A filosofia não entorpece a sensibilidade, quando muito pode chegar a regulá-la.
A harmonia da sociedade, como da natureza, consiste e depende da variedade e antagonismo dos seus elementos e carácteres.
Há muitos homens reputados infelizes na nossa opinião, que todavia são felizes a seu modo, segundo as suas ideias.
Os faladores não nos devem assustar, eles revelam-se: os taciturnos incomodam-nos pelo seu silêncio, e sugerem justas suspeitas de que receiam fazer-se conhecer.
A aura popular é como a fumaça, que desaparece em poucos instantes.
A sabedoria humana, bem ponderada, vale sempre menos do que custa.
Ninguém é grande homem em tudo e em todo o tempo.
Os homens crêem tão pouco na autoridade da própria razão que acabam por justificá-la com a alegação da dos outros.
A morte que desordena muitas coisas, coordena muitas outras.
A incredulidade que é da moda nas pessoas jovens, torna-se o seu tormento na velhice.
A inconstância humana é o produto necessário das variações da natureza, das circunstâncias e dos eventos.
A ignorância, exagerando a nossa pouca ciência, promove a nossa grande vaidade.
Os homens de bem perdem e empobrecem nos mesmos empregos em que os velhacos ganham e se enriquecem.
Os maiores detractores dos governos são aqueles que pretendem governar.
O amor na mocidade é ocupação; na velhice, distração ou alienação.
Os grandes homens em certas relações são pequenos homens em outras.
A velhice reflexiva é um grande armazém de desenganos.
A herança dos sábios tem sempre maior extensão e perpetuidade que a dos ricos: compreende o gênero humano e alcança a mais remota posteridade.
Arguimos a vaidade alheia porque ofende a nossa própria.
As esperanças, quando se frustram, agravam mais os nossos infortúnios.
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