Frio
Nessa noite de lua cheia, meu coração incendeia, mesmo com o frio e o vento
Só de pensar que estamos nós dois olhando pra ela ao mesmo tempo.
"me perguntaram
como foi meu último amor...
sem saber explicar
lhes ofereci então,
uma xícara de café puro e frio."
A temperatura subiu
Era pra você somar, mas você sumiu
Você me deu um gelo
E ficou tudo gelado, gelado
E nesse dia frio (e nesse dia frio)
Quem é que tá do seu lado, seu lado?
Meu olhar frio sempre foi minha fortaleza
E a pena de cada mano me deixaria mais fraco
Gentileza é paga com gentileza
Traição tem troco
FRIO (cerrado)
Quem o contentar dirá destas noites de frio?
Corre no cerrado de galho a galho, arrepio
Dum vento seco e bravio. E eu, aqui tão só
Em queixas caladas, calafrios, é de dar dó
Recolhido na tristeza do invernado cerrado
Cheio de solidão, de silêncio e de pecado...
Que corrosiva saudade! Esquisita e estranha
Uma está lembrança forjada na entranha
Do inverno, caída de outrem, fluindo amargor
Onde, em sombrio sonho, eu vivendo a dor
Sem querer, na ingratidão, com indiferença
No vazio da retidão, da ilusão e da crença
Que acirrado frio, sem piedade, ofensivo
Que me faz reclusivo, neste cárcere cativo
Insano, em vão, duma melancolia lodaçal
Que braveja, me abraça e me faz tão mal...
Por que, pra um devaneador esta paragem
Que ouriça, e é tão deslocada de coragem?
Ah! quem pode me dizer pra que assim veio?
Se está tortura é passageira, assim, eu creio.
E a minha miséria aberta, escorre pelo olhar
Receio... e mais gelado fica em mim o pesar.
Uma prosa alheia, uma penitencia escondida
Se é só o frio, por que esta insânia homicida?...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de julho de 2019
00’17”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Hoje me falaram você está frio.
É, eu não sei exatamente o que está acontecendo.
Ao mesmo tempo que sinto minha mente em plena expansão, meu corpo para.
É inacreditável, porque não existe bem palavras. Não existe sono, nem vontade de fica parado.
Penso no isolamento como solução, no entanto estou errado. E nem quero,
porque suas necessidades mudam com o tempo. Se antes gostava de ficar imerso no silêncio, hoje é desgastante. Porém, pode ser que tenha criando um laço de dependência emocional com pessoas. Preciso romper com isso, mas apenas tenho vaga noção de como fazer.
OS CORAÇÕES QUE AMAM nunca encontrarão o frio... Com este friozinho gostoso, possibilidades se abrem...
Toda vez que olhar pra ele, quero sentir aquele famoso frio na barriga. Acho que será o primeiro sinal de que o meu coração encontrou a pessoa que procurava.
E quando a solidão e o frio da noite chega, penso em como o calor do teu corpo e teu sorriso me deixaria bem.
Saudades
Que a morte envie seu pior. Frio para congelar o amor no meu coração. Fogo para transformar as memórias em cinzas. Vento para me obrigar a passar por seus portões. E tempo para enfraquecer minha lealdade.
Desconfiar dos livros em busca do conhecimento na prática é como escalar a mais alta montanha em busca de calor por estar mais próximo do Sol.
A decepção causada pelo frio intenso é substituída por uma paisagem nunca antes vista.
A conclusão é alterada:
Frio, porém belo.
A minha frieza não vem de nascença, mas sim da percepção de como as pessoas ferem seu coração. Entenda, frieza é um coração ferido que se protege. Entenda, machucar um coração terá um resultado grave.
SONETO DE INVERNO
Frio, uma taça de vinho, face em rubor
No cerrado ivernado pouco se aquece
Um calor de momento, o vinho oferece
E a alma valesse neste desfrutar maior
Arrepio no corpo, do apego se apetece
Pra esquentar a noite, tornar-se ardor
Acalorando o alento do clima ofensor
Tal é perfeito, também, o afeto tece
E na estação de monocromática cor
De paixões, de misto sabor, aparece
Os mistérios, os desejos, os sentidos
Assim, embolados nas lareiras, o amor
Regado de vontades, no olhar floresce
Pra no solstício de novo serem acolhidos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano
Sou a flor que a pétala caiu ao chão;
Sou o arbusto mais seco;
Sou o chão rachado sobre seus pés...
Sou todos os momentos e ao mesmo tempo não sou nenhum
[Sou o sonho não sonhado
Sou o tempo nublado; que trás a chuva logo em seguida
Sou a flor murcha; sou um cacto quebrado
Não tenho mais espinhos; furei tudo ao meu redor
[Feri todos....
Sou vento forte, que quando não leva as folhas destrói tudo pela sua frente
Sou tudo e ao mesmo tempo não sou nada
[Talvez eu seja um pedaço de uma ilusão
Sou eu, sou você... Sou nós
Sou o frio da noite, e o calor da manhã
Sou apenas o reflexo de uma flor
[De uma flor que o sol secou.
Caim Campbell