Te sinto, logo existo. Teu toque, Teu cheiro... Sim, eu existo.
Violência doméstica. Arranquei teus medos, Rasguei teus pudores, Antes de te consumir.
Par estesias. As vestes no chão, Sinto tuas pernas e Não sinto as minhas.
Primeira luz. A manhã chegando, Céu desabotoado a Tua pele estrelada.
Fogo brando? É deveras paradoxal: Quanto mais frios ficamos, Mais perto do inferno.
Sem fome. Já fui caça, Já fui caçador, Hoje passo a dor.
Arco e fecha. Teu beijo vermelho, Deixando tudo azul, Desarqueando a íris.
Megalomaníapole. Cidade cansada, Estertorando, Nas bases.
Acorde-on. Perdi o sono, Mas ainda não Perdi o sonho.
O caso. Envelhecemos, Dia e noite, Cedo ou tarde.
Sinais. Quando sei que eu estou vivo? Quando você me olha, Pisca e sorri.
Ilha. Marginal? Sim, à margem, Quase na beira do mar.
Non sense? Buscando sentido, Eu acabei te Sentindo.
No bom sentido. Animais em extinção? São tantos e tantos... Poucos seres humanos.
Fogo. Você dizendo sim, Corpo confirmando, Como vou negar?
Beijo. Sem te entender, Uma única palavra, Aprendi tua língua.
De leite. Deitei em teu peito, Desejos de adulto, Sonhos de criança.
Vivo a pensar. Pensar é pensar, Viver é viver, Apesar do pesar.
Batida. Abri o coração, E entre valvas e valsas, Lá estava você.
Sim. Desbocado, Confessei que não Sei viver sem teus lábios.
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.