Frases sobre Tecnologia
Hoje o intercâmbio de informações de forma rápida e dinâmica é uma realidade, mas as conseqüências dessa velocidade são, também, preocupações nos dias atuais.
Vejamos que o mundo, antes das revoluções tecnológicas na
área da comunicação e em outras, ainda era definido por fronteiras
estabelecidas por acordos políticos, por tratados, ou delimitações territoriais e
pelas descobertas feitas nas áreas das ciências e da navegação.
Grande parte dos padrões culturais de um dado sistema social não foi criado por um processo de produção própria, ou seja, autóctone, mas copiada de outros sistemas culturais.
A cultura de hoje não se constrói mais somente no plano do tocar a cultura do outro por processos históricos relevantes e por sua absorção natural, pois vivemos uma cultura translocal, que ultrapassa os
limites da territoriedade.
Hoje, a uniformização dos meios eletrônicos e, principalmente,
as uniões das empresas da área, compondo aglomerados gigantescos e de
porte internacional, produzem a massificação da cultura ocidental.
Para a concretização desse projeto capitalista de futuro ocorrem
as megafusões, envolvendo as grandes empresas de telecomunicações, de
computadores, de entretenimento e de jornalismo.
Na busca por novos mundos e pela conquista de um padrão cultural de Primeiro Mundo, os telespectadores comuns somente aceitam a língua que essas novas mídias, reforçadas pelas novas tecnologias, falam.
A imagem diferente do espelho neoliberal é a ameaça ao avanço do projeto capitalista como um todo, no final do século.
Devemos analisar o quanto a sociedade se apresenta como meio de sedução para os meios de comunicação e, por outro lado, o quanto os meios de comunicação também são sedutores, por serem objetos de poder de informação e de domínio público.
O poder não é um elemento próprio enraizado nos meios de comunicação, mas um elemento que faz parte da condição normal do ato de passar informação, da posse do saber ou da crença de saber.
O problema é que há sempre, por detrás desses interesses, um boneco ou símbolo para representar seu funcionamento, como talvez Gorbachev e a Perestroika foram. É aquilo que os meios reforçam como desejo popular.
Quanto mais os meios interferem nas políticas locais ou estrangeiras, mais os desejos internacionais de um grupo se tornam desejos populares, porque a vontade de um povo é construída por símbolos que conjugam uma universalidade de valores entre homens e governos.
As artes e as informações locais se desmontam em conseqüência das
influências dos mega mercados internacionais que representam os Estados Nações de um império só: o dos meios de comunicação.
Hoje o poder de comandar já não basta, a industrialização de idéias para influenciar coletivamente é a maior arma que as nações podem ter, e os meios de comunicação são veículos certos que abrem os caminhos para conduzir, porque conduzir é mais forte que dirigir.
A diferença é que conduzir é algo feito pelo poder do argumento e do convencimento, da persuasão, enquanto que dirigir é uma atitude imperativa. O poder de mandar e de dirigir é diferente do de influenciar.
Conduzir é um ato mais suave, a influência não é percebida
diretamente, e nem precisa da autoridade para se realizar, por isto é que
grandes líderes políticos, religiosos, militares e artistas não dirigem, mas
conduzem e influenciam.
A televisão, que sempre se caracterizou como um aparelho, uma maquina que dá às pessoas um lado lúdico de entretenimento, foi, por diversas vezes, não só no nosso país como no estrangeiro, o sedativo político
da sociedade.
Os novos Al Capones são aqueles que mexem com as vontades humanas e não com os crimes de natureza humana, são os donos e criados dos meios de comunicação, principalmente da televisão.
Convencem-nos a formar determinadas imagens estéticas: um exemplo é o de que o certo é cultivar a estética de ser magro, bonito e bem sucedido na vida. Dessas imagens saem as figuras vendáveis de Carla Perez,
Lair Ribeiro e “Rambo” (Sylvester Stallone).