Frio
Dia frio com palavras morna, mesmo assim faz frio. As palavras tentam me aquecer e conseguem me arrepiar. Vem vontade de pintar o coração, mas o frio congela o tempo, torna os sentimentos úmidos e consegue bater do lado de fora e de dentro de todos. Por virtude dos fatos, não consigo ver o horizonte e procuro seguir meu destino em busca do sol, que rega meus sonhos e meus dias. Meu destino não é um lugar qualquer, mesmo sem o sol consigo sentir um perfume no ar, o qual não consegue me importar. Sigo em frente sem contar meus passos, nem as horas do momento. Não consigo saber com precisão onde vou chegar. Não importo em saber onde vou parar, o tempo frio abre oportunidades para andar sem medo e me concede total e irrestrita liberdade. Meu tempo é teu tempo, sem estação e sem ponto de chegada.
Nesse frio eu me pego implorando à Deus para mandar alguém especial para mim, pra ficar abraçadinho, ver filme e tomar chocolate quente, pra amar e fazer companhia, pra mandar mensagem de bom dia e dar beijo de boa noite, pra conversar, pra andar por aí despreocupada e sem rumo certo, pra curtir um dia, e quem sabe o para sempre.
Sinto falta de tudo que está ligado ao nosso passado. Tenho saudade de quando eu sentia aquele frio na barriga cada vez que você passava na calçada na frente da minha casa, sinto falta daquelas tardes em que eu passei do seu lado, sempre andando de mãos dadas sem pensar no mundo e sua contradições. Eu nunca vou me esquecer de como é poder ficar a noite inteira deitada ao seu lado sem nada pra falar, apenas ficar ali observando o profundo silêncio que com a sua companhia fica ainda mais apreciável.
...Ainda sinto muito a sua falta, aliás sempre sentirei vontade de voltar. Mais uma coisa esse tempo bom me ensinou que tudo que agente quer, na maioria das vezes nem sempre vai ser como planejado. E tudo inesperado, complicado de mais para seguir essa norma.
Viagem de um vencido
Noite. Cruzes na estrada. Aves com frio...
E, enquanto eu tropeçava sobre os paus,
A efígie apocalíptica do Caos
Dançava no meu cérebro sombrio!
O Céu estava horrivelmente preto
E as árvores magríssimas lembravam
Pontos de admiração que se admiravam
De ver passar ali meu esqueleto!
Sozinho, uivando hoffmânnicos dizeres,
Aprazia-me assim, na escuridão,
Mergulhar minha exótica visão
Na intimidade noumenal dos seres.
Eu procurava, com uma vela acesa,
O feto original, de onde decorrem
Todas essas moléculas que morrem
Nas transubstanciações da Natureza.
Mas o que meus sentidos apreendiam
Dentro da treva lúgubre, era só
O ocaso sistemático de pó,
Em que as formas humanas se sumiam!
Reboava, num ruidoso burburinho
Bruto, análogo ao peã de márcios brados,
A rebeldia dos meus pés danados
Nas pedras resignadas do caminho.
Sentia estar pisando com a planta ávida
Um povo de radículas em embriões
Prestes a rebentar, como vulcões,
Do ventre equatorial da terra grávida!
Dentro de mim, como num chão profundo,
Choravam, com soluços quase humanos,
Convulsionando Céus, almas e oceanos
As formas microscópicas do mundo!
Era a larva agarrada a absconsas landes,
Era o abjeto vibrião rudimentar
Na impotência angustiosa de falar,
No desespero de não serem grandes!
Vinha-me à boca, assim, na ânsia dos párias,
Como o protesto de uma raça invicta,
O brado emocionante de vindicta
Das sensibilidades solitárias!
A longanimidade e o vilipêndio,
A abstinência e a luxúria, o bem e o mal
Ardiam no meu Orco cerebral,
Numa crepitação própria de incêndio!
Em contraposição à paz funérea,
Doía profundamente no meu crânio
Esse funcionamento simultâneo
De todos os conflitos da matéria!
Eu, perdido no Cosmos, me tornara
A assembléia belígera malsã,
Onde Ormuzd guerreava com Arimã,
Na discórdia perpétua do sansara!
Já me fazia medo aquela viagem
A carregar pelas ladeiras tétricas,
Na óssea armação das vértebras simétricas
A angústia da biológica engrenagem!
No Céu, de onde se vê o Homem de rastros,
Brilhava, vingadora, a esclarecer
As manchas subjetivas do meu ser
A espionagem fatídica dos astros!
Sentinelas de espíritos e estradas,
Noite alta, com a sidérica lanterna,
Eles entravam todos na caverna
Das consciências humanas mais fechadas!
Ao castigo daquela rutilância,
Maior que o olhar que perseguiu Caim,
Cumpria-se afinal dentro de mim
O próprio sofrimento da Substância!
Como quem traz ao dorso muitas cartas
Eu sofria, ao colher simples gardênia,
A multiplicidade heterogênea
De sensações diversamente amargas.
Mas das árvores, frias como lousas,
Fluía, horrenda e monótona, uma voz
Tão grande, tão profunda, tão feroz
Que parecia vir da alma das cousas:
"Se todos os fenômenos complexos,
Desde a consciência à antítese dos sexos
Vêm de um dínamo fluídico de gás,
Se hoje, obscuro, amanhã píncaros galgas,
A humildade botânica das algas
De que grandeza não será capaz?!
Quem sabe, enquanto Deus, Jeová ou Siva
Oculta à tua força cognitiva
Fenomenalidades que hão de vir,
Se a contração que hoje produz o choro
Não há de ser no século vindouro
Um simples movimento para rir?!
Que espécies outras, do Equador aos pólos,
Na prisão milenária dos subsolos,
Rasgando avidamente o húmus malsão,
Não trabalham, com a febre mais bravia,
Para erguer, na ânsia cósmica, a Energia
À última etapa da objetivação?!
É inútil, pois, que, a espiar enigmas, entres
Na química genésica dos ventres,
Porque em todas as cousas, afinal,
Crânio, ovário, montanha, árvore, iceberg,
Tragicamente, diante do Homem, se ergue
a esfinge do Mistério Universal!
A própria força em que teu Ser se expande,
Para esconder-se nessa esfinge grande,
Deu-te (oh! Mistério que se não traduz!)
Neste astro ruim de tênebras e abrolhos
A efeméride orgânica dos olhos
E o simulacro atordoador da Lua!
Por isto, oh! filho dos terráqueos limos,
Nós, arvoredos desterrados, rimos
Das vãs diatribes com que aturdes o ar...
Rimos, isto é, choramos, porque, em suma,
Rir da desgraça que de ti ressuma
É quase a mesma coisa que chorar!"
Às vibrações daquele horrível carme
Meu dispêndio nervoso era tamanho
Que eu sentia no corpo um vácuo estranho
Como uma boca sôfrega a esvaziar-me!
Na avançada epiléptica dos medos
Cria ouvir, a escalar Céus e apogeus,
A voz cavernosíssima de Deus
Reproduzida pelos arvoredos!
Agora, astro decrépito, em destroços,
Eu, desgraçadamente magro, a erguer-me,
Tinha necessidade de esconder-me
Longe da espécie humana, com os meus ossos!
Restava apenas na minha alma bruta
Onde frutificara outrora o Amor
Uma volicional fome interior
De renúncia budística absoluta!
Porque, naquela noite de ânsia e inferno,
Eu fora, alheio ao mundanário ruído,
A maior expressão do homem vencido
Diante da sombra do Mistério Eterno!
Lá fora a chuva cai, aqui o frio toca minha pele, olho para fora e vejo o cinza da cidade que apenas muda o tom comparado ao céu. Penso agora em meus sonhos, em tudo que já fiz, por tudo que já passei, e sinto a cada momento a presença de Deus em meus dias, dias frios, quentes, alegres ou tristes, e ele aqui comigo. Continuo me decepcionando com as pessoas, continuo tentando compreender o por que que muitos tentam nos afetar, muitos daqueles que passaram dias ao nosso lado, que compartilharam parte deles com a gente e que fizeram crer que era verdadeiro, hoje são os mesmos que colocam o nosso nome nos ouvidos de desconhecidos junto ao turbilhão de mentiras. Chegamos a pensar o preço que tem em fazer o bem, em ser do bem, em querer a alegria dos demias, eis que a simplicidade do gotejar da chuva que molha minha janela me diz, que não existe preço por fazer o bem, o que é de Deus é de graça, e vale a pena continar lutando contra a maré, vale a pena ainda assim perdoar as pessoas, pois eu fiz minha parte, e o bem que faço ao outro faço a mim mesmo.
Me pergunto, do amanhã, do amanhecer e percebo que o dom da vida é deixar acontecer é simples, é profundo, é uma metamorfose é apenas viver...
Um Dia de Inverno
Sentado aqui na rua
Com um frio um tanto congelante
O vento que sopra lentamente
Se torna interessante
As ruas estão vazias
São 17:52 e logo não é mais dia
Olho para o canto do gramado
Vejo as flores tentando sorrir
Mais o frio é tão forte que não as deixa florir
Paro por um momento para tentar entender
Mais vejo apenas um belo dia de inverno
E continuo a escrever
Sinto o cheiro do fogão a lenha que vem lá de casa
Todos sendo aquecidos pelo calor da brasa
Aqui termino para dentro de casa entrar
Fica o frio e o vento que continua a soprar
Luzes apagadas.
“Escuro quarto, sozinho, frio e sombrio.
Nada acontece e nem se distingui e nunca se move.
A escuridão domina todas as faces, o negro é
O medo e o temor, e as arestas invisíveis ocupa o espaço e o volume de todas as coisas.
A falta de luz, a inconsciência e o silêncio definem as noites, que
Durante seu tempo, cair, flutuar e ser devorado por monstros é
Somente frutos de nossa imaginação.” Latumia(W.J.F.)
Tenho medo de gostar demais do frio. Sabe quando se sabe que no fundo, bem no fundo, há um vácuo de razões, tão vasto, que a gente mal consegue olhar? No fundo de nós há sempre um precipício, e talvez eu esteja lá, deitada, olhando estrelas como sempre faço.
O Sol apesar de frio nesta época, outono, se torna mais
brilhante, reflete toda sua luminosidade e disposição.
Cada dia que passa me sinto mais frio. O amor que tenho em mim esta a cada dia ficando sem gosto; de tanto querer se entregar a um amor não correspondido, não terá espaço outro amor, hoje juras e carinhos não dou mais, pois quero congelar o que hoje esta frio.
"Meus pensamentos, meus sorrisos agora fazem sentido pra eu ficar enlouquecido.
No frio que a noite traz, e a lembrança me faz lembrar de você pra sentir aquecido.
Então meu bem, fica bem. Faz o bem, que o resto a gente tem. Amor pra dar, e sentir. Sorrir por amar, e amar pra ser feliz."
Dúvidas, inseguranças, frio… juntam-se no medo de viver e meu coração - já calado por sentimentos e palavras repetitivas - prefere não se abrir, deixando a realidade das coisas se fazerem onipresente , decapitando todos os restos de sonhos que ainda tenho em mim.
Te amo!!
Mas, não sei como te falar...
Dá um nó na garganta
Um frio no estômago
As mãos tremem
E agora?
Acho que vou começar
Te dando uma flor...
Quando você sentir seu coração disparar, suas pernas tremerem e um forte frio na barriga, é sinal de que você precisa ir ao médico.
Num dia desses, quando os meus olhos tocarem os seus, o coração aquecer e o frio tomar o estomago, fazendo o corpo arrepiar, saberei que vc chegou e veio para ficar..Nesse momento não terei duvidas, serei seu FÃ NUMERO 1...