Frases do Marquês de Maricá

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O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.

Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.

A impaciência, quando não remedeia os nossos males, agrava-os.

É necessário subir muito alto para bem descortinar as ilusões e angústias da ambição, poder e soberania.

O ateísmo é tão raro quanto é vulgar o politeísmo e a idolatria.

As opiniões de um século causam riso ou lástima em outros séculos.

A solidão liberta-nos da sujeição das companhias.

Ordem social é limitação de liberdade; desordem, liberdade ilimitada.

Não é raro aborrecermos aquelas mesmas pessoas que mais admiramos.

Em certas circunstâncias o silêncio de poucos é culpa ou delito de muitos.

Uns homens sobem por leves como os vapores e gases, outros como os projécteis pela força do engenho e dos talentos.

Não desespereis na desgraça, ela é frequentes vezes uma transição necessária para a boa fortuna.

Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.

Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.

Os homens fingem desinteresse para melhor promoverem os seus interesses.

A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra.

Perante um auditório de tolos, os velhacos tornam-se fecundos, e os doutos silenciosos.

Muito pouco se padece na vida, em comparação do que se goza; aliás, não sendo assim, como se viveria?

Os vícios, como os cancros, têm a qualidade de corrosivos.

A opinião pública é sempre respeitável, não pelo seu racionalismo, mas pela sua omnipotência muscular.