Fuga
Cotidianos
Vou vivendo meu próprio.
Não escapo aos meus estragos,
Mas sou quem mais desfruta
Meus amargos e doces
Cotidianos.
O que verdadeiramente significa para uma pessoa,
pode não ser o que ela demonstra significar,
pois o que ela usa para mostrar como significativo
é apenas uma fuga para o que o torna
insignificante quanto ser.
Em tempos de relacionamentos "Tipo Fogueiras" : O que Não vira carvão, vira fumaça, usufruir é a palavra de ordem.
"Qualquer um pode ser estrangeiro ou não, dependendo de onde se esteja. Então, por que o preconceito? Hein? "
Muitas pessoas querem fugir, mas as que realmente fogem, raramente anunciam isso de antemão: elas simplesmente vão embora.
ᕈOṈΓO DE ҒUGΔ
A minha objetiva sobre o mundo...
É a do agora.
E agora sou tudo o que me rodeia.
Enquanto vejo o que me rodeia,
A minha consciência rasa,
Extravasa,
Rasga,
E a minha recompensa
Não me é mais recompensada!
A meia-vida não se atinge
E a dose mínima,
É SUB dosada!
- Porque te cinges resignada?
Enquanto não atinjo respostas,
A recompensa jamais será recompensada.
A forma fora de estado,
Transforma-se num gume fino,
Para aqueles que odeiam estar em nenhum lado.
O gume fino não se coíbe,
Do que lhe cabe,
Da pressão que sabe,
Nem do sabor que vive!
A voz não diz!
Vive muda nesse estado.
O gume fino,
Aproveita deste lado,
Para esventrar o ego e tudo o que o vicia.
Atravessa a dura-máter
E acontece algo que eu não queria!
Leva-me o escalpe para servir de assas
E faz voar a fantasia.
Perspetiva renascentista,
Na tábua rasa,
Sem locomotiva que lhe resista!
Sou o humano a olhar para mim.
Nádir chamado pelo zénite.
Equinócio de outono enquanto o dia chega ao fim.
Sobrado plano sem louvor,
Derramado no ofuscante branco,
Sem vida nem amor.
Milmiun, onde um braço estendido e forte,
Aguarda pela minha sangrenta morte.
Explosão de plasma,
Luz que pasma,
Ao som da escuridão!
Lírico poético, quê cético,
De uma morte perpetrada sem razão.
Faço uma viagem ao contrário,
Vejo a granulometria da areia
E atravesso o ferro do pilar pra meu calvário!
A gravilha da estrada,
Outrora calcário sedimentado,
Mora agora no sobrado,
E nas fistulas do betão curado.
E eu só...
Sem que alguém tenha dó,
Sinto-me purgado.
Dos males de mim!
Dos bens de mim!
Tal como o malmequer depois de desfolhado.
Sou despido de tudo o que me rodeia.
Ser humano sem sentimento... desnudado.
Fotão de luz em busca do passado.
Vejo partir o que me rodeia.
Das pétalas sou afastado!
Livre do pecado e da maldade,
Sinto que a vizinha de cima,
Não me viu passar, ainda assim sei
Que lhe perturbei o fumo exalado.
Que lhe apaguei o cigarro,
Que ela ainda não tinha acabado!
Vou deixando este mundo,
Pra viver num mergulho profundo!
Agora que não sinto,
Nem o mundo é só o que me rodeia.
Já não são apenas as paredes do meu quarto,
Nem o enxergão de palha em que me deito farto!
Deixo de ver o segundo
E nesta vista altiva,
Sou a perspetiva estendida,
Sou o corpo de massa zero,
Mínimo, mero, não mais tenho o que quero.
Vejo tudo o que temi!
Vejo tudo o que um dia vivi!
Vejo o elefante morto!
Vejo o homem que o matou!
Vejo a indignação de quem o viu morrer!
Vejo quantos o julgaram!
Mas já não vejo maldade.
E quanto mais longe estou,
Menos vejo a desigualdade.
Não mais sinto o desejo,
De mudar a realidade.
Viajo na espiral do vácuo,
Sem que o meu sangue entre em ebulição.
Sei que ele ficou derramado no sobrado,
Onde já não estou, onde de tão longe nem vejo.
Mas não deixo de sentir a sensação,
Do cordão que me liga à Mãe,
Que dança em orbita com o gigante Pai...
Uma valsa equante!
Da qual eu sou cada vez mais longe...
