Fria
Conheci você num dia de verão,
A noite era fria e levemente melancólica.
Pássaros dançavam ao vento do norte,
Águas buscavam sua gentil lembrança,
Da vida passada.
O quase toque em minha pele áspera
Deixou caminhos a serem guiados por você.
Vidas ao vento,
Como a cena mais laboriosa de um filme,
Um "eu te amo" desejando ser revelado.
Meu corpo murmurava seu nome
Na escuridão da noite profunda.
Quis você em quatro pétalas de rosa,
Em duas velas sobre o doce,
No cair daquela estrela atrevida,
Nas palavras ditas pelo pecador
Sobre seu pedido já concedido.
A mulher de Capricórnio ela é fria e quente Ela é de ferro mais sente
Ela é de pedra mais com coração enorme
Ela é persistente e forte
Ela é determinada e olha para frente
Ela é diferente das diferentes
Ela é racional mais ama quem a ama
Essa menina mulher que já é madura tão precocemente e a mais forte de toda gente!!
A chuva fria de novembro cai como as lágrimas de uma garota iludida, não compreendida. Nem tudo dura para sempre, sentimentos são passageiros como a chuva fria de novembro, o amor é apenas uma grande ilusão, como podem passar de amantes para estranhos em um período tão curto. Outro motivo para chorar, todos precisam de um momento sozinhos, com a chuva caindo do lado de fora, as velas tentam se manter acesas do lado de dentro, com um sorriso ela tenta mentir para si mesma, pobre mentirosa. Ela tem um sorriso que lembra as memórias de infância, olhos que deixam chapado como uma droga, ela é um grande vício que o deixou sofrendo sob a fria chuva de novembro.
A noite está fria e aconchegante, a lua esta escondida, talvez esteja com medo dessas nuvens escuras, que não parecem nada amigável. Estou aqui sentado na varando do tempo, as vezes fico assim , passo a noite me perguntando : se estou solteiro ou namorando , tem vezes que no cair da noite tenho aqueles pensamentos que podem nos destruir por dentro. Quando cai a noite, a visibilidade diminui, aumenta os sentimentos: tristeza, solidão e saudade, a brisa da noite me abraça, dormir e sonhar e o único meio de me transportar a um passado de momentos felizes e jamais revivido. Somente sonhando posso te encontrar. Boa noite
"Adorei as aguas do céu, naquela tarde fria, de quinta feira.
Você, um tanto azarada, parece-me, não contava com a chuva e esquecera o guarda-chuva, em casa.
Eu também, azarado, não contava com a súbita torrente, que nos abraçava.
Sorte a minha, agradeço, novamente, pelas aguas.
Lembro de ti, enxarcada.
O cheiro do cabelo, exalava.
Cada cacho, se realçava.
Sua tez, pelo vento frio, arrepiada.
Tão próxima de mim, mas tão distante, pareceu-me um conto de fadas.
O castanho escuro dos olhos, me lembravam uma fera; outras vezes, uma criança, amedrontada.
E eu nem sei o nome da desgraçada.
Mas me recordo dos cachos, do cheiro e da gratidão, às do céu, as aguas..."
O Mendigo
Na calçada fria, ele se estende,
navegante só, sem porto, sem cais,
veste a rua como manto e abrigo,
sem nome, sem rumo, sem nunca ter paz.
Olhos perdidos, sem brilho, sem cor,
mãos que tremem na busca de pão,
a vida escorre como chuva no rosto,
levando esperanças ao chão.
Um passado, quem sabe, o levou até lá,
talvez sonhos partidos, talvez um amor,
mas hoje é silêncio, poeira, e as horas
passando, sem rastro, sem calor.
E ele segue, invisível à cidade,
nas sombras, no frio, no vão do alvorecer,
como folha caída que o vento desfolha,
esperando apenas o nada acontecer.
A noite fria me apego a seu calor, nas lembranças dos teus beijos, em teus braços me acalento, ao som da tua voz como uma bela melodia pra dormi, nos meus sonhos me recordo ao lhe tocar, em casa beijo sonho com você, nas estrelas do mar conto os dias e as horas pra lhe ver.
Aurenir Rodrigues
E naquela vasta noite fria dominada pelo azul semblante da lua, o espelho prateado que reflete o espírito taciturno dos melancólicos; ao céu estrelado, pintei-o de vermelho — a cor de minha alma, dita maculada pelos vermes impositores: os parasitas de uma inata frenesi da alma rasa. Pois agora, a vastidão do infinito forja um roxo resiliente aos céus; mas um vazio roxo para mim, que me guia em um vasto mar até a borda do universo, onde aceito a solidão da resignação lúdica da vida.
