Os bons tremem quando os maus não temem.
A riqueza não acompanha por muito tempo os viciosos.
Aproveita muito subir aos maiores empregos do Estado, para nos desenganarmos da sua vanglória e inanidade.
Há enganos que nos deleitam, como desenganos que nos afligem.
Os bens de que gozamos exercem sempre menos a nossa razão do que os males que sofremos.
Enganamo-nos ordinariamente sobre a intensidade dos bens que esperamos, como sobre a violência dos males que tememos.
Os grandes empregos desacreditam e ridicularizam os pequenos homens.
A ignorância tem os seus bens privativos, como a sabedoria os seus males peculiares.
O governo dos tolos é sempre mais infesto aos povos que o dos velhacos.
É mais fácil maldizer dos homens do que instruí-los e melhorá-los.
Desesperar na desgraça é desconhecer que os males confinam com os bens, e que se alternam ou se transformam.
O saber é riqueza, mas de qualidade tal que a podemos dissipar e desbaratar sem nunca empobrecermos.
Os erros circulam entre os homens como as moedas de cobre, as verdades como os dobrões de ouro.
Há homens que afectam de muito ocupados, para que os creiam de muito préstimo.
A paciência dispensa a resistência e a reacção.
A tirania não é menos arriscada para o opressor, do que penosa para o oprimido.
A liberdade que nunca é suficiente para os maus é sempre sobeja para os bons.
O velho teme o futuro e abriga-se no passado.
Os homens em sociedade são como as pedras numa abóbada, resistem e ajudam-se simultaneamente.
É felicidade para os homens que cada um deles a defina a seu modo com variedade, na sua essência e objectos.