Menos cavalgante…
Mais distante…
Mas não de pensar.
Ainda há existência em mim!
Ainda há um subconsciente no vácuo sem fim!
Só não sinto mais as fronteiras que nos protegem,
Nem sentimentos de ódio de quem mal me quer.
Não deixo de amar todos aqueles que nos regem,
Os iguais a eu...
Continuo a sentir o púlpito de vida!
A cultura!
Inflação!
A subida!
O bordão!
Porque não sei pra onde vou...
Porque não sei onde estou, nem o que diga!
Continuo a crer na menina escura.
Brilhantes iris sem deferente no oposto equante,
No Ser Humano sem agrura.
Continuo a crer!...
Que não há Humanidade sem transumância,
Que não há bom nem mal,
Nem mundos sem distância.
E daqui do longinco celestial,
Mais perto do zénite,
Do escuro do dia que chega ao fim,
Perto do ofuscante branco
E do braço forte que espera por mim,
Recordo as palavras do épico.
Pragmático poético também ele.
"quê cético"
Longe da jornada de onde eu vim
TU és o outro universo, verso do inverso
dentro do verso que há mim!
And I see the "Pale Blue Dot"
Não esconda-se de você, se quer tente, eis em saber que ainda que cadáver é você ali representado...
De tal maneira me tinham
Ao fugir-me
A mim, que tanto esperava
Ser fiel
E forte
E firme,
Que não era mais que morte
A vida então vivida
Auto- cadáver...
Chuva é canção de liberdade, a alegria também
A chuvinha amainou e passando por alguns caminhos fiquei pasma com a transformação deles. Ou não havia notado bem estes dias ou foi assim de repente? As chuvas deixaram o verde muito mais brilhante do que já conheço dessa cor e as plantas parece que cresceram centímetros de um dia para o outro e isso sem falar nas ervas daninhas que transbordam por todo canto. Ainda bem que agora rios e lagos estão cheios de água vida, até o sapo na lagoinha canta mais feliz em meio ao seu brejo.
Qual seria a canção para arrematar tudo isso? Agradecer ou apenas festejar, dando pulos como o fazem os animais em liberdade? Já viram cavalos presos em baias ? Quando soltos, saem em tresloucada corrida aos pulos pelo campo. É necessário sair da frente porque entram em desvario. Pássaros infelizes em gaiolas, quando saem para a liberdade, batem em obstáculos na fuga para o vazio do espaço que dominam com suas asas. A vida é assim, a liberdade traz alegria, temos que dar valor a ela, não só a do corpo, mas da alma também, como agora, quando venho rabiscar aqui simplesmente algo singelo, sem receio de que pensem que meu mote parece sempre o mesmo.
Sabe a corrida? Aquele momento seu junto de Deus, pois é, é o momento em que você pensa em tudo e ao mesmo tempo em nada, de tal forma que faz um bem danado para a mente. As pessoas deveriam se aproveitar mais dela, é gratuita.
Eu te desafio a fazer algo
Estou te esperando de novo, pra eu não levar a culpa
Fugimos, só que estamos correndo em círculos
Passamos pelas coisas sem as ver...
Se alguém nos pede amor não nos fazemos amar...
Como passamos pelas flores numa calçada...
Sem as notar...
Somos agora mais lentos...
Nem tudo é novidade...
Passamos pelo tempo...
Chega a velhice...
Não aproveitamos a mocidade...
Em noites inclinadas de melancolia...
Não percebemos a lua...
As estrelas que nos fazem companhia...
De palavra em palavra...
Dia após dia...
Finda-se a vida...
Não percebemos...
Já não transborda o cálice em alegrias...
Onde a luz é feliz...
Ela se demora...
Vivamos imensamente...
A fuga das horas...
Hoje e agora...
Sandro Paschoal Nogueira
Quantas vezes preferimos sorrir para não ter que explicar?
Quantas vezes nos calamos por não ter as palavras certas para definir o que sentimos? Viciamos em pequenas fugas e quando percebemos, estamos longe de tudo, longe demais!
Heresia. Você é punida por isso. Não por fazer parte da resistência. Porque, oficialmente, a resistência não existe. Não por ajudar pessoas a escapar. Porque, oficialmente, fugas não existem.
Quando você me olhou
As palavras fugiram e tudo que eu consegui foi dizer oi
Mal sabia eu que isso era tudo que você precisava ouvir
Ouvir de mim, porque o resto
Você fez, me refez
No mesmo instante, eu me apaixonei