O Peso do Silêncio
Na catedral de pedra fria,
onde ecoa o som da devoção,
nasceu uma sombra sombria,
ferida aberta pela ambição.
O pastor, amado pelos seus,
guiava almas pelo caminho,
mas mãos ocultas, cheias de breus,
espreitavam em completo desalinho.
Era noite, um altar sagrado,
um visitante ao fim da missa,
com olhar vazio e passo pesado,
entrou onde a luz se avisa.
Um disparo rompeu o ar,
o rosto sereno ao chão tombou,
a fé tremeu, não pôde evitar,
e o sangue do justo ali jorrou.
O silêncio grita nos muros do templo,
a justiça caminha com passos lentos,
os nomes se perdem, mas não o exemplo,
de um homem que partiu nos ventos.
"A mente atormenta durante a noite fria,
a paisagem congelada ocupa o espaço na mente vazia
o pensamento vaga em várias direções em busca de uma resposta
já não posso mais suportar essa falta de ar que me sufoca.
Preciso respirar mas em cima do meu peito há o mesmo peso na qual a minha mente esboça.
Será esse o meu fim?
A minha alma dói na possibilidade de perder o amor que sentem por mim."
Se o inverno é a estação mais fria do ano,
e está começando agora, vamos entender sem demora
que poderemos viver nosso inverno sem perder o calor da alma...
INVERNO OU INVERNO?
Marcial Salaverry
Não tenha medo do inverno,
de sua frialdade,
pois com a idade,
quando ao inverno chegamos,
mais sábios nos tornamos...
Se com a neve do tempo,
os cabelos branqueamos,
isso não é contratempo,
pois mais sábios nos tornamos...
Não tema esse inverno,
aguarde-o... desfrute-o...
aproveite a experiência,
aprenda a ter paciência...
encare a passagem da idade,
não como velhice,
mas como idosidade...
Se o verão foi bem curtido,
a primavera lindamente florida,
e o tombar outonal da folhagem,
não atrapalhou a sua viagem,
encare o inverno com coragem...
Ele passará, como tudo passou...
E nós passaremos também...
E esperando ele passar,
jamais podemos deixar de amar...
Às vezes, tudo em volta me parece cinza. A noite é escura e fria, e eu sinto a falta, a angústia. A lua se esconde e uma imensa escuridão se faz, e eu tateio no breu, na obscuridade da noite, em busca de algum contato. A distância se expande e o sentimento míngua. Então, sou tomado por uma enorme sensação de desamparo, de desassossego. É que eu carrego cicatrizes na alma, tatuagens na mente. Marcas de um passado presente e que insiste em me açoitar. Ninguém conhece os vales secos e sombrios por onde andei; Nunca conseguirão mensurar o tamanho da dor, do vazio, da solidão e da saudade, cortam feito navalha. O erro sempre dormiu na porta e eu lutando para não abrir, para não ceder, para não dar brecha. A Intimidade nunca regride; a tentação nunca dorme. Houve lágrimas que derramei e ninguém viu; momentos que gritei e ninguém quis ouvir; corri, cansei… doeu, viu! Mas existe em mim uma resiliência que vem de dentro, e que me move, me impulsiona, e é maior que a dor. Não é fácil me quedar; minha estrutura é forte. Então, quando me dei conta, eu estava de pé outra vez. Se eu temi? Claro que sim, é da minha humanidade. Se eu achei que não fosse dar conta? Muitas vezes. Mas a manhã chegou, o Sol brilhou novamente e a salvação se fez. Eu já sinto no ar o perfume, o cheiro, eu percebo a presença. Está vindo, eu ouço o som, eis que já está a porta.
A Vaga é sua
Na manhã mais fria de uma segunda-feira,
trabalha eu, feito um morto-vivo.
Sob a mão direita café expresso, sem açúcar
a mão esquerda segura o mouse
e na tela planilhas ensurdecedoras
clamam minha atenção.
Hora perdida nos meus pés frios,
hora perdida nos meus subordinados.
Meu colega ausente por doenças, no quente de sua cama.
Atestado obviamente, sua criatividade espanta.
Podendo iludir até mesmo o mais capanga dos médicos.
O mundo é dos espertos, gabava-se ele.
Mal enxergava ele, inúmeras portas se fechando.
Quanto aos e-mails, havia um em especial.
Um humilde analista ilustre.
Este doente de fato, quase incapaz de abrir seus olhos.
Numa tosse constante e intensa,
similar ao cão rouco do vizinho
que late agora mesmo, feito condenado.
Pobre alma, confessando rasgar seu merecido descanso.
