Fugaz

Cerca de 379 frases e pensamentos: Fugaz

LIRA FUGAZ

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Dei amor sem amar; isso teve o seu preço;
entreguei um vazio que forjou essência;
tive tua fé cega num guia de gesso,
pela funda ilusão de vencer a carência...

O que fui para ti foi um caso de urgência;
fui ficando, e depois, me tornei endereço;
me deixei dominar ou cedi à dormência
e meu fundo sem alma se deixou do avesso...

Dei assim, sem doar, o melhor dos empenhos;
os carinhos e beijos foram meus engenhos
de levar uma vida que julguei a dois...

Mesmo assim fui sincero na minha mentira,
na canção passageira da qual foste lira,
mas mostrou, desde antes, não haver depois...

Inserida por demetriosena

⁠Efêmera flor

A flor é Efêmera
Efêmero é o amor,
E tudo que é fugaz
Está ligado a dor.
O amor não é eterno
Infinita não é a dor
Tudo de bom
Que acontece
Tem o dedo do amor.
O vendaval amortece a chama
Que apaga
O Efêmero amor
Foi na brisa de mansinho
A devassa Efêmera flor!

Inserida por J6NEMG

ROGO (soneto)

Senhor, Senhor, fugaz passa, e outrora
Sonhei sonhos sonhados, tive fantasia
Como jamais poderia sonhá-lo agora
Algum ter que fora, acervo na poesia

Passou o inverno, primavera e a hora
Passou o verão, também a noite, o dia
E na espera, me perdi no tempo a fora
E na quimera, o querer então persistia

Senhor, o meu poetizar está desnudo
Sem brado, cansado, o coração mudo
E neste vazio torpor, o amor é averso

Nada vem, porém, rude foi o destino
Ele marchou, Senhor, foi com destino
E comigo o desejo do incitador verso

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
07 de outubro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

IPÊ ROSA (soneto)

Cálice róseo de fugaz formosura
Donde vem teu matizado, o tom
Que o árido cerrado te escultura
No agreste, num veludo crepom

Sois volúpia em flor, tal bravura
Doidas da "sequia", audaz dom
Onde catou a tua cor, ó candura
Belo buquê em poema tão bom

Teus segredos ao olhar rouxinol
Em um canto dum verso e prosa
O teu frescor abrigo no avido sol

Ó almas feitas, casta, tal estriga
Copiosas a esvoaçar ipês, rosa
Na savana goiana toada cantiga

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

novembro

já é novembro, dos ventos
o tempo fugaz caminhando
as quimeras em movimentos
rodopiando, e que seja brando
inflados de sentimentos...

as coisas já esquecidas
no bolso da promessa
que não sejam retorcidas
e tão pouco tenha pressa
que cure, todas as feridas...

há tempo após a existência

tenha fé, no nosso Criador
mais louvor... mais reverência
e assim, mais sal, menos dor
afinal, o penúltimo mês do ano
que o recebamos com amor
e que não sejamos, profano...

no coração todo o valor
lembranças, sem dano
mês de finados, luz, fervor...

bem-vindo!
- mês 11 do calendário gregoriano
chegou novembro, que seja lindo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/11/2019, 05'35"- Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)

Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz

Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz

Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto

Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE ANIVERSÁRIO

O tempo passa, fugaz os anos
Numa poesia de trova da vida
Chegada, prossiga ela, partida
Em seus versos bons ou tiranos

Passa-se a rima, envelhecida
Nos agrados e nos desenganos
Dos novos e dos velhos planos
Os sonhos e, da ilusão nascida

Nas venturas, pouco se figura
A quimera... se cabelo branco
No amor, mais vale a candura

Se antes ficção, agora franco
O dizer: - louco é essa loucura
O viver. E duro o seu tamanco!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ AFORA

Passaste como a flor do ipê fugaz
que se desprende na sua aurora
do desvelo só tiveste àquela hora
em que do afeto o emotivo traz

Ter-te e perder-te! sensação voraz
que inunda o peito, e a dor piora
sem ver-te, o poetar por ti chora
em tristes versos, saudade tenaz

Demorou essa presença em mim
minha alma ainda adora, e flora
emoção num sentimento marfim

Neste querer, o querer é outrora
se sonhei contigo, calou o clarim
dessa estória, o amor vai afora!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro de 2020, 02 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CARQUILHA ...

Fugaz, é que o tempo célere venha
pra devorar a quimera alquebrada
e no rosário de feitos, vária jornada
ide nós, afoitos, na vetustez grenha

E, que outra quimera nos mantenha
a não ser da força, que seja morada
de amores, e sensação apaixonada
o poder que sustenta: - laço tenha!

Ó efêmero, ó breve, ó dor extrema
com o seu encanecer, assim, aliado
louco, que corrói a vaidade da gente

Só tu és patada, ó ligeireza suprema
que traz saudade ao momento tirado
e carquilha ao fado, dantes recente! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17/04/2021, 13’24” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠APRESSA-TE

Basta-te depressa, o tempo é fugaz
A vida passa num piscar, sem temor
Que hoje é viveza e desejo lhe traz
Amanhã, já não mais lhe terá amor

Gostemo-nos agora, o viver é fugaz
Dando laços, vamos, ofertando flor
Agrado leve que ao coração satisfaz
E um querer manso, feliz e sedutor

Vagando serenamente por um olhar
Estar, e no coração sentir a pulsação
Sem que a desdita venha perturbar

Existamos hoje, na sede, na paixão
Mantendo acesa a chama de amar
Que flama, divina, na viva sensação

