Frieza
Eu vejo a frieza que você leva. Eu poderia tentar mudar isso, mas tem coisas que eu preciso que venham de você. Vem logo quebrar esse meu gelo.
No calor das palavras forjamos ferramentas dificeis de manusea-las; mas na frieza do silencio somos habilitados á usar quaisquer ferramentas, mesmo as feita por terceiros!
A terra consome a carne,mas os ossos ficam. A carne apodrece e os ossos permanecem,na frieza da pele o íntimo aquece. O que amedronta os mortais se não somente a morte? É o medo de enfraquecer, de ficar sem sustento, de se ver sem movimento. Existem ossos muitos fracos, aqueles que se quebram facilmente, mas isto por não terem a rigidez que merecem. Neste vale de ossos secos a mediocridade permanece, fazendo juz a insanidade que poucos desconhecem.Meus ossos me seguram quando meu corpo padece, na ilusão de uma morte eles não enfraquecem. É o esqueleto que dá forma, não o exterior que deforma. Quão a força que me segura sobre esse corpo inseguro. Tão uniforme a forma que me dar forma, tão sublime o ato que se tornou fato. Qual a palavra se não osso? Tão forte e seguro, tão imortal que só morre ao fogo, ao extremo não se vai , ao limite se constrói. Esses ossos
que me sustentam são os que me alimentam,tão completo e e incompleto, tão repleto de gestos.Tão sutil a palavra que o faz e tão forte a segurança q o traz.
... e tudo não passou de palavras vazias. Eu podia ver no seu sorriso, podia ver na frieza dos seus olhos a me olhar sob uma superioridade que espantava-me. Os teus lábios rosados , que destacavam-se pela palidez de sua pele se abriam de leve, como um pequeno corte cicatrizado. Quando os abria para proferir palavras vazias, essas que fizeram-me sentir o céu e ir tão rápido para baixo que cheguei a me assustar. Mentiras, tudo não passava disso, enquanto a olhar dentro da imensidão de seus olhos , acreditava em cada vírgula sem nem ao menos parar para pensar. E então eu vi , debaixo do véu da noite que cobria-te a face, o papel manchado de sangue com palavras vazias. E pela primeira vez não senti lágrimas em meus olhos. Quando a morte chegou para levar-te de mim eu entendi bem o que querias dizer com palavras vazias.
É clássica a minha falta de jeito com extremidades. Tornou-se habitual esperar uma frieza natural em todos os inícios e em todos os terminos. Talvez por medo, talvez por costume.
Estou aqui pra você meu bem. Eu te digo não com frieza, mas a verdade é que estou em suas mãos e você me tem a hora que quiser. O único problema é que queres me ter do teu jeito, e o teu jeito agora já não importa, mas se quiseres podes me ter assim, eu sei que vais gostar. Mas não tente me prender, porque meu coração está machucado, quebrado, e os cacos ficaram perdidos no meio do caminho sem volta. Mas estou aqui, e você está presente em meus pensamentos, em meus sonhos, em minhas lembranças. Eu só te quero assim, sem medo nem cobranças, sem prisões, só com paixões. Eu te quero assim… Livre, leve, flutuante.
(…) Minha distância, que você percebe e julga ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois. Já me acostumei à desilusão e sua argumentação em favor do mundo não vai ajudar. Estou desiludida de mim, dos meus impulsos, das minhas incapacidades, da minha falta de sentidos, não das outras pessoas. As outras pessoas cumprem direitinho com seu papel, se esforçando pra quebrar meu gelo, algumas gostando sinceramente de mim, apesar da falta de resposta. Sou cigana, sou estrangeira, sou de partida, nunca de chegada. Sou de começo e fim, não de durante.
Procuro em você o que outro
me proporcionou. E insisto em
meio ao vão; Pela distância e
frieza estampada no silêncio
do teu olhar. És falso e
não sabes disfarçar.
Quero esquecer os dois!
Se alguém te fizer o mau, tenha a frieza de devolver com o bem. Isso quebra as pernas de qualquer um.
O peso da verdade e a frieza da realidadeé demais para algumas pessoas, elas preferem continuar acreditando em suas mentiras