Frases de Valter Hugo Mãe
Aprendi que o dinheiro tem valor em troca de muita coisa, mas uma coisa só tem valor se for de graça.
As bibliotecas deviam ser declaradas da família dos aeroportos, porque são lugares de partir e de chegar.
Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se com isso.
Todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela imaginação.
Devemos sempre lembrar que ler é esperar por melhor.
Escrevemos, sobretudo, com a vocação para uma revelação, para uma angariação daquilo que nos está vedado.
Pela oportunidade da cultura, pela arte, pela educação, pelo ensino, nós podemos beirar a felicidade.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra. Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame o direito de seguir maior viagem.
Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.
Morrer cedo é um azar ou uma sorte?
- Convenci-me de que a morte é sempre cedo. Apenas podemos estar preparados ou não. Não tem como ser na idade certa porque nenhuma idade é mais do que tempo.
Os adultos apaixonam-se ao acaso, ainda que façam um esforço para escolher muito ou com muita inteligência. Já aprendi. O amor é um sentimento que não obedece nem garante. Precisa de sorte e, depois, empenho. Precisa de respeito. Respeito é saber deixar que todos tenham vez. Ninguém pode ser esquecido.
(…) deixar um livro cheio de poemas que fiquem para sempre a comunicar com quem lhes pegue é como deixar uma voz amiga de toda a gente, pense no que é hoje ler o Camões e como aquilo ainda nos diz respeito, pense como será deixar por sua mão algo que também chegue ao povo, para que o povo conheça e se enterneça consigo e com o nosso tempo (…)
Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e o baixo, a esquerda e a direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Podemos pensar que abrir e fechar um livro é obrigá-lo a pestanejar, mas dentro de um livro nunca se faz escuro. Os livros querem sempre ver e estão sempre a contar.