Fuga
O desejo de quebrar o silêncio com ruído humano constante é precisamente uma fuga do terror sagrado daquele encontro divino.
Jogos deveriam ser uma fuga da realidade. Ter amigos dá uma vantagem. Ter tempo e dinheiro é uma vantagem. Não é diferente da realidade.
Liberdade ou fuga eu não sei qual é mais perigoso, só sei que ambos são oferecidos como uma recompensa.
Mentir é uma fuga e insegurança sobre a falta da capacidade de se expressar de maneira sabia e inteligente com coragem e determinação em qualquer circunstâncias.
Fuga momentânea da realidade, passeando pelas páginas de bom livro, às vezes, lendo histórias ricas em simplicidade, emoções calorosas, risos e lágrimas, reflexões sobre a vida, a oportunidade de conhecer outras essencialidades, uma reunião das palavras que de alguma forma estão vivas e merecem ser lidas com calma para que se possa tirar alguma lição que vivifica, as mensagens que quis passar através das suas linhas expressivas.
Decidi limitar o acesso a mim mesma, não como um ato de fuga, mas de fortalecimento. Um lembrete de que, em meio ao tumulto do mundo, sempre posso encontrar um lugar de paz dentro de mim.
Há diferentes formas de fuga. Algumas pessoas fogem saindo de casa outras fogem ficando muito tempo no mesmo lugar.
O auto conhecimento vem quando nem, no imaginar vem a ideia de fuga e o proceder advém de algum conhecimento.
Quando surgem ideias com aguçados planos de fuga, prenda-as ao papel e torne-as reféns de seus planos.
O medo, o egoísmo e a insegurança nos fazem fugir da realidade. A fuga é mais fácil do que encarar os desafios.
Estar consciente é uma constante fuga da loucura. Loucura é aceitar viver no universo do outro. Amor é um ato de loucura. Razão é o ato de assassinar suas versões que não cabem. Empatia é um estado de consciência. Pensar é ato mínimo. Refletir é dignidade. Silêncio, educação.
Na dança sutil entre sombras e luz,
A fuga se ergue como um véu fugaz,
Mas seu encanto é efêmero, ilusório,
Pois ao fugir, a alma se dispersa.
Quem parte carrega mais que seu fardo,
Leva consigo um eco de despedida,
Um eco que ressoa nos corações deixados,
Marcando-os com a tinta da ausência.
A fuga é uma coreografia de solidão,
Uma dança onde o vazio é o par,
E quem foge dança ao som do silêncio,
Deixando para trás um palco vazio.
No fim, as fugas são como poemas tristes,
Que desumanizam os versos da vida,
E quem parte, por mais que busque se esconder,
Deixa um rastro indelével de suas pegadas.
Então fique até ter coragem para permanecer e dividir as levezas, preencher os espaços para que o eco não dissipe ímpar as coisas não compreendidas. Deixe a tinta daquelas ausências insistentes escorrem sob os pés enquanto bailamos.
Tudo é cíclico, por vezes interligado, por vezes intermitente.
O fato é que não há fuga, para o que nos esta destinado.