Os conselhos dos moços derivam das suas ilusões, os dos velhos, dos seus desenganos.
Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.
Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.
Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.
A razão prevalece na velhice porque as paixões também envelhecem.
O luxo, assim como o fogo, tanto brilha quanto consome.
O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.
Os que não sabem aproveitar o tempo dissipam o seu, e fazem perder o alheio.
A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.
A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.
Os grandes, os ricos e os sábios sorriem-se: os pequenos, os pobres e os néscios dão gargalhadas.
Há duas coisas que não se perdoam entre os partidos políticos: a neutralidade e a apostasia.
Condenamos por ignorantes as gerações pretéritas, e a mesma sentença nos espera nas gerações futuras.
Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.
As ideias novas são para muita gente como as frutas verdes que travam na boca.
Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.
Uma grande reputação é talvez mais incômoda que a insignificância pessoal.
O medo faz mais tiranos que a ambição.
O nosso amor-próprio é muitas vezes contrário aos nossos interesses.
A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.