Frases do Marquês de Maricá

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É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.

Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?

O trabalho involuntário ou forçado é quase sempre mal concebido e pior executado.

Não é a fortuna, mas juízo somente, o que falta a muita gente.

Deixamos de subir alto quando queremos subir de um salto.

O louvor não merecido embriaga como o vinho.

Em vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos.

Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm.

A avareza contribui muito para a longevidade, pela dieta e abstinência.

O louvor que mais prezamos é justamente aquele que menos merecemos.

O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade: advertência de desordens que se devem reparar.

Há mentiras que são enobrecidas e autorizadas pela civilidade.

É tão fácil sentir a felicidade como é difícil defini-la.

O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.

A vaidade de muita ciência é prova de pouco saber.

Os vícios, como os cancros, têm a qualidade de corrosivos.

Os velhacos têm por admiradores todos os tolos, cujo número é infinito.

Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.

Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.

A maior parte dos males e misérias dos homens provêm, não da falta de liberdade, mas do seu abuso e demasia.