O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.
A preguiça dificulta, a atividade tudo facilita.
Muita luz deslumbra a vista, muita ciência confunde o entendimento.
Há opiniões que nascem e morrem como as folhas das árvores, outras, porém, que têm a duração dos mármores e do mundo.
Muitas pessoas se prezam de firmes e constantes que não são mais que teimosas e impertinentes.
Num povo ignorante a opinião pública representa a sua própria ignorância.
É tal a falibilidade dos juízos humanos, que muitas vezes os caminhos por onde esperamos chegar à felicidade conduzem-nos à miséria e à desgraça.
O medo é a arma dos fracos, como a bravura a dos fortes.
O interesse forma as amizades, o interesse dissolve-as.
Não podemos deixar de ser difusos com os ignorantes, mas devemos ser concisos com os inteligentes.
A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.
O orgulho pode parecer algumas vezes nobre e respeitável, a vaidade é sempre vulgar e desprezível.
Há muita gente que, assim como o eco, repete as palavras sem lhes compreender o sentido.
O homem mais sensível é necessariamente o menos livre e independente.
Nas revoluções políticas os povos ordinariamente mudam de senhores sem mudarem de condição.
O silêncio, ainda que mudo, é frequentes vezes tão venal como a palavra.
Deve-se usar da liberdade, como do vinho, com moderação e sobriedade.
A razão também tiraniza algumas vezes, como as paixões.
A autoridade de poucos é e será sempre a razão e argumento de muitos.
O que ganhamos em autoridade, perdemos em liberdade.