Frases sobre poetas que celebram os artistas da escrita
QUARTO HEXÁSTICO
esquece a glória prometida
vaidade é tesouro pobre
resiste só ao instante fátuo
sucesso luta nobre é
revela assim sabedoria
sagrando a alma da poesia
SEXTO HEXÁSTICO
eis-me aqui sujeito póstumo
zumbi de deambulações
aedo de poemas tortos
catando esmos corações
ditirâmbico sem o báquico
hino para minhas orgias
SÉTIMO HEXÁSTICO
líquidos eruditos vãos
velhos discursos si produzem
ágoras de sós volatizam
logos e verbos pós-modernos
etéreos assim conduzem
infernos campos niilistas
NONO HEXÁSTICO
brisa cálida… envolvente
afasta de mim esse cálice
nunca mais o beberei
jamais quero a embriaguez
soberbia e sucesso vãos
póstumo caminho eterno
DÉCIMO HEXÁSTICO
desejo é toda potência
motor de toda existência
valor supremo dessa vida
intrínseco da natureza
convenções jamais o impedem
sagrado faz-se eterno verbo
DÉCIMO PRIMEIRO HEXÁSTICO
a dor me cobre a ossatura
invade a carne de tod’alma
s’instala na tumba da carne
alimentando pensamentos
desconstruind’identidades
valores morais sedentários
Em sua roda de amizades,
Era querida e engraçada,
Realizava varias bondades,
Sua presença era prezada,
DÉCIMO SEGUNDO HEXÁSTICO
Onde some o ser humano
resta tão-somente o homem
prisioneiro do si mesmo
fluídico e sem forma própria
agrilhoado à sua caverna
é sombra sem a luz do dia
Bem mais madura que as outras meninas,
A vida foi dura e a fez menos manhas,
Se propunha a ousar e auxiliava,
Estendia a mão onde estava,
Prestativa, precavida, delicada,
Nunca mais seria forçada a nada.
Ajudava a mamãe no bordado,
Segurava o rolo de linha,
Ficava atenta a cada traçado,
Da rede ao rendado até a barrinha.
Pintava o bordado, ornava a borda,
Combinava sua roupa com a da bonequinha,
A pequena brincava, cantava, pulava,
Imaginava e sabia, nada mais a detinha.
Nada mais a deteria.
Brilha Graciosa !
Brilha o quanto quiseres brilhar.
Pequena Preciosa !
Motivo maior prum pai se orgulhar.
DÉCIMO TERCEIRO HEXÁSTICO
não bastais com incompetência
até quando há de sangrar
a miserável paciência
manada rum’ao precipício
metadestino imanente
glória do rei concupiscente
DÉCIMO QUARTO HEXÁSTICO
o discurso e a modernitude
túnicas de líquidas almas
escarros de um mesmo beijo
adubam todas mentes dóceis
sombras eternas do humano
presas na tumba do decano
DÉCIMO QUINTO HEXÁSTICO
canalhas de plantão venceram!?
‒ virtude e ética não se fazem dos seus atos ‒
dignidade só restará
quando só consciência plena
no horizonte fixar a pena
de toda liberdade eterna
DÉCIMO SEXTO HEXÁSTICO
minha boca tão assim calada
meu corpo tão assim distante
meu abraço jamais revelado
justificam minha desordem
imanência de qualquer nada
neste abstrato mundo líquido
Atravessando aquele pátio,
Vi uma santa sem andor,
Não sou um rapaz simpático,
Não sou conquistador.