O que mais sabe, menos sofre: a sabedoria infinita é impassível.
Afetamos desprezar as injúrias que não podemos vingar.
Há muitas ocasiões em que a mesma prudência recomenda o aventurar-nos.
Há pessoas que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.
A ignorância que deverá ser acanhada, conhecendo-se, é audaz e temerária quando não se conhece.
O espírito de intriga inculca demérito nos intrigantes.
O lisonjeiro conta sempre com a abonação do nosso amor-próprio.
Dizer-se de um homem que tem juízo é o maior elogio que se lhe pode fazer.
Os homens têm querido dar razão de tudo, para dissimular ou encobrir o seu pouco saber.
Somos tão avaros em louvar os outros homens, que cada um deles se crê autorizado a louvar-se a si próprio.
Os moços são tão solícitos sobre o seu vestuário, quanto os velhos são negligentes: aqueles atendem mais à moda e à elegância, estes à sua comodidade.
Desempenhar bem os grandes empregos depende muitas vezes mais das circunstâncias que dos homens.
O homem que frequentes vezes se inculca por honrado e probo, dá justos motivos de suspeitar-se que não é tal ou tanto como se recomenda.
O melhor sono da vida a inocência o dorme, ou a virtude.
Os crimes fecundam as revoluções, e dão-lhes posteridade.
A celebridade, que custa pouco, tem pequeno fulgor e duração.
Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.
Ganhamos frequentes vezes perdoando oportunamente.
É nas grandes assembleias deliberantes que melhor se conhece a disparidade das opiniões dos homens, e o jogo das paixões e interesses individuais.
Ignorância e preguiça a ninguém enriquecem.