Admito que aceitei até certo ponto, fui iludido;
Mas, retornei a minha essência, de nascença;
Porque isso falou mais alto.
Falou mais alto que a voz da massa;
Mais alto que os ecos dos meios;
Mais forte que os amigos e
até mais relevantes que meus desejos.
Os amigos vêm e vão-se,
Os desejos também passam;
Mas quem eu sou na alma, não, talvez, perco-me...
À todas as paixões ultrapassa.
A conversão do ser, ser eu
não é a mudança que preciso.
Preciso do adejamento de mim mesmo no todo;
No aflorar da alma, no viver contente;
Ter a liberdade de ser quem de fato sou;
Não oscilar pelos desejos, é impor-me nas vontades.
E é estar à origem inerente.
"Toda as vezes em que eu me pus a sonhar, fui violentamente transportado a minha realidade. Se eu encarar a minha realidade, serei transportado para meus sonhos?"
►Beijos Fantasmas
Junto a minha tia eu fui a capela, por que ela queria
Talvez fora o destino, mas de longe vi uma menina
Linda, a pele branca como as nuvens do dia
Estava distante, estava sozinha
Eu fiquei fascinado pela sua beleza
Deixei minha companhia e parti,
Ao encontro da pequena sereia
Ela me disse que morava nas redondezas
Perguntei se não tinha medo do cemitério,
Ela respondeu dizendo que era bobeira,
Muitos de seus parentes descansavam lá
Quando percebi, o tempo havia passado,
Eu acabei por ficar enfeitiçado pelo seu charme
Minha tia já estava terminando,
E por aquela garota eu estava me apaixonando
Ao término, perguntei se poderia vê-la novamente
Eu conhecia aquela rua, e em concordar, fui embora contente.
No dia seguinte, lá estava ela, no mesmo lugar
Comecei a pensar que ela talvez gostasse mesmo de rezar
Eu não iria critica-la, cada vez mais eu estava a me maravilhar
Conversávamos sobre tudo, sobre as flores, sobre o mundo
Me lembro que ela me perguntou uma vez,
Se eu sabia quantos túmulos havia depois do muro
Eu não fazia ideia, ainda disse que sentia muito.
Nossos encontros se tornaram diários
Meus professores da escola se espantavam,
Com a rapidez que eu entregava os trabalhos
Apenas para subir aquela rua de pedra,
E me encontrar com a linda donzela.
Depois de algum tempo, sobre o olhar da Lua,
Nossos lábios finalmente se encontraram
Me senti como se pudesse iluminar aquela noite escura
Eu a segurava em meus braços,
Sentia toda a sua ternura,
E tentava aquecê-la, pois era fria a sua pele
Os beijos seguintes foram leves, mas nada breves
E estavam carregados com sentimentos esbeltos
Eu queria que aquele momento fosse eterno,
Mas para sempre ele estará vivo, escrito neste caderno.
Ao nascer do dia seguinte, não a vi
A capela ainda permanecia, mas ela não estava mais ali
Eu voltei nos dias futuros,
Meu coração começará a ficar inseguro, sentia sua falta,
E eu sempre chorava quando voltava para casa
Eu sentia uma grande saudade
Ela havia criado em mim uma fragilidade.
Alguns meses depois fui, junto a minha tia, ao cemitério
Era o aniversário de minha vó
Eu estava um pouco imerso, com pensamentos no deserto
Enquanto nos retirávamos, eu notei, lá de longe,
Um senhor de idade, ajoelhado, diante de um túmulo belo
Ao nos aproximar,
Indaguei aos meus olhos se eles estavam cegos
Não aguentei e simplesmente despenquei
Aquela a quem me beijará, jaz a mais de uma década naquele túmulo
O meu amor fora ou não real? Eu ainda era puro?
O tempo me obrigou a superar
Às vezes eu acordava e me lembrava
E com ela eu sonhava, nunca consegui acreditar
Até que a velhice veio me falar,
Que meu tempo haveria de chegar.
Me apaixonei por outra pessoa,
E junto a ela, tive uma vida duradoura
Nossos filhos deram, aos filhos, os nossos nomes
Eu sempre amei minha esposa,
Mas nunca quis esquecer daquela minha juventude,
Da garota especial, de quando estávamos juntos
Nunca se foi da lembrança seu beijo, apesar de tudo
Sessenta anos se apoiaram em meus ombros
E, lá no fundo, continuei amando ela, talvez esperando,
O dia em que eu fosse encontra-la, assim como antes.
Eu voltei a ser aquele mesmo rapaz,
Quando Deus finalmente me deu a eterna paz,
Fui descansar no fim da rua de pedras
Quando abri meus olhos, eu vi ela
Permanecia a mesma, e eu perdi uns setenta anos
Éramos novamente dois jovens se abraçando.
Ela esticou sua mão para mim, e partimos
Pelas ruas caminhávamos sorrindo
Me despedi pela última vez de minha esposa e filhos,
E subi, em direção aos céus, com aquela mesma garota,
Que conheci na capela, e que hoje comigo voa.
-Fui obrigado a CRER,
Julgado ao ESCOLHER,
Traído ao CONFIAR,
Escolhido sem SABER, escultado
palavras que DOI, tive Sentir sem QUERER, com a
Dor sem reclamar.
E Ainda Estou de PÉ.