Fred Astaire
Eu tava tão triste que sentia meu corpo pesar e não tinha vontade de fazer nada, nem de me mexer. Por isso eu acho que tristeza é o pior sentimento de todos. Quando tu sente raiva, por pior que seja, ainda é um sentimento que te serve pra alguma coisa. A raiva te empurra, te faz querer mudar o que tá errado, dar um soco na cara de alguém, falar umas verdades, se revoltar. Tristeza não. Só dá vontade de sumir do mundo, e não de mudar o mundo.
E eu que pensava que a Bruna era o maior problema que eu poderia ter nessa vida. Como eu sofria por pouca bosta. Parecia que o mundo ia acabar se ela beijasse o Vinão na minha frente. Hoje se ela for atropelada na minha frente eu nem vou reparar.
Fico puto quando me obrigam a fazer coisas, por mais que eu realmente queira fazê-las. Preciso pelo menos ter a ilusão de que foi por livre arbítrio.
Foi percorrendo o deserto que encontrei minha verdadeira força e acredite, ela não vem de mim, vem dEle.
Thom: Porque tu é a minha namorada.
E aí ela me disse o que eu, no fundo, já sabia. Só não queria acreditar.
Bruna: Eu não sou tua namorada.
Ela não disse de um jeito seco, nem grosseiro. Pelo contrário, disse em tom de tristeza. Minha garganta deu um nó, que me impediu de dizer qualquer coisa que eu quisesse.
Bruna: Eu não sou há muito tempo.
Ela gesticulava tentando me explicar como se eu fosse um moleque de 5 anos cujo cachorro morreu, e a mãe não sabe como explicar o que aconteceu com ele.
Bruna: Tempo suficiente pra eu começar a gostar de outra pessoa.
É engraçado como eles mostram os produtos de um jeito que te faça sentir que precisa deles. É pra isso que as pessoas trabalham. Pra comprar umas coisas idiotas que nunca vão usar. Não sou uma das melhores pessoas que conheço, mas tenho orgulho por não dar a mínima pra esse bang de dinheiro.
Acho que falta um pouco de tragédia na vida das pessoas pra elas começarem a ver o que é não conseguir viver sem tal coisa.
Não gosto de muita aproximação. Com ninguém. Não gosto que encostem muito em mim, nem que me abracem, que fiquem me pegando enquanto conversam comigo. Não gosto que me façam perguntas pessoais. Não gosto que me façam perguntas, na verdade. E juro que não é frescura, eu só não gosto. O mundo já tá muito cheio de gente e cada um tem um mínimo de espaço pra ocupar. Só quero que respeitem o meu.
Eu também já tive treze anos e gostei de alguém. Também achei que o mundo fosse acabar se eu não ficasse com tal guria, e que eu nunca mais ia conseguir gostar de tanto de alguém quanto eu gostava dela. Acho que quanto mais novo, tu é mais inocente e mais iludido com essas coisas.
A única coisa que eu sabia era que eu queria ficar com ela. E, pra isso, eu precisava tentar. E precisava chegar a esse ponto, porque a gente não terminou bem, pra variar. Pode ser que tudo recomece bem a partir de agora, ou pode ser que termine mal de uma vez.
Eu não quero carreira, velho. Não quero acordar cedo pra trabalhar pra outro cara ganhar dinheiro num emprego que eu odeio e ainda ter que ser grato por isso.
Concorde com Freud
Matou o analista e foi a Miami.
Na fuga, levou a reboque
a série inglesa de Hitchcock.
Damas ocultas em jardim sem medo
se ofereciam em zoom
para levá-lo a lugar nenhum.
Comparado a seu rosto, dir-se-ia negro
qualquer giz; tal qual surge, intenso,
um osso, no raio-x.
Indagado na fila do passaporte,
declarou que só trazia
na mala a morte.
A tudo respondeu solene e quieto
com minúcias tediosas
de um hemograma completo.
Da mãe herdara um trono abandonado,
escondido numa esquina da infância
e no calibre três-oitão recuperado.
Queria entrar no Reino da Fantasia,
saudar Minnie, Pateta, Alice e a Madrasta,
e com o mel do amor e o mal da teimosia
suplicou à polícia a dádiva de um dia.
Voltou algemado, em classe econômica,
sendo também proibido
de ligar até um fone de ouvido.
Desejou marcar nova sessão,
mas no Paraíso não se dá plantão.
Caju, Catumbi, João Batista,
num deles mora hoje o analista.
Órfão pela terceira vez,
passa o dia jogando damas
na cela do xadrez. Viver, agora,
quando tantos dissecaram sua história,
lhe parece bem mais fácil:
ele, sem qualquer ajuda,
conseguiu escrever o posfácio.
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