Frio
Manhã de inverno
coberta por um céu muito azul,
o frio leve se faz sentir
na brisa que teima em passear
pelas paragens dos rostos,
que tocados devagar
acordam do sonho,
se agitam,
seguem,
a vida está aí,
a tudo de nósexigir
que sigamos então a realidade
da qual não podemos fugir...
Está mais frio aqui fora
do que dentro da geladeira
até o sol quer ir embora
deve estar com tremedeira...
Frio de alma
Eu sei que os momentos de dor e aflição parecem intermináveis.
Mas eles passam.
Nada é constante na vida.
Repare o inverno por exemplo, ele sempre se transforma em primavera, sempre!
Não há inverno que seja eterno.
Então, encare suas dores como invernos particulares que em breve tornarão sua alma florida.
Por ter passado por grandes aflições, escolha evoluir com elas, tormando-se mais sensível as emoções, as suas e as alheias.
Seja inverno, mas não o ano inteiro.
Dizem que o que nos move não é o que temos, mas o que desejamos.
Afinal o que desejamos está sempre lá na frente, onde nos esforçamos para chegar.
O problema é que muitas vezes, depois de alcançá-los, o encanto passa.
Então você sente que precisa de novos desafios, novas aquisições.
Mas a vida não é isso, não é um jogo onde se acumula coisas e pessoas.
A vida é intensidade, e você só pode ser intenso, se mergulhar a fundo no que conquistou.
Por isso muitas relações não dão certo. Elas nascem de idealizações.
A pessoa imagina o outro e se relaciona com o que imagina, sem se dar a oportunidade de admirar a verdade que o outro é.
Logo, o segredo para uma vida plena é exatamente este, saber contemplar em plenitude o que ja conquistamos.
Essa contemplação serve como manutenção de nós, e nos lembra constantemente que aquilo que já foi alcançado pelo desejo, ainda continua nos fascinando.
(Oceanos / Fernandha Franklin)
Cidade de poucas ruas, quando eu for, um dia desses.
Quero poeira em meus olhos.
Vento frio de madrugada, e a mesma mulher pra amar.
O que cabe no peito
De maneira indireita
Com sabor contente
Com cheiro de arco-íris
Desejo colorido
Confissões inesperadas
Dados quase revelados
Latente não se afasta
Arquétipo que deflagra
Um tipo recorrente
Vem de repente
Esporadicamente
Não busca por razão
Quer vivência
E também ilusão
Eu não sei o que me aconteceu ou o que me acontece.
Quando olho em seu olhar o meu corpo padece.
Carece da sua calma e do macio da tez, perece quando em ti encosto e me perco outra vez.
Tua presença me engrandece, a ausência me entristece.
Sem você me sinto frio, perdido no branco da neve.
Me perder, quero sim, no negro desse olhar, olhar que enriquece, enaltece o sentido do meu amar...
DIA FRIO
Num dia frio
Enquanto a chuva fina brinca de escorrega nos telhados
De embaçar as vidraças
E fazer poças nas calçadas
Só quero uma xícara de café
Um pedaço de poesia
E você
Bem quente...
MURO INEXISTENTE
O medo é um muro
edificado no escuro
da mente,
Eis o eco insistente
do grito sombrio
que habita do outro lado do muro:
É um sentimento latente
acorrentado ao corpo
do misterioso monstro do inconsciente,
O frio que percorre a espinha rapidamente
como água corrente
num corpo ardente.
É o muro barrando a frágil coragem
que luta inutilmente
contra a sombra de um sentimento tão forte
representado por um muro inexistente.
Noite fria
Um cobertor, um pensamento, um vazio
E de companhia me faz o frio,
Uma cama, um aconchego, um sorriso,
E de longe sopra o frio.
Uma ideia, uma tosse, um calafrio,
E o vento traz o frio.
Uma sensação, uma vontade, um martírio,
E sinto em mim o frio.
Me aqueço, me esfrio
Põem fogo e apaga.
Me acho me perco.
O contraditório esfriou
Ou o a razão super aqueceu.
O molhado deu lugar ao seco,
Ou será que sou eu?
Frio de junho que fogueira não esquenta,
Frio de junho que sentimento congela,
Congele as preocupações da vida,
E todo o resto deixe que eu aqueça.
Pois pra ter fogo não basta o calor,
Mas a chama que se faz com o mais puro querer ser feliz.
A noite, ainda molhada de chuva e frio, espreita por entre luzes;
enevoando a vidraça, é gélido o ar...
Acomodou-se o vento que assoviava pelas frestas,
escondeu-se do seu próprio esvoaçar...
Guardou suas ondas e adormeceu,
recolheu-se em seus segredos, o escuro mar...
Só nos navios, que nunca descansam,
marinheiros de outras terras passam a noite a trabalhar...
Depois do maravilhoso sol quente, agradeço a chuvinha gostosa que cai pra gente.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
Alguém sente aqui e olhe a lua comigo,
ela parece estar nos encarando,
está brilhando como a luz do meu quarto,
me deixa com a vista embaçada.
Lágrimas escorrem do meu rosto,
não sei se é da claridade ardente de sua luz ou dos sentimentos que me envolvem,
eu quero gritar mas já estou rouco.
Estou sentado nesta areia fria,
meus pés estão descalços,
talvez eu deva correr como o trem que passa ao meu lado,
não, eu não aguento mais correr.