Em geral o temor ou medo, e não a virtude, mantêm a ordem entre os homens.
O desejo da glória literária é de todas as ambições a mais inocente, sem ser todavia a menos laboriosa.
Somos bons consoladores, e muito maus sofredores.
Há empregos em que é mais fácil ser homem de bem, que parecê-lo ou fazê-lo crer.
Há opiniões que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.
A ingratidão dos povos é mais escandalosa que a das pessoas.
O interesse sempre transparece no desinteresse que afectamos.
As virtudes são econômicas, mas os vícios, dispendiosos.
A mocidade é temerária; presume muito porque sabe pouco.
A mocidade viciosa faz provisão de achaques para a velhice.
Em diversas épocas da nossa vida somos tão diversos de nós mesmos como dos outros homens.
O valor mais resoluto é o que procede da desesperação.
Não há homem que não deseje ser absoluto, aborrecendo cordialmente o absolutismo em todos os outros.
É muito difícil, e, em certas circunstâncias, quase impossível, sustentar na vida pública o crédito e conceito que merecemos na vida privada.
A duração de um bem não assegura a sua perpetuidade.
Queixamo-nos da fortuna para desculpar a nossa preguiça.
Os homens de extraordinários talentos são ordinariamente os de menor juízo.
Quem desconfia de si próprio, menos pode confiar nos outros.
A opinião da nossa importância nos é tão funesta como vantajosa e segura a desconfiança de nós mesmos.
É tal a incapacidade pessoal de alguns homens, que a fortuna, empenhada em sublimá-los, não pode conseguir o seu propósito.