Os sábios falam pouco e dizem muito, generalizando e abstraindo resumem tudo.
Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor-próprio, nem tão bem como a nossa consciência.
Os que reclamam para si maior liberdade são os que ordinariamente menos a toleram e permitem nos outros.
O avarento é o mais leal e fiel depositário dos bens dos seus herdeiros.
Todas as virtudes são restrições; todos os vícios, ampliações da liberdade.
Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito ainda que digam verdades.
Somos enganados mais vezes pelo nosso amor-próprio do que pelos homens.
O medo e o entusiasmo são contagiosos.
O que se qualifica em alguns homens como firmeza de carácter não é ordinariamente senão emperramento de opinião, incapacidade de progresso, ou imutabilidade da ignorância.
Há homens que parecem grandes no horizonte da vida privada e pequenos no meridiano da vida pública.
Ninguém resiste à lisonja sendo administrada, oportunamente, com a perícia e destreza de um hábil adulador.
Nenhum homem é tão bom como o seu partido o apregoa, nem tão mau como o contrário o representa.
Folgamos com os erros alheios como se eles justificassem os nossos.
Divertimo-nos com os doidos na hipótese de que o não somos.
Os homens poderiam parecer-nos mais justos ou menos injustos, se não exigíssemos deles mais do que podem ou devem dar-nos.
Uns homens ocasionam os males e exigem que outros os remedeiem.
Não desenganemos os tolos se não queremos ter inumeráveis inimigos.
A opinião pública é sujeita à moda, e tem ordinariamente a mesma consistência e duração que as modas.
A virtude resplandece na adversidade, como o incenso reacende sobre as brasas.
Descontentes de tudo, só nos contentamos com o nosso próprio juízo, por mais limitado que seja.
Ver mais