Fugir
TEMPO
Dói te ver...
Por vezes você bate em minha porta, e não te atendo.
Na verdade tenho pavor de lhe encontrar!
Ando fugindo incessantemente da sua presença, porquê quando te percebo, máquina, não consigo encarar a realidade amedrontadora na qual você volta para mim.
Escrevo-lhe está carta, Time Machine.
Você quer chorar, fugir, quebrar alguma coisa, porque percebe que não pode fazer nada contra a máquina de destruição em massa.
Se não fazes questão e se tanto faz, já não tens minha atenção.
Correrei pra longe, até me perder de vista, daquilo que um dia foi minha maior inspiração, para que não se torne minha pior catástrofe.
Você tenta se esconder por esses dias tristes e calados. Já não quer mais ninguém ao teu lado. Um anjo solitário que segue invisível em meio ao vendaval. Um gigante terrível a persegue, Mas não consegue lhe causar maior mal do que este que sentes agora... Esta dor cruel que lhe apavora , chamada saudade do que você sonho e não viu junto com um vazio deixado por alguém que foi embora. É difícil entender o que se passa nessas horas! Escondida na chuva e no frio e sem ninguém ao teu lado em teu pequeno mundo vazio, triste e calado... Nem um suspiro, nem um pranto. Também quero me esconder aí por esses cantos onde ninguém possa nos ver! O que eu posso fazer por você?! Será que ninguém percebe ou não quer entender que o inimigo que te persegue é o mesmo inimigo que a todos quer vencer! Mas do teu jeito você luta, calada e sozinha... Mas se esta guerra é tua eu também faço que seja minha. Pois, por estes dias tristes e calados, eu quero seguir e lutar ao teu lado!...
Só o conhecimento da ciência da vida, permite ao homem fugir das paixões negativas que proliferam lá fora.
O bicho,
quando quer fugir dos outros,
faz um buraco na terra.
O homem,
para fugir de si,
fez um buraco no céu.
Por quanto tempo mais irei fugir, ou negar, não sei mais do que se trata.
Simplesmente quero desfazer ou refazer todos os sentimentos que vem e que foram embora. Não, na verdade só quero o sol, ou melhor o por do sol, onde me caiba sentada numa pedra ou somente em pé lá observando o sol indo embora levando cada pensamento meu, cada vontade não feita, cada palavra não dita e cada lembrança que não deve ser lembrada.
E esses olhos, o que tem neles que me deixam trêmula, que me deixam séria e ao mesmo tempo risonha, que me preenchem e que me obrigam a olhar para os lábios, onde lá desejo me encontrar, nos lábios onde saem cada palavra dita para fazer os meus sorrirem.
Porque, quando mais precisares, fugirão e, não mais falaram contigo. Porque, todavia, são neófitos aos prosélitos, egoístas e soberbos. E você, ate quando fugira da realidade e falaras mentiras? O tempo se esgota a cada dia! Não resta muito tempo para acordar do sono.