Fugir de Si Mesmo

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A força é hostil a si própria, quando a inteligência a não dirige.

Todos os homens são doidos e, apesar das precauções, só diferem entre si em virtude das proporções.

A vida é um viajante que deixa a sua capa arrastar atrás de si, para que lhe apague o sinal dos passos.

No coração humano, os prazeres não mantém entre si as relações que os desgostos aí conservam; as novas alegrias não fazem renascer as antigas, mas as dores recentes reverdecem as outras.

Observamos que todas as nações, tanto as bárbaras como as humanas, embora tão distantes entre si no espaço e no tempo, conservam estes três costumes humanos: todas têm alguma religião, todos contraem casamentos solenes, e todas enterram os seus mortos.

Uma mulher que se casa com uma jovem por dinheiro rebaixa a si mesma a categoria de concubina.

O pensamento só se respeita a si próprio.

Émile-Auguste Chartier
CHARTIER, E., Conceitos de Literatura

Todos aqueles que devem deliberar sobre questões dúbias devem também manter-se imunes ao ódio e à simpatia, à ira e ao sentimentalismo.

Onde os homens se persuadem que os governos os devem fazer felizes, e não eles a si próprios, não há governo que os possa contentar nem agradar-lhes.

O homem que não é indulgente com os outros, ainda não se conhece a si próprio.

Os homens apenas se podem salvar entre si mesmos. É por isso que Deus se disfarça de homem.

Inserida por pensador

Cada homem quer um Deus só para si.

Ninguém sente em si o amor que inspira e não comparte.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Amor de Perdição, 1862

Quem desconfia de si próprio, menos pode confiar nos outros.

O que a si próprio louva, murmura do maior amigo que tem.

Somos tão avaros em louvar os outros homens, que cada um deles se crê autorizado a louvar-se a si próprio.

Seja o que for que temamos, sempre sera melhor enfrentar do que fugir.!!

Em alguns momentos, a melhor forma de enfrentar um problema é mergulhando nele. Melhor do que fugir.

É melhor ficar e lutar. Se fugir, somente morrerás cansado.

(...) Quando o sol sossegava e começava a querer fugir do que causou, vinham então as estrelas, tão espertas. Propunham brilhar-se todas e entreter os dois, fazê-los amolecer com o frio da noite e dizer bobagens quaisquer para esquecer o que se passava. não dava.

As estrelas deles vinham separadas, também. Por oceanos, terras, mares, rios, planetas, ventos, tudo. Era muito longe. Ele cá, ela lá. Doía de novo.

A noite propunha sacanagem e desgosto de estar só. Mas ao final só sobrava o segundo e a certeza de que era mesmo a maior sacanagem da história estarem sem poder se tocar, daquele jeito...

Aí pensavam em largar tudo, em largar trabalho, escola, família. Em se largar em nome do outro. E desistiam. Doía.

Enquanto um amanhecia, o outro adormecia e seguiram os dias com essa brincadeira de gato e rato que nunca se encontram. Ficavam assim, então: sobrevivendo a cada dia e esmorecendo a cada noite. Lutando contra o medo do mundo e o medo deles mesmos, por estarem em mundos tão diferentes por hora, agora, pra sempre, quem sabe? Não sabiam.

Tentavam acreditar numa mudança, num descaso do destino que insistiu em manter-lhes assim, um descuido que deixasse um deles passar, fugido. Tentavam fugir da verdade e se encontrar um no outro, mas se perdiam. Estavam perdidos. Nos dias quentes, nas noites longas, na espera fria. Só sei que doía.”