Com licença que agora vou tomar meu suco de abricó com nêsperas e comer a minha torrada romena com manteiga dinamarquesa. Mereço, afinal o dia foi de matar.
A lembrança de Marina e da história horripilante que vivemos juntos me impedia de pensar, comer ou sustentar uma conversa coerente. Ela era a unica pessoa com quem eu podia dividir minha angústia, e a necessidade de sua presença chegava a me causar dor física.
A morte só deixa esquecidas pessoas que morrem sem ter lutado pra viver, sem trabalhado pra comer, e aquelas que não fizeram historias, pra que outras possam ler.