Fruta
Devaneia só.
Utopia, loucura total, saudade sanada numa parada qualquer, sabor de amor, fruta que se fez mulher
um capricho do coração, um aperto de mão, suave demais para quem não quer confusão. Desejo escondido, banido, largado em um canto qualquer, solidão que se fez um gemido e formou-se refrão,
um grito abafado por ti, uma voz de mulher.
Coração devaneia só, sabe ele que a escuridão é abstrata demais para quem não tem nada a perder
e amar é desvanecer no abismo do pensamento confuso sem cheiro e sem rumo, sem cor e sem sumo
como flor sem perfume e o sorriso sem jeito por não lembrar de sorrir direito, esquecido no tempo,
choro calado, choro afastado de ti, não reconheço quem está no espelho, uma sombra quase perdida,
fina cortina de fumaça, um resvalo do suor da madrugada, com pingos de saudade, o vento frio tenta esquentar a noite que rejeita a espera do amanhecer. Ela diz ser você, pobre saudade, não sabe mentir.
tinha um pé de quebra queixo.
era esse o nome que meu avô, dava a fruta.
que até hoje ainda nao emcontrei de novo.
depois de grande, voltei no lugar.
lá pelo meio da chácara da infância. e procurei a árvore.
o que antes, era verde e vivo. como minhas corridas de um canto a outro na infância.
estava seco e diferente. morrendo.
e a árvore ja não florescia mais.
eu não sei bem, se por que naquele dia.
ali pelos meus 6 anos de idade.
meu primo tinha feito uma casa de árvore la em cima.
dessa bendita árvore que tinha uma casa de joão de barro e essa fruta.
e eu me lembro bem daquela tarde cheia de sol em que a gente brincava la.
e minha avó, berrava meu nome pra descer. lá da outra casa.
um eco longe e repreendedor.
eu só sei. que quando alguem me pergunta:
fruta preferida.
eu minto.
digo: morango, kiwi, maça, siriguela.
qualquer coisa que venha na hora.
afinal, quem aqui já viu um pé de quebra-queixo?
(Crys de Almeida)
MORANGUITOS
Morangos
Moranguinhos
Moranguitos
Fruta doce e tão gostosa
Nascem em flor
Passam a verdes
Se tornam amarelos
Ficam vermelhos
Tal como o amor
Nasce do conhecer
Passa a amizade
Se torna paixão
Toca o coração
Morango vermelho
Coração vermelho
Morango doce
Coração melado
Come o morango
Vive o amor
Não deixes estragar um
Não percas o outro
Aproveita a doçura do morango
E o prazer de amar e ser amado (a)
Tal como os morangos têm a sua época
O amor tem seu momento
Não deixes de comer os morangos
Nem de viver o amor
Tua Falta
Sinto falta de você...
do teu beijo apaixonado
do teu gosto de fruta madura
do teu corpo quente e dourado
do teu olhar cheio de doçura.
Sinto falta de você...
da tua forma de me olhar
da tua mão a me acariciar
da tua comida a me encantar
da tua voz a me incendiar.
Sinto falta de você...
do teu amor a me querer
do teu olhar de desejo
do teu calor a me aquecer
do teu galope matreiro.
Sinto falta de você...
da tua mansa suavidade
da tua forma de me cortejar
da tua doce sensibilidade
do teu jeito de me amar!
Fruta doce
Gosto de mel, não tire o baton
Seus beijos me levam ao céu
Sinto sua pele, branca e macia,
Seus olhos fechados, ingênua menina,
Me conquistou, Arrebatou esse coração,
De pés descalços, nariz empinado, sorriso perfeito
Princesa, mulher
Se envolve, em meus braços,
Esta protegida, adoro morango viciei em você
Aroma... Ah!! O Amor!!!
A mora, eis a fruta dos enamorados
R omance, eis a estória dos apaixonados
O dio, eis o mal, dos desconsolados
M agia, o encanto inusitado
A mor, é o aroma, escrito ao contrário!!!
O caminho para a sabedoria muitas vezes é árduo e pedregoso, mas para alcançar a melhor fruta da arvore quando esta é muito alta, é preciso também se arriscar.
Não espere a sabedoria chegar até você para fazer algo de bom e útil, pois a inutilidade chega sempre na frente do esforço...
Abre a porta do quintal podes entrar
Sou fruta de vez no teu pomar
Toma logo esse açaí mata a vontade
Devora esses olhos castanhos do Pará.
Confiança tem gosto cítrico de fruta que precisa ser comida com cautela, como o abacaxi, que, quando comido além do necessário, machuca os lábios e faz sangrar.
Não quero apenas aproveitar a sombra fornecida pela árvore, saborear a sua fruta ou extrair dela a madeira, obter a lenha ou o carvão, quero também plantar tantas outras.
Cazuza queria a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida. Renato Russo citava Camões e o fogo ardia aos olhos do público, nítido, visível, contrariando o poeta português. Nada tão diferente, nada tão parecido. Porque assim é se lhe parece, concluiria Pirandello, na frase que já virou clichê.
"Sentia uma tristeza tão doce,
que mais parecia fruta-do-conde
maduro em minha boca...
De tão doce,
não partia,
não sorria,
não chorava,
apenas era doce,
tanto que me afagava,
a tristeza de meu pomar,
que em cestos cheios
eu as apanhava..."