Frio
"FRIO MACANUDO"
Mas bàh! chê no meu pampa um frio macanudo
De bater o queixo e levantar a melena
E o poncho abanando com o vento cuiudo
Por debaixo do chapéu congela as zoreia sem pena.
.A Sociedade Oculta
Do ódio acumulado
monstros são criados;
assassinos de sangue frio
humanos renegados.
Da tortura de viver
sem alegria e sem prazer;
uma nova sociedade
foi-se a nascer.
Crescendo de escombros
se formou uma legião;
a partir de magia negra
acabaram com a ilusão.
Foram chamados de cultistas
pensadores pessimistas;
profetas sociopatas
com sangue de nazistas.
Rituais foram criados
visionários sem compaixão;
o sofrimento foi invocado
trouxeram a desolação.
Das ruinas que sobraram
poucos foram a sobreviver;
dos remanescentes
veio a sede de poder.
Guerras foram travadas
pelo pouco que restou;
da perda de esperança
o homem se degradou.
Os cultistas que sobraram
vieram a pensar;
a solução da humanidade
é de ela acabar.
De madrugada tudo sempre faz tanto tempo..
Eu sou um vazio, morrendo por dentro...
Como um dia frio, cinzento
De madrugada tudo sempre é desalento.
Acordei mais cedo e senti o vento mais frio
Olhei pela janela, as flores mesmo vivas estavam tristes
Não consegui mexer o corpo, hesitei em falar
Busquei apoio no outro corpo que me acompanhara
-Me surpreendi-
A ausência do outro me deixou mais tenso
Não havia sol, tudo era uma silêncio
Ainda enrolado aos panos que não tinham serventia
Sem que aquele outro corpo me aquecesse
Consegui me levantar, sentei à vista da janela
De longe avistei aquele corpo tímido
Com toda delicadeza a cada passo
Senti um alívio, como nunca havia sentindo
Mas percebi que minha calmaria depende do bem-estar de outro corpo
É... Então este é o crime do amor, não podemos resistir.
Mãe, tento não pensar sobre a nova casa que abriga o teu corpo, lugar frio, pequeno e sem quem mais amava, nós os seus filhos, solidão Mãe, tem seu nome e sobrenome.
O BANCO
O céu era claro, nem nuvens mostrava
o infinito chamava os idos passados
o vento frio soprava, o outono findava ...
O olhar alheado assistia o tudo e o nada
o bem-te-vi pipiava seus cantos rimados
e no leque das asas alçou seu voo rasteiro.
Meu olhar deliu-se no distante horizonte
o silêncio soturno expressou a cruel solidão
restou-me a saudade, folhas secas ao chão!
Aprendi a aproveitar o sol quente, o frio, até mesmo os atritos, pois sentir saudade de alguém é sentir saudade de tudo!
Foi no seu sorriso que me perdi
Ou me encontrei, sei lá...
Perdida ou achada de mim, senti um frio na barriga e um mar de sensações me submergindo
Vem!
Se achegue do meu lado
Deitados nos olhando enquanto o silêncio invade o quarto
Sem hesitar, deixamos um beijo rolar
Então vem!
E vamos descobrir o amor com um toque, com um sorriso, um olhar...
Vem!
Deixemos o momento nos ensinar a viver intensamente
Venha ser feliz aqui no meu peito
Vem!
E deixe que as emoções falem e o tempo confirme que seu cantinho é aqui
Com esse abraço envolvente e esse beijo que me imobiliza assim como o predador paralisa sua presa
Deixe que meu corpo deslize nas suas mãos
Encontraremos então o encaixe perfeito de nossas vidas
Só Vem!
E já que veio, fique!
Um cubo de gelo.
Feliz é o cubo,
que se mantem frio,
o calor nos ebuli,
ate batermos na tampa ,
onde frustrados,
retornamos a água,
feliz é o cubo de gelo.
Um coração frio é diferente de um coração puro. Pois nele as palavras são frias e sem sentido. Não há caminhos para essas palavras, elas só servem para nos atingir. Mais um coração puro, com ele vem seus valores, sendo um deles o amor. Devemos então tomar muito cuidado para não odiar. Pois muitas vezes o ódio nasce para proteger o amor. E no fim vem as mentiras e seus erros, você acaba então saindo dos trilhos e pegando o caminho errado.
