A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.
Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.
O homem de palavra é aquele que menos fala.
A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.
A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.
A familiaridade tira o disfarce e descobre os defeitos.
A prudência é uma arma defensiva que supre ou desarma todas as outras.
Há muita gente boa e feliz, porque não tem suficiente liberdade para se fazer má e desgraçada.
Ninguém se conhece tão bem como aquele que mais desconfia de si próprio.
Condenamos por ignorantes as gerações pretéritas, e a mesma sentença nos espera nas gerações futuras.
Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.
O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.
Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.
Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.
Ordem social é limitação de liberdade; desordem, liberdade ilimitada.
O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.
A solidão liberta-nos da sujeição das companhias.
Ninguém é tão prudente em despender o seu dinheiro, como aquele que melhor conhece as dificuldades de o ganhar honradamente.
Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.
Ninguém é mais adulado que os tiranos: o medo faz mais lisonjeiros que o amor.