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21, junho, 2021, 14’25” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Primavera

Florescem os lírios com o branco da paz
Brotam gardênias com o seu colorido fugaz
Em cada rosa transfigura o perfume do beijo
No movimento das margaridas o aceno do desejo

É o romantismo brindado na tulipa vermelha do amor
São os caminhos tapetado com violetas, delicada flor
As camélias perfumando com seu aroma inebriador
Raro como a papoula a vida se faz com poético teor

É a natureza oferecendo sorrisos com boca de leão
São as horas marcadas pelos girassóis em posição
Com copos de leite branco, a pureza, doce perfeição
Um azul hortência que tinge a primaveril estação

É época primeira anunciada pelas trombetas de anjo
São sacadas e floreiras vestidas das cores do gerânio
Aveludada como as begônias amanhece cada aurora
A solitária vitória régia desfaz a nostalgia de outrora

Sempre vivas bradando a temporada em anunciação
De manacá em manacá se orna a serra em floração
Em cada pingo de ouro a densa natureza persevera
Assim, bela como a orquídea é toda a primavera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/09/2008, domingo, 07’00” – Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RECÔNDITO

Falei tanto de solidão, de devaneio
De sonhos, galanteios e desgraça
Em tudo fugaz, que vem e passa
No piscar de olhos, com que veio
Tal desventura e ventura e graça
Choro e riso, a liberdade e o freio
Tão pouca a sorte tive no sorteio
Tudo agridoce tal fogo e fumaça

O autêntico senso, é de mansinho
Penetra na alma, no amor orgulho
Tem olhar manso e melhor carinho
Se vem e devassa, é um engulho
Silencia, no doce poetar, definho
Suspiro, perfurando sem barulho

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2018, 06 de outubro - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO PARA OS 90 ANOS

A vida quando aos 90 anos
Avante, fugaz se faz revelar
Surgindo saberes soberanos
No encanto que faz sonhar...
Gratidão a cada primavera
Na sequência a prosseguir
Enflora a cada novata era
A florear a fase do existir

Ah, tempo, se adivinhasse
Se pudesse sentir o andar
Sentiria a poesia pra valer...
Da existência, veterana face
Do tempo, então, a versejar!
É vida longeva, viva o viver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/08/2022, 18’00” – Araguari, MG
*soneto para os 90 anos de Daisy Lemos Dorazio

Inserida por LucianoSpagnol

Enquanto a maioria buscou uma vida fugaz, eu busquei a eternidade.

Inserida por adrianocelestino

Ventania no Cerrado

Chia o vento no cerrado seco
Num grito fugaz de melancolia
Zumbindo a sequidão num eco
Nos tortos galhos em poesia
Este vento que traz solidão
E também traz especiaria
Dando aroma a esta emoção
E combustão a esta ventania

Calado pelo canto da seriema
Que com o sertão tem parceria
Choraminga o cerrado em poema
Das folhas secas em sua correria
Desenhando no vasto céu dilema
Do rústico e o belo em poesia
Musicando a natureza suprema
Da diversidade em sua agonia
(Vai o vento em sua romaria.)

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

IPÊ AMARELO (soneto)

No teu fugaz aflorar. És partitura
Duma melodia cálida fulgurante
De etérea figura num semblante
No ápice duma passagem pura

Se ergue na paisagem, vibrante
Em efígie no cerrado, escultura
Tão cróceo de aparata candura
Num teor pomposo e insinuante

Ave ipê! Natureza na sua mesura
Aos olhos se faz guapo arruante
Ao poeta estro em embocadura

E neste Éden de aptidão gigante
Ao belo, a quimera se aventura
Numa viagem de visão alucinante

Luciano Spagnol
Agosto de 2016

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Ri efêmero que seja fugaz, não vão confrontar o meu amor na subida nem vão alcançar na descida, tua decadência não soma nada já nasceu em decomposição, como pode ter audácia tão mesquinha, quanto a mim, vou voltar para a felicidade lá está o meu regresso.

Inserida por Raimundo1973

⁠⁠Na peneira de Satanás qualquer trama é um trauma para a vida fugaz.

Inserida por HelgirGirodo

⁠Raridade nas alturas

A completude da vida
Acontece, fugaz e raramente
Com o surgimento luminoso
Riscando os céus no firmamento
Um luar exuberantemente raro
Entre coqueiros e folhagens
Balançando nos ares
Deixando rastro de brisa
Em tempos de verão
Despertando a veia poética
Do menestrel do Mucuri
Boquiaberto, adormecido
Nas elucubrações das
Madrugadas silenciosas
Coração tenro, palpitante
Mar calmo e suave
Efervescência da epiderme
Que jorrra com ternura a beleza
Do verão que aparece implodindo
A imensidão das águas líricas
De bela Saratoga

Inserida por JBP2023

A DAMA CANDIDA:



Ela virá tal qual trem
Que as paralelas trilha
Fugaz, viril como sempre vem
Insana, em sua palidez marmórea brilha

A lápide seu refugio
Epitáfio a própria identidade
Anoite indumentária... Negra qual Vesúvio
Hostil, sem carisma ou piedade

De semblante pálido, olhar galhardo
Ela brada e rir, sem sentir-se vai
E consigo leva seu maior finório sem deixar recado

Qual vento se vai sem deixar vestígios
De volta ao seu “Paraíso” fúnebre
Como se frenesi, te chama ao verdadeiro equilíbrio.

Inserida por NICOLAVITAL