Na noite curta
os barulhos da cidade —
Distante e brilhante
O banco vazio
coberto de folhas secas —
Solidão convida
Vão de flor em flor
zumbem por entre as cores —
Ágeis operárias
Na brisa úmida
o som contínuo do rio —
Caminho do meio
Primavera rosa
Perfuma toda a manhã —
Aromas singelos
Nos cálices de ouro
abelhas buscam a vida —
Colmeia repleta
QUINQUAGÉSIMO HEXÁSTICO
Há um rio que me navega sempre
na profundeza há águas claras
lâmina cortante na face
lá onde não existe luz
translúcido me gero calmo
aqui onde tudo reluz: guerra
“Este presente
não existe sem o passado
que o futuro espera”
Eu sei , eu sei que é difícil...
Aceitar todo peso do mundo
as vezes se torna um vicio.
Voe Comigo ou Devolva Minhas Asas
que as memórias sejam incríveis
mas sempre menores
que os sonhos
amor verdadeiro:
amar-se primeiro
nossos momentos brilham
como estrelas
Fecho os olhos e visito
constelações inteiras
escolho te amar
mas não é mais
questão de escolha
escrevo porque imagino
em teu rosto
sorrisos
não sai na poesia
o quanto suspirei por ti
em cada linha
quem não sabe ler meus olhos
não merece minhas palavras
Uma porção avantajada de onisciência embrulhada para viagem
Entre ambos, localizo-me, fermentado,
Comendo a hóstia que a poesia amassou.
Com a delicadeza de princesas frágeis, O atributo mor foi o olhar carente, Mas pro viés dos bárbaros e obscenos, A feiticeira má, sempre será, mais atraente.
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