Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.
As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.
A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.
Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.
A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.
A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.
O homem de palavra é aquele que menos fala.
Há muita gente boa e feliz, porque não tem suficiente liberdade para se fazer má e desgraçada.
Ninguém se conhece tão bem como aquele que mais desconfia de si próprio.
A familiaridade tira o disfarce e descobre os defeitos.
A prudência é uma arma defensiva que supre ou desarma todas as outras.
Quando os tiranos caem, os povos levantam-se.
Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.
Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.
A religião amansa os bravos e alenta os fracos.
A experiência que não dói pouco aproveita.
Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.
Ninguém é mais adulado que os tiranos: o medo faz mais lisonjeiros que o amor.
Ninguém é tão prudente em despender o seu dinheiro, como aquele que melhor conhece as dificuldades de o ganhar honradamente.
O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.