Frio
O frio tomava conta do meu corpo, e,
um passo atrás do outro,
meus dedos pareciam dissipar naquele álgido momento
em que eu estava perdido em volta a neve,
um frio árduo, sem cor,
que a todo instante parecia soar uma música melancólica a cada
rajada de vento que transitava diante meus ouvidos.
Eu apenas seguia aquele pequeno caminho feito pela água,
uma corrente fraca que parecia querer me levar a algum lugar,
meu corpo estava fraco, minhas mãos trêmulas, minha fome incessante...
mas porque eu queria continuar?
porque eu continuei?
porqu...
é, eu acho que descobri!
não saber onde ir te mostra tantas coisas...
a natureza realmente nos destina a episódios incríveis,
que parecem ser irreais, que brotam até de uma mera gota d'água,
eventos tão fascinantes que faz você esquecer tudo, seu frio, sua fome...
acontecimentos tão incríveis que te faz imaginar como seria novos dias...
novos dias sem saber o caminho de volta,
novos dias a chegar em um lugar sem saida,
e se deparar com algo semelhante aquele dia...
aquela enorme parede de gelo,
onde seu interior guardava como em uma caixinha,
um radiante urso que parecia dormir até a eternidade.
Por mais que o incolor pareça sombrio eu não o temo. Enfrento qualquer ambiente com a frieza de um lobo em frente ao oponente.
Se o frio que me lava nessa hora fosse lágrima sob a aurora, eu seria iceberg nos olhos de alguém que chora.
Na noite
encontramos o desejo,
o calor,
o toque,
o beijo
que acelera nosso coração.
A mão
que percorre o corpo,
o desejo
de sentir,
de gritar,
de ouvir.
O corpo
cada vez mais perto,
mais único,
mais entrelaçados
pelo abraço
que nos tornava um
Nos passos da morte,
no toque frio
da noite escura
todos definhamos,
a passos lerdos
do inevitável.
SOMÍTICO TEMPO
"Somítico TEMPO que me afaga
Tentando me embaçar
Com espancamentos em flutuosas esperas,
Cobres-me de inculpações,
Aspiras aos restos de mim
E me contornas no fito
De partir-me em sucintos pedaços.
Não outrora me batas,
Muito embora me ostentes,
Sou-te têmpora esparsa,
Adendo do teu sopro,
Estupor cálido de teus gostos,
E me afugento por querer-te frio, alagado, sem cravos,
Longínquo de minhas inspirações."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
DECÁLOGOS INODOROS
"Elaborei novações costumeiras em incinerações oculares,
Deturpei as condenações dos escalpes
E alvéolos em puberdade,
Exauri as paridades da minha tisna em holofote,
Relaxei as revisões de canais relampejados em honorificências
Decresci as reciprocidades postadas
Na verbosidade fronteiriça,
Arrefeci a animosidade com a vida em decálogos inodoros,
Repreendi a relíquia dos meus fracos
E tabuísmos passadouros
E poluí o esqueleto da saliência mais fria em meus portfólios."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
"Ora, quão belo está aquilo que cativamos dentro de nós, ou principalmente, em outrem? Em tempos onde as folhas caem, as flores somem, e, o frio da nossa história, por vezes, tende a nos congelar a alma, continuamos enxergando a beleza do que nos foi cativado ou cativamos em outrora, ou simplesmente, não a vemos, digo da fina beleza, pelo congelar do coração durante um terrível e sombrio inverno? No todo, algo se torna inevitável e certo. A beleza, não se contempla apenas pelo que se faz novo ou cheio de cor, mas pela essência do que resiste, pelo que se constrói perante os olhos do espírito, isso, aos que verdadeiramente sentem a vida, torna-se imutável."
(Mettran Senna)
Agora ou nunca
Tchau! Estou indo à beira do rio pescar e ver como está o frio.
Perguntei pro meu tio se o meu cavalo ele viu.
Tenho que afastar a égua dele, pois está no cio.
O lago que pretendo ir é tão sombrio que tem seu próprio brio.
É bom que eu pegue peixes, porque da última vez me serviu.
Passei um pouco de trabalho, mas nada me impediu.
O cheiro da fumaça, da água, da mata e do cavalo foi a combinação que me confundiu.
Ir aos lugares naturais assim, meu coração residiu.
E ir para outros cantos nunca ninguém me pediu.
Se bem que outro dia um convite semelhante alguém expediu.
Mas também, a pessoa nem persistiu e ainda nem se decidiu.
Ainda estou parada na porta me imaginado com uma companhia dessa e meu pensamento sorriu.
Pensei no dia que teríamos se eu aceitasse tal convite.
E também pensei nas horas que eu perderia ao lado de gente indecisa.
Seria uma pena desperdiçar o meu dia único, entre eu e minha pessoa.
Bom! Deixa eu ir de uma vez porque a minha vontade doida de ficar só ainda não sumiu.
Tomara que não me liguem, senão terei um grande desafio.
Ele não tá nem aí
Então vou aparecer por aqui
Aqui ele vai me notar
No feed nao tem como ignorar
Vai lamber a tela do celular
Vai reprovar na arte de suportar
Minha ausência em consciência
Te vejo amanhã então?
- onde?
-aqui mesmo, no feed
-pq?
-pq só existo ao ser visto aqui
Ele é malandro
Com seu amor conquista todo o mundo
Sua simpatia contagia
Não é à toa sua alegria
Seus motivos são reais
Superficiais, ademais,
Pra quem não te conhece
Manda bjo e agradeçe
Ele é tatuado
Meio humano
Todo gato
Sonho verde
Cheiro de mato
Abraço apertado
Tem direito
Tem amor no peito
Um homem de respeito
Tomara que chova
Tomara que venha
Eu e vc aconteça
21/05/2018
Bommm diaaaa,
Adivinha quem deu as caras por aqui????
O Brrrrrr.... fri, fri, friuuuu
Tá difícil até de falar.
Nem dá nem pra acreditar que chegou detonando,
prometendo ficar.
Será que inverteram e mudaram o polo pra cá?
Sei lá mas já que chegou, melhor acostumar, né
porque pra amenizar serão mais alguns longos meses,
na sombra sem sol.
(Sol de inverno não vem pra esquentar, só vem pra olhar e se divertir)
Sendo assim:
Já pode mandar...,
uma sopa bem quente, café que seja fervente e,
amor eloquente, envolvente e,
tudo mais que rimar com quente.
O tempo pede aconchego, calor humano, abraço bem forte
boa e generosa dose de paciência que dure
enquanto o tempo nervoso persistir em ficar.
E vamos que vamos... prá frente e para o alto sempre!