Veja você mesmo, o frio e o medo
Nas coisas fúteis, grandes apegos
Dinheiro, poder, cargos, emprego
O vírus que a tempos não é segredo
Caso o atinjas, importa-te a morte?
Conforta-te, em partes? Contaste com a sorte?
Aparta-te, não afronte minha arte.
Ainda que eu escrevo, eu vejo
Que num mar infinito eu velejo
E a cada dia o mundo dilui
E quanto mais o vírus cresce, mais o amor diminui.
Em um poço estou me afogando
Parece que estou afundando
Ja não to me reconhecendo
Estou com frio, até tremendo
Mas minha pele no sol esta queimando
Meus braços estão formigando
Não estou mais aguentando
Indisposto to ficando
Todos estao me falando
"Se você estiver reinando
Pode ir se afastando"
"Conforme o tempo vai passando
Mais vc esta mudando
Mude esse seu jeito rapido
Ou vai fica isolado"
Mas e se esse eu do passado
Fosse tudo encenado
Eu seria odiado ?
Por que estou sendo atacado ?
Por que n posso ficar calado ?
E se eu ficar irritado ?
Terei que ficar afastado ?
Ou a solucao disso é guardar e ficar calado?
Esta tudo complicado
Alguma novidade no plantio?
Depois que se rega, cultiva, cuida, protege do calor e frio excessivo, arranca as ervas daninhas, só resta esperar brotar, florir, dar frutos.
É...
Às vezes cansa esperar um "eu te amo".
Será mesmo que funciona como disse o eterno Exupéry que, "O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca"?
Pois é.
Vejo que no meu plantio, não sou imortal.
COMPLEXO INDÔMITO
Não reconheço mais a ponte...
Nem a dimensão dos sinais
Translocados no frio
Permeado em meus ossos,
Instalado no estalo
Dos dedos, dos passos
Trôpegos nas ruas anuviadas.
A razão estoura seus desígnios
Em poça d'água lamacenta,
Resvalando a placa de saída
Que insinua-se descaradamente...
Mas você não vê!
Não entende!
Não crê!
Desfaz asas de papel
Em chuva de sentenças
Inexistentes.
Tua carranca imersa
Em teimosia,
Prefere ladrar em campo abstruso,
Ignorando anseios
Em minhas mãos estendidas.
O lago congelou...
Travas enferrujaram
Tantas flores secaram...
A árvore renegou o fruto!
Um borrão consolidou o nada...
O silêncio castiga os isolados.
Pessoas temerosas se encondem
Do bicho homem,
Em suas cadeias residenciais.
Somente os lobos avançam...
Tomam de assalto a cidade,
Buscando sangue para
Grafar heresias em muros calcificados.
E você...
Preso a insistência de morar no escuro,
Tropeçando em musgos e raízes
Remotas da natureza esquecida.
No vórtice de palavras,
Tudo que sinto é exposto,
Como se pudesse abarcar
Teu inextricável oculto.
Sentimentos enclausurados
Nos cacos da noite,
Transitórios em teus olhos duros
Relutam - lutam - relutam!
Todos os augúrios da língua,
Sumida a sombra
De demônios despertos,
Agigantados ao som da meia-noite,
Tentam me afugentar
Diuturnamente.
Eu não temo!...
Não vou recuar!
Conheço bem a essência
Embutida as defesas
De tua casca dura,
Posso ler as entrelinhas doridas
Nos lábios sombrios, confusos
No riso forçado, intermitente.
Enxergo perfeitamente
A flor branda no esmalte
Dos teus dentes.
Vou sentir frio a noite e o mais certo é não te dizer, porque tenho esta mania de falar calado, falar com as teclas, falar com as palavras.
Nosso amor...
Como o frio que o outono traz
Cem coisas diferentes em um dia
A fome de prazer
Transformar cada dia em um paraíso
O espelho de todos os meus sonhos