O amor construído sobre a beleza morre com a beleza.
A morte de cada homem diminui-me, porque eu faço parte da humanidade; eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: é por mim.
Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo.
Se te possuir em sonhos és minha, pois não há prazer que não seja representado.
Preciso olhar para uma caveira num anel, se tenho uma no rosto?
Como encadernação vistosa, feita para iletrados, a mulher se enfeita. Mas ela é um livro místico e a poucos, a quem tal graça se consente, é dado lê-la.
Seja o seu próprio palácio ou o mundo será sua prisão.
Conhecer e sentir tudo isso e não ter palavras para o expressar, faz um ser humano ser uma sepultura de seus próprios pensamentos.
Eu sou dois tolos, eu sei,
Por amar, e por dizer isso.
Mais do que beijos, as letras misturam almas.
Quando um homem morre, um capítulo não é arrancado do livro mas traduzido para uma linguagem melhor.
Por quem os sinos dobram? Eles dobram por ti!
Todas as demais coisas á ruína se arrastam, Apenas o nosso amor não conhece declínio
Então, o amor é pecado, e deixe-me ser pecador.
Nenhuma beleza primaveril ou de verão tem tanta graça como vi em uma face outonal.
A morte é uma ascensão a uma biblioteca melhor.
Aprisiona-me pois jamais serei livre, jamais casto a menos que me arrebates.
A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade.
Eu me ponho de joelhos no meu quarto e chamo, e convido Deus e seus anjos e, quando Eles estão ali, não presto atenção em Deus e seus anjos por causa do barulho de uma mosca, por causa do ruído de uma carruagem, por causa do rangido de uma porta.
John Donne
Botton, Alain de. Religião para ateus. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
"...Não me perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti!..."