Passe livre de cinco dias do intenso frio que nos ardia.
Um verdadeiro livramento,
concedido a ele merecidamente por um médico autêntico.
Ora, ora amigo meu,
Amanhã eu digo adeus.
Forjarei minhas próprias jóias.
Quanto a você, não se preocupe, digo
Falta-me uma última importante vaga,
aquela que será destinada até ao nascer do Sol,
pois se ainda houver um sol,
É dele de quem eu preciso.
O sábio, o justo.
Aquele que jamais trairá sua própria honestidade
e nunca confrontará a paz de sua consciência,
deixando-me no escuro.
Digno e tentador usufruir o bem que nos é concedido.
Mas seu sacrifício, embora seja injusto visto de fora dos seus muros.
dentro deles, reconheceu sua importância,
o terror da sua ausência
e demonstrou sua imensa honestidade.
A vaga então é sua, meu sócio.
O mundo é dos espertos, não dos que se acham os espertos.
Nessas horas de aguas noturnas
Deslizando na vidraça fria
Vai surgindo como alma nua
No vazio etéreo da melodia
Lembranças da imagem tua
Nessas horas de aguas noturnas
Quando um vento assopra do norte
E de alegria faz sorrir uma flor
No deserto árido da boa sorte
Some no oásis a miragem da dor
Nessas horas de aguas noturnas
Como teatro liquido cristalino
Segredos escorrem pelo chão
Torrentes da alma em desatino
Borbulham coisas do coração
Nessas horas de aguas noturnas
Na lentidão do tempo que corrói
Como o híbrido passado da ironia
Fala mais alto o bem que não dói
Despedindo da noite um novo dia
A praça São Pedro vazia
Fria
Num silencio profundo
Gemia as dores do mundo
Os cantos pareciam rogar
Oriundos do homem que chora
Que sofre
Mas ali estava Francisco
Prostrado
Aos pés do crucificado
Rezando por mim
Por ti
Devolvendo para a humanidade
A esperança no Ressuscitado
É Páscoa, é Libertação
Somos todos irmãos!
A madrugada está fria.
Meus pensamentos, como as nuvens, pairam sobre o mar,
Ouço sua poesia de sons...
Meu sono navega em meio às culapadas, à procura da calmaria...
Passa das três, ela deve estar dormindo
Procuro a constelação de Órion, o caçador e seus dois Cães...
As estrelas brilham cintilantes, como refletissem a beleza dos seus olhos...
Passa das três, e no balanço das ondas deixo-me levar...
no conforto do travesseiro, meu parceiro, que tudo sabe.
É ele que sopra os versos enquanto sonho...
São oito e oito. A contragosto, do sonho desperto.
Mesmo acordado, continuo enamorado,
Perco-me subitamente nas curvas do riso daquela pequena...
Sem perder-se da vigília o coração pulsa...
A razão estremecida de vaidade, ergue e revela-se:
“Acorda-te, já te perdestes de novo?
Essa alma de poeta, coloca amor e paixão em tudo...”
Olhar quimérico, complacente,
Vejo a pedra sob a cachoeira,
Impacta sobre ela a pressão das águas,
Com o tempo ela muda,
Torna-se resvaladiça, lapida-se!
Se ela pudesse, sairia dali?
Se saísse, continuaria mudando?
Voltaria a ser bruta?
“Desadormece-te poeta desta abstração!
Ama e observa a natureza,
Pertences a ela, pertences a ti...
Sinta o perfume das flores,
Senta-te na sombra da figueira,
Fica aqui, no alto rodeado de verde,
Observa lá longe e sem saudade
Os muros de concreto que a humanidade tanto ama”!
Paulo José Brachtvogel
No primeiro momento mostrou-se fria como gelo
Intocável como um cacto
Forte como uma rocha
Talvez seja apenas uma forma de mostrar-se forte e resistente
Mas houve o segundo momento
O tempo
Passando, passando
Já não via mais alguém frio
Pelo contrário, quente como fogo
Palpável como uma flor
Mas ainda assim forte, resistente, mesmo sem suas armaduras
Ela consegue ser água e fogo
Atenuando-se sempre que necessário
Não depende de mim, nem de você
Depende apenas de si mesmo para flor(e)ser.
BH
Uma fria ou calorosa lembrança
Apenas uma partícula de memória
Que corre ou se apaga
O tempo que decide
Se ela vai ou apenas fica
Apenas vagando pelo subconsciente
Tentando encontrar seu momento
Dentre tanto eles
Um rio de memórias se passam
uma captura demonstra um momento
E uma lembrança , destranca uma memória
Tantas cores juntas
Mas tantos sentimentos
Que uma captura